Construção sustentável
Responsável pela maior parte do consumo de madeira da Amazônia, o setor de construção civil começa a investir no uso de madeira certificada.
Apesar de a madeira bruta certificada ser 10% mais cara, construtoras estão mudando de fornecedores para aqueles que trabalham com esse tipo de material. No longo prazo, este novo comportamento pode mudar o perfil exportador do país na área de madeira certificada. Estima-se que mais de 80% da produção nacional de madeira com selo verde é vendida para países europeus, apesar de o Brasil ser o sexto maior produtor mundial, com uma área de 3,6 milhões de hectares de florestas certificadas com o selo FSC. O motivo é o interesse restrito no mercado interno, onde apenas o setor moveleiro tem utilizado o material.
Relatório sobre plantações florestais
O Diálogo Florestal lançou o relatório "Plantações Florestais sob Manejo Intensivo" durante o Fórum Mundial de Conservação da Natureza, realizado em Barcelona, entre 06 e 10/10. O material é fruto de um processo de discussão entre empresas, proprietários florestais, ONGs, comunidades tradicionais e indígenas, instituições multilaterais e sindicatos de trabalhadores de diversos países, que envolveu reuniões na Europa e visitas a plantações florestais da China, Indonésia e Brasil. O relatório destaca as principais questões ambientais e sociais associadas às plantações florestais, aponta fatores críticos, e identifica procedimentos a serem adotados no manejo.
Acácia é a terceira do País
A acácia - negra (Acacia mearnsii De Wild.) é a terceira espécie mais plantada no Brasil, em plantações florestais comerciais - PFC. Tem sido utilizada basicamente para produção de energia e tanino, mas é potencial prestador de serviços importantes na recuperação de áreas degradadas e na fixação de nitrogênio. As PFCs de acácia-negra concentram-se no Rio Grande do Sul. Seu primeiro registro no estado data de 1918. A exploração comercial iniciou em 1930 a partir de plantios realizados com mudas provenientes de sementes importadas da África do Sul. Além de seus diversos usos a acácia-negra chegou à posição em que está na escala de produção nacional, principalmente, por ser uma espécie de rápido crescimento e que pode ser associada a cultivos agrícolas (milho; mandioca; fumo - mais comuns em áreas de revegetação pelo fogo; batata; e melancia) e atividades pastoris (no terceiro ano pós plantio).
Brasil é destaque ambiental
Segundo um relatório lançado pela ONG WWF, baseado em dados de 2005, o Brasil é o segundo país (logo atrás dos EUA) que melhor reúnem condições para produzir bens a serem consumidos internamente e, principalmente, externamente. É o caso das exportações. Quando a União Européia compra carne da Amazônia, indiretamente ela também importa a água e todos os demais recursos naturais que viabilizaram o crescimento do gado na região – inclusive a floresta que foi cortada e substituída por pasto. Acontece que o valor desse serviço ambiental não é computado no preço final do produto. Para o WWF, o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) deveria levar em consideração os recursos naturais necessários para a geração da riqueza. A atual confortável posição de credor ambiental não é garantida para sempre. Sem um sistema produtivo sustentável, que permita a renovação dos recursos naturais, o País pode se tornar um devedor na área.
Metas para cortar gases
Em radical mudança de postura, o governo brasileiro poderá assumir metas obrigatórias de redução nas emissões de gases do efeito estufa. A adoção de compromissos internacionais no acordo que sucederá o Protocolo de Kyoto tem sido rejeitada até agora pelos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil. Mas há uma reviravolta em curso, segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. “O Itamaraty, que inicialmente fazia um contraponto, já diz que aceita metas, com condições”, afirmou. O ministro disse que a nova posição brasileira deverá ser apresentada formalmente na próxima Conferência das Partes (COP), em dezembro, na Polônia. Segundo Minc, o Brasil pretende articular uma proposta conjunta com outros emergentes – sobretudo China, Índia e África do Sul – para a reunião de dezembro. Para o ministro, o custo econômico de atingir uma meta de até 20% de redução das emissões “é zero”. Bastaria, segundo ele, diminuir em um terço o índice atual de desmatamento da floresta amazônica.
UE mantém planos contra aquecimento
As 27 nações que compõem a União Européia concordaram em manter sua meta interna de corte da emissão de gases do efeito estufa apesar da crise financeira mundial. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que “as mudanças climáticas são tão importantes que não podemos usar a crise financeira e econômica como um pretexto para deixá-la de lado”. O objetivo é reduzir em 20% as emissões até 2020, em relação ao índice registrado em 1990. A Polônia e outros seis países da Europa Oriental poderiam uma flexibilização da meta ambiental. A Itália uniu-se ao grupo ao dizer que os custos para limpar a produção, combinados com a crise financeira, seriam altos demais para o setor industrial. Os países, como grupo, devem apresentar uma redução de cerca de 8% até 2012, em relação ao índice de emissão registrado em 1990.
Brasil terá superávit ambiental
O Brasil e a Rússia devem ser os únicos grandes países do mundo a atingir 2050 com um balanço positivo entre crescimento da economia e conservação dos recursos naturais. No caso brasileiro, a matriz energética mais limpa e as florestas dão ao País mais preparo para enfrentar as mudanças climáticas e mais oportunidades de negócios nesse campo. É o que mostra estudo da Universidade de São Paulo (USP), que calculou o balanço dos países em relação às mudanças climáticas. A pesquisa avaliou o estoque de recursos naturais e o saldo entre as emissões e capturas de gases causadores de efeito estufa em sete países – Brasil, Rússia, Índia, China, Estados Unidos, Alemanha e Japão – até 2050. No cenário previsto para 2050, o Brasil terá um superávit de US$ 544 bilhões, patrimônio suficiente para continuar crescendo e ainda contribuir positivamente para a Terra com cotas excedentes de carbono, provenientes de energia limpa e recursos florestais. O mundo, segundo o estudo, terá um déficit econômico-ambiental estimado em US$ 15,3 trilhões, ou 23,7% do PIB mundial.
Arapongas/PR
Arapongas é hoje o maior pólo de móveis do Sul do Brasil e o segundo maior em nível nacional. Para se ter uma idéia da importância do município para o setor, de cada 100 móveis produzidos no País, 10 são fabricados na cidade de 96.669 mil habitantes. As empresas do segmento destinam a produção exclusivamente ao varejo e a participação das moveleiras no Produto Interno Bruto do município é de 65%. São 195 pequenas, médias e grandes empresas que geram cerca de 10 mil vagas de empregos diretos e indiretos na cidade. Essa produção coloca ainda o município como o maior consumidor de chapas de aglomerado do País.
O faturamento do setor moveleiro no Brasil em 2007 foi de R$ 20,585 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel). Só Arapongas faturou R$ 1.028 bilhão, de acordo com o Sima. Para este ano as expectativas não são tão positivas.
Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira