Bricarbras apresenta tecnologia de carbonização
O Brasil possui a maior produção de carvão vegetal do mundo. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Silvicultura, em 2006, a produção nacional desse insumo energético foi de 35,1 milhões mdc (metros cúbicos de carvão), sendo 17,9 milhões mdc de origem de florestas plantadas e 17,2 milhões mdc de florestas nativas. No mesmo ano, a produção nacional de lenha chegou a 91,9 milhões de toneladas, apresentando um crescimento de mais de 30% nos últimos dez anos.
Devido a grande expansão dos negócios no setor, entre os dias 20 e 22 de outubro, especialistas de várias instituições, como siderúrgicas, fabricantes de ferro ligas, centros de pesquisas, empresas florestais e órgãos governamentais participaram do I Fórum Nacional sobre Carvão Vegetal, em Belo Horizonte (MG). O encontro, promovido pela Sociedade de Investigações Florestais (SIF) em parceria com o Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, abordou temas ligados à evolução do segmento e ao uso do produto na indústria siderúrgica nacional.
Entre os participantes estava a paranaense Bricarbras, que foi convidada a demonstrar o funcionamento do sistema de carbonização da empresa. Além de ser um equipamento limpo e mais eficiente, este projeto permite uma economia de aproximadamente 20% de madeira. Janete von Zeschau Tomelin, coordenadora comercial das unidades de carbonização da Bricarbras, explicou que com o equipamento Bricarbras é possível produzir carvão vegetal de forma industrial, com controle de processo eficiente, sem agressão ao meio ambiente e evitando passivos trabalhistas.
"Nossa tecnologia de carbonização oferece um excelente rendimento lenha/carvão e ainda quando deixamos de emitir 50 a 60 kg de metano para cada tonelada de carvão que produzimos estamos contribuindo para preservação do meio ambiente e para a diminuição do aquecimento global", exemplifica. Além disso, o sistema não permite que o produto final entre um contato com o solo, já que o carvão é produzido em cilindros de aço e, após o processo de resfriamento, é carregado a granel até seu destino.
Com o sistema são emitidos apenas 59,56 kg de mensais, o que corresponde a uma produção de até mil toneladas de carvão vegetal. Outro diferencial deste método é que quase tudo é aproveitado. O calor gerado com a limpeza da fumaça pode ainda ser empregado na co-geração de energia tendo potencial para gerar até 1MW/h de energia elétrica útil.
Outro ponto destacado durante o I Fórum Nacional sobre Carvão Vegetal foi a utilização do insumo energético como termo-redutor no processo siderúrgico, sendo que o Brasil é um dos poucos países a utilizá-lo com esta finalidade. A vantagem está na qualidade da matéria prima e baixo impacto ambiental em relação ao carvão mineral que é altamente poluente. Além disso, sua extração traz grandes prejuízos à saúde do trabalhador.
O segmento siderúrgico nacional é um dos mais dinâmicos e importantes da economia nacional. Portanto, durante o fórum, representantes do setor mostraram que o fornecimento constante de carvão de boa qualidade pode gerar economia mensal de até R$ 400.000,00 no alto forno.
Pelo fato de apresentar um procedimento inovador e com vantagens para o setor carvoeiro, a Bricarbras tem a pretensão de ampliar seus negócios a outros países. Atualmente, a empresa conta com cinco plantas de carbonização implementadas em três estados brasileiros – Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Com sede em Jaguariaíva, norte pioneiro paranaense, a Bricarbras é uma das sete empresas pertencentes ao Grupo Hübner e atua na área de biomassa. Os sistemas desenvolvidos pela empresa envolvem briquetagem de resíduos e desenvolvimento de tecnologia de produção de carvão vegetal, sempre utilizando sistemas que não causam impacto ao meio ambiente.
PASTILHAS - Novo padrão tecnológico vai aumentar o aproveitamento da madeira
O Projeto PRIMAS de responsabilidade sócio-ambiental desenvolvido pela FUPEF – Fundação de Pesquisa Florestais do Paraná já está em estado avançado de desenvolvimento e já está disponível para a implantação em empresas que industrializam madeira serrada e peças de madeira serrada, em qualquer lugar do Brasil. O projeto foi idealizado para aumentar o aproveitamento da madeira tropical, mas já está sendo aprovado também para a industrialização de florestas plantadas: PINUS e EUCALIPTO.
Enriquecimento no sortimento de produtos
O Projeto PRIMAS se propõe a representar um dos maiores saltos em agregação de valor na história da cadeia produtiva da madeira serrada. É a transformação de parte de resíduos que seriam queimados em pastilhas, que irão compor painéis pastilhados e painéis decorativos para aplicação na arquitetura, construção civil, mobiliário e design de interiores.
O projeto apresenta vantagens fundamentais:
• Ambientais – Fixação do Carbono nas pastilhas e redução do número de árvores para obtenção de volumes comerciais;
• Sociais – Geração de novos empregos (com as mesmas árvores);
• Econômicas – Aumento do índice de eficiência na conversão de madeira bruta em peças de madeira serrada;
• Estratégicas – Melhor alternativa para promoção de espécies pouco conhecidas no mercado, o que contribui para a sustentabilidade dos Planos de Manejo a longo prazo;
• Imagem – Contribuição para a melhoria da imagem do setor junto à sociedade e do país em relação aos assuntos ligados à Amazônia.
Uma comissão de estudos da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas já está em andamento, visando a criação de uma norma para as pastilhas, e as etapas do estudo prevêem reuniões técnicas em todas as capitais dos estados da região amazônica e uma agenda intensa para 2009, que já está sendo programada.
O Projeto PRIMAS contempla as seguintes etapas:
• Diagnóstico quali-quantitativo;
• Determinação dos padrões dimensionais e configuração das máquinas;
• Implantação da tecnologia;
• Treinamento;
• Laudo técnico científico quantificação da fixação de carbono;
• Certificado primas de sustentabilidade.
PARTICIPE!
Entre em contato para obter maiores informações sobre o Projeto PRIMAS enviando um e-mail para fupef-projetos@ufpr.br ou pelo fone: 41 3360-4222.
Preservar recursos é garantir os negócios
A partir de 2003 que a Leo intensificou suas políticas de responsabilidade socioambiental e passou a atuar de forma mais ostensiva e estratégica em busca da sustentabilidade. Como fruto dessa postura, a companhia ampliou as ações junto aos seus steakholders.
Neste ano, ela inaugurou a EcoLeo, a primeira revenda da América Latina e terceira do mundo certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council), Conselho de Manejo Florestal, uma organização independente, não governamental e sem fins lucrativos que tem como objetivo principal promover o manejo e a certificação florestal. A Ecoleo contribui fortemente pelo desenvolvimento da responsabilidade socioambiental de toda a cadeia do negócio, tanto que conquistou, em 2007, a recertificação do FSC.
A revenda de produtos ecologicamente corretos é um projeto pioneiro da Leo Madeiras com o objetivo de oferecer madeira certificada para o setor moveleiro e da construção civil, completando desta forma a cadeia produtiva de produtos certificados pelo FSC.
Móveis com certificação FSC garantem, dentre outras coisas, que os moradores de regiões de extração são beneficiados com condições que promovem a sustentabilidade local. Os produtos das florestas certificadas pelo FSC ostentam a sua logomarca para que os consumidores identifiquem os produtos de madeira que se originam de florestas bem manejadas, conforme os princípios e critérios sociais e ambientais reconhecidos internacionalmente.
Nas florestas certificadas, utilizam-se espécies nativas, divididas em lotes que são explorados alternadamente. Se houver 25 deles, cada um será explorado uma vez a cada 25 anos. Isso permite que a área tenha tempo para se recompor. Nesses lotes sempre é deixado um original como testemunha para que se possa compará-lo com aqueles que foram explorados.
Optar por produtos que tem o FSC é uma maneira eficaz de combater a degradação ambiental, poluição, extinção de espécies, exploração ilegal, desmatamento e expulsão de comunidades locais.
A EcoLeo possui duas lojas, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. A loja de São Paulo está localizada no bairro de Pinheiros, possui 800 m2 e negociam madeiras brasileiras, como Cedro Rosa, Muiracatiara, Cumaru e Timborana, Roxinho, Sucupira, Tanibuca, painéis decorativos de Teca e de Eucalipto, blocos de fava e louro vindos da Reserva de Xapuri, MDF, M.D.P, compensados cru e revestidos. O manejo florestal estimula a utilização da diversidade de espécies da natureza.
Há indicadores, como o Catálogo Sustentável, da Fundação Getúlio Vargas, que seleciona e divulgam produtos considerados sustentáveis, os produtos da Ecoleo figuram desta lista.
A Leo Madeiras acredita ser economicamente possível usar os recursos florestais de maneira racional garantindo a sua renovação e biodiversidade para gerações futuras.
Engajada em um setor de crescimento evidente, a EcoLeo luta junto a ONG´s, governos e empresas privadas, para garantir a conservação das florestas brasileiras e conscientizar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente e sobre os benefícios em utilizar madeiras certificadas.
"É notório o crescimento do interesse e procura de produtos ambientalmente adequados para decoração. A EcoLeo, nestes 5 anos tem ajudado a formar este mercado”, diz Karla Aharonian, gerente da linha de produtos ecológicos da Leo Madeiras. E continua. “Para isso, diversificamos nosso mix de produtos, ampliamos o número de fornecedores e, conseqüentemente, aumentamos nosso leque de clientes, uma prova disso, é o crescimento de mais de 80% em vendas”.
A conquista da recertificação do FSC pelo programa SmartWood por mais 5 anos mais um impulso para que a Leo continue a investir no desenvolvimento sustentável do setor. Para este ano, a Ecoleo prevê um crescimento de 80% nas vendas. "O investimento no desenvolvimento de fornecedores e capacitação de colaboradores criou as bases para a consolidação do negócio, o que garantirá o abastecimento para os próximos anos", afirma Karla.
PenzSaur mostra nova tecnologia em gruas
A PenzSaur está apresentando ao mercado brasileiro modernos e avançados equipamentos para movimentação e transporte de toras. Destaque a Grua Estacionária de grande porte, modelo 22.90 s, ideal para operações de carga e descarga de toras em pátios; a Grua 12.81 W para trator; a Grua para caminhão 9.200 HL e três diferentes modelos de garras além do rebaixador de tocos Stum Buster SB 1100 - um dos mais recentes lançamentos da PENZSAUR, desenvolvido para realizar o rebaixamento de tocos entre linhas, cujos talhões já tenham sido reflorestados.
A Grua 22.90 s é uma das maiores, com capacidade de carga de 22 ton. e comandada remotamente por rádio freqüência.
De porte médio, a Grua 12.81W é bastante versátil, podendo ser aplicada sobre tratores, caminhões ou usada como grua estacionária. Também, pode receber cabine com comando joystick hidráulico ou elétrico, ou ser operada a partir da máquina base.
A Grua 9.200 HL possui duplo telescópico, alcance de 9.100mm, aplicada principalmente, no carregamento de madeira curta em caminhões, do tipo Romeu e Julieta. É uma grua totalmente dobrável, com ponto de apoio que a protege de solavancos, oriundos do deslocamento do caminhão.
As Gruas PENZSAUR, desenvolvidas com tecnologia européia, possuem menor peso e maior alcance, mais capacidade de carga e alta velocidade durante a operação, resultando em mais produtividade.
Suas garras são produzidas com materiais leves e de alta resistência e com excelente anglo de ataque e rolamento.
Guanandi – Aspectos da Implantação de Reflorestamentos
O Guanandi (Calophylum brasiliense), também denominado Landim, Guanandi-Cedro, Jacareúba, apresenta-se como uma espécie florestal, quando desenvolvida, com 20 a 27 metros de altura e (DAP) diâmetro de altura de peito de 50 a 70 cm, dispersa ao longo da mata atlântica e floresta amazônica. Resiste a geadas moderadas. Produz madeira moderadamente pesada; cerne variável do róseo-acastanhado ao bege-rosado; superfície lustrosa, sem cheiro nem gosto e resistente à umidade e insetos; madeira com grande demanda na fabricação de móveis finos, construções civis e navais e demais usos como madeira nobre.
Referente ao plantio do Guanandi com objetivo de reflorestamento comercial:
1. O custo de implantação do reflorestamento depende das condições específicas de cada propriedade, como a sua localização, custo de limpeza da área para o reflorestamento, o preparo das covas e adubação, custo da mão-de-obra local, etc.
2. Podemos considerar, de forma geral, os seguintes custos, por hectare de implantação, com a espécie Guanandi:
a. Limpeza e preparação da área: R$ 400,00;
b. Marcação e preparação das covas e adubação: R$ 450,00;
c. Mudas p/plantio (Espaçamento de 2x3 m – 1.650 mudas): R$ 4.125,00;
d. Plantio: R$ 400,00.
Após 3-4 meses do plantio, deverão ser executados serviços de coroamento das mudas e roçagem da área de plantio (duas vezes ao ano), evitando o crescimento da vegetação concorrente.
O Guanandi produz madeira de alta qualidade (comparada ao Mogno e Cedro), obtendo alta cotação no mercado madeireiro. Considerando o preço das madeiras de lei atualmente, podemos considerar valores de R$ 1.500,00 a R$ 2.000,00 por metro cúbico/serrado.
De acordo com engenheiros da Ecovert Florestal, um hectare de Guanandi deverá gerar, num período de 16-18 anos de plantio, de 300 a 400 metros cúbicos de madeira, quando observadas condições de pleno desenvolvimento e os necessários tratos culturais (roçagens, coroamento, desbaste e adubação) ao reflorestamento.
Guanandi é uma espécie florestal nativa que representa, quando submetida a plantios comerciais, a conciliação de ótimos rendimentos monetários com a estabilidade das interações do ecossistema, conforme observa o engenheiro agrônomo-florestal da Ecovert Ambiental, Charles Puff.
Em Projeto Madeira de Santa Catarina já descreviam o Guanandi como espécie de alta potencialidade em projetos silviculturais, resultado das suas observações em relação à sua adaptabilidade edafoclimática e rusticidade, aliada às ótimas qualidades de sua madeira para os diversos usos.
Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira