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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°117 - NOVEMBRO DE 2008

Pragas

Manejo alternativo de pragas na silvicultura

O mercado Brasileiro de Silvicultura está em um constante crescimento e expansão, juntamente com isso a geração de empregos e, principalmente absorção de mão-de-obra especializada. Proporcionalmente a este crescimento surgem áreas com maior ataque de pragas, criando situações / problemas para os silvicultores. Com o objetivo de minimizar estes danos ações conjuntas entres centros de pesquisas e empresas desenvolveram estudos para minimizar estes efeitos. Uma linha a qual está se mostrando eficiente é o uso de inimigos naturais das pragas, os quais têm por finalidade diminuir a população praga até o ponto em que os danos sejam toleráveis. Exemplo disso é o uso de Beauveria, Metarhizium e Bacillus, os quais são muito utilizados no controle de pragas como da lagarta da soja e de outros insetos, como grilos, gafanhotos, ácaros, cochonilhas, pulgões, trips, cigarrinhas, percevejos, vespas, traças, minadores, nematóides e cupins.

A vantagem do uso de fungos ou bactérias para o controle de pragas é que, mesmo sem a incidência da praga, podem ficar no ambiente sob a forma de esporos por longos períodos, aguardando o momento adequado para a invasão no hospedeiro. Este manejo colabora em muito com o meio ambiente, pois não deixa resíduos. O uso de trichoderma no controle de doenças fúngicas de solo é outro exemplo de utilização de inimigos naturais no combate a pra gás como Fusarium, pythium, rizoctonia, sclerotinia, phomopsis e botrytis.

Quando falamos em silvicultura as formigas continuam sendo a principal praga causadora de prejuízos e obtém parcela maior de atenção de pesquisadores. Nos dias de hoje a dificuldade de controle utilizando inimigos naturais, se dá principalmente devido a biologia e baixa densidade demográfica de seus principais predadores como Aves, Tamanduás e Tatus.

Podemos dizer que estes insetos desenvolveram um avançado sistema agrícola baseado num mutualismo: elas se alimentam de um fungo específico que cresce nas câmaras subterrâneas de seus ninhos. As formigas cultivam ativamente seu fungo, fornecendo fragmentos vegetais frescos e controlando organismos indesejados, como outros tipos de fungos (competidores). Segundo alguns autores, quando as formigas trazem acidentalmente folhas tóxicas ao fungo mutualista, este secreta uma substância química que serve de aviso para quê as formigas não coletem este vegetal. Estas compreendem dois gêneros; Atta e Acromyemex; com um total de cerca de 40 espécies, algumas das quais são sérias pragas agrícolas.

Algumas espécies de Atta, por exemplo, são capazes de desfolhar uma laranjeira inteira em menos de 24 horas. No Brasil, as formigas do gênero Atta são conhecidas popularmente como saúvas e as Acromyrmex como quenquéns. As saúvas (formigas cortadeiras do gênero Atta) vivem em formigueiros subterrâneos caracterizados por apresentarem numerosas câmaras (panelas) e galerias ( canais que ligam panelas). Na superfície do solo, o sauveiro apresenta acúmulo de terra solta e olheiros (orifícios das galerias que se comunicam com o exterior). Estas formigas cortam plantas do meio externo e transportam o material vegetal para o interior da colônia, nas panelas, a fim de cultivar um fungo simbionte de cujas frutificações se alimentam e criam suas larvas.

Uma alternativa para este sistema de condução anteriormente citado é o uso da pasta adesiva antiformiga, a qual forma uma Barreira Mecânica às formigas, impedindo que elas subam nas plantas formando uma faixa protetora, elástica em torno do tronco, não provocando estrangulamento com o crescimento. Seu princípio de ação é somente impedir que a formiga atinja seu objetivo. Quando a utilização desta também pode ser aplicada em frutíferas, jardinagem, e apicultura (proteção das colméias).

Fonte: Fernando Fracaro - Dr. Ecologia e Recursos Naturais