As empresas de processamento de madeira contribuem de várias formas para o desenvolvimento da economia nacional, de acordo com a evolução do setor. Empresas dinâmicas criam uma força de trabalho treinada e contribuem através de uma demanda consistente para o desenvolvimento de uma infra-estrutura física e institucional. E, muito importante neste processo, é que as empresas agreguem valor ao produto final, utilizando seus recursos madeireiros eficientemente, o que ajuda a suportar o manejo sustentável das florestas naturais e plantadas.
A nível mundial, o valor total das importações de produtos com valor agregado alcançou US$ 41,5 bilhões em 2000. Isto mostra um crescimento de 27% desde 1996, com uma média de crescimento de 6,56% por ano. Os 30 países industrializados líderes, membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) continuam importando a maioria do total (90%). Grande parte dos países fora da OECD, inclusive a China, Índia e Rússia, mostraram um crescimento impressionante de 63% ao longo de 9 anos (1992-2000). O valor total de importações alcançou quase US$ 37,8 bilhões em 2000, enquanto em 1992 era de US$ 23 bilhões.
A taxa de crescimento positivo foi um resultado de forte crescimento nas importações dos principais mercados com Estados Unidos e Reino Unido, mas também de países como Canadá, Austrália, Espanha, Irlanda e México, que duplicaram ou triplicaram suas importações, conforme observa o consultor Jukka Tissari, do International Trade Center.
A União Européia (15 países) teve mais de dois terços das importações da OECD em 1992, mas sua contribuição decaiu para 44,7% em 2000 (US$ 16,94 bilhões). Os Estados Unidos tornou-se o maior país importador com 35,5% de todas as importações da OECD (US$ 13,4 bilhões). Os Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Japão, Países Baixos, Suíça e Áustria somaram 81% das importações da OECD de produtos com valor agregado.
A China, a Indonésia, a Malásia e a Tailândia são os países líderes em exportações de produtos com valor agregado, totalizando 68% das importações pela OECD. Os maiores países exportadores asiáticos têm aumentado de US$ 5,0 bilhões, em 1996, para US$ 9,5 bilhões, em 2000. A China exportou aproximadamente US$ 5 bilhões em 2000. A Indonésia alcançou US$ 2,1 bilhões, seguido pela Malásia com US$ 1,3 bilhões. A Tailândia foi o quarto país no ranking, com mais de um milhão de dólares. Devido às condições severas do mercado e a desvalorização da moeda, os países asiáticos tiveram um decréscimo pela primeira vez na década.
Potencial chinês
A razão mais comum para o aumento na demanda por madeira na China é o incremento do consumo de pisos residenciais por habitante. Este produto quase triplicou nos últimos 20 anos. Passou de 3,7m² per capita em 1979 para 9,6m² em 1999, e a expectativa é que aumente ainda mais, para talvez alcançar o nível de 18 m² até 2010.
Na cidade mais populosa do país, Shangai, o programa de construção residencial trás 200 mil novas casas para o mercado todo ano. A média de consumo de madeira por casa está estimado em 2,5m³, o que significa que Shangai sozinha está aumentando quase a metade de um milhão de m³ por ano. A construção de casas está estimada para aumentar 15% ao ano, nos próximos cinco anos, destaca o especialista Jukka Tissari.
As 30 mil empresas produtoras de móveis da China ainda confrontam alguns desafios, os quais são relacionados com o fornecimento de matéria-prima, qualidade do produto e design.
Nas exportações, a China estabeleceu-se, por si só, como uma importante fornecedora para os mercados da Ásia e dos Estados Unidos. Em compensação, no mercado europeu, a influência das exportações chinesas têm decaído duramente.
Em termos de mercado, a China emergiu de uma sombra dos maiores exportadores asiáticos na última parte dos anos 90, para o topo.
Existem várias razões pelas quais o mercado chinês é promissor para o mercado de produtos com valor agregado, no futuro, entre elas:
a aceitação de móveis e pisos internacionais na China continua aumentando
as empresas chinesas de móveis estão se deslocando para países vizinhos, como Taiwan, Cingapura e Malásia, em busca de baixo custo da mão-de-obra e outros fatores mais favoráveis de produção
existe um fluxo de móveis de renome vindos da Itália, Estados Unidos e Alemanha, para o mercado chinês
a economia está gradualmente abrindo-se
as tarifas de importação serão reduzidas assim que a China negocias com a Organização Mundial de Negócios
Os múltiplos benefícios do processamento de madeira com valor agregado vem atraindo mercados e produtores de madeira em muitos países emergentes. O comércio internacional de PVAs, especialmente o de móveis, foi liberado, aumentando a importação de componentes. Isto criou mais oportunidades de exportações para países desenvolvidos, impulsionando o crescimento futuro.
O comércio internacional nos três maiores grupos de produtos alcançaram um valor de US$ 41,5 bilhões em 2000, dos quais os países da OECD importaram US$ 37,8 bilhões. Os móveis foram o principal grupo com US$ 25,5 bilhões em importações, apresentando potencial continuo.
Cerca de US$ 13,9 bilhões de importações da OECD originaram-se de economias de mercados desenvolvidos e da China. Em todos os mercados, as importações de móveis aumentaram mais rápido do que todas as outras importações e o fluxo de produtos vindos da China é a única razão para esse desenvolvimento.
O processamento com valor agregado, principalmente móveis tende a se desenvolver em fases. Isto porque as indústrias passam de fabricantes de produtos padronizados para os originalmente manufaturados com maior valor.
A competição forçará os países industrializados a transformar suas indústrias manufatureiras e participar nas correntes de fornecimento das regiões como Ásia – Pacífico e América Latina.
A contribuição dos produtos com valor agregado para os setores florestais de países tropicais continuará crescendo rapidamente nos próximos anos.
Com relação ao Brasil, entre 1980 e 1997 as exportações brasileiras cresceram 5,3% ao ano em média, enquanto as exportações mundiais apresentaram taxa de crescimento de 8,4% anuais e as dos países em desenvolvimento como um todo, 11,3% ao ano. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais, o Brasil deveria ter modificado sua pauta no sentido de incluir PVAs desde 1997 quando aumentou a demanda por este tipo de produto. Mas, ao contrário de países como a Coréia, a China e outros do sudeste Asiático, o Brasil não traçou uma política que estimulasse a exportação de PVAs.
Embora tenha registrado uma maior participação dos bens industrializados em sua pauta de exportações a partir dos anos 60 , depois de 1986 o País não seguiu a evolução neste processo. Há dez anos os produtos básicos respondem por pelo menos um quarto das exportações brasileiras.
A participação do sudeste asiático como um todo no total das exportações mundiais de manufaturados saltou de 6%, em 1980, para 16,9% em 1997. A participação no valor adicionado, ao longo desse período passou de 7,3% para 14%. A Coréia do Sul, isoladamente, ampliou sua participação nas exportações mundiais de manufaturados, entre 1980 e 1997, de 14% para 2,9%. |