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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°67 - OUTUBRO DE 2002

Reflorestamento

Estímulo ao plantio é urgente no Brasil

A substituição de espécies nativas por reflorestamento vem ocorrendo gradativamente em segmentos de base florestal como papel, celulose, chapas de fibras móveis e outras. As principais espécies de reflorestamento utilizadas no Brasil continuam sendo o pinus e o eucalipto. A necessidade desta mudança vem sendo alertada por diversos especialistas.

Um estudo internacional, realizado pelo programa global Forest Watch da organização não-governamental World Resources, revela que, embora, no acumulado dos últimos 30 anos venham apresentando saltos positivos no plantio de pinus, os principais responsáveis pelo sumiço das árvores são as pizzarias, serrarias, olarias e padarias, que apenas consomem e não repõem as madeiras, mesmo com a obrigatoriedade constando em lei. Estes segmentos representam 40% do consumo de madeira em muitas regiões do Brasil. A SBS estima que, por ano, cerca de 10 milhões de m³ de madeira (50 milhões de árvores) podem estar vindo das florestas primitivas.

Para solucionar o problema da destruição ambiental seriam necessários grandes investimentos, possíveis apenas com auxílio do governo. Só no estado de São Paulo seria preciso fazer, em 25 anos, o plantio anual de 160 mil hectares para atingir o percentual internacionalmente aceito de 30% do território coberto por matas. Hoje são plantados, no máximo, 100 mil hectares por ano, e as florestas são 15% dos 248,8 mil km² da superfície paulista, ou seja, a metade do que deveria.

Para aumentar o percentual de reflorestamento seria preciso encontrar mecanismos para incentivar a iniciativa privada a fazer o reflorestamento, já que a fiscalização ambiental sozinha não tem apresentado os resultados esperados.

Para os consumidores de florestas plantarem (ou terceirizarem a plantação de florestas) seria preciso ter estímulo econômico. Uma campanha forte de obrigatoriedade de reflorestamento seria importante, bem como a criação de um selo para que consumidores pudessem repor a madeira consumida.

Uma alternativa para os consumidores de madeira é o recolhimento de uma taxa a uma das 13 associações de reposição florestal credenciadas no Estado, que usam a verba para produzir mudas que são doadas a agricultores interessados em cultivar árvores e depois vendê-las no mercado, tornando o processo auto-sustentável.

Apesar de estarem num ritmo decrescente nos últimos 30 anos, na última década São Paulo ganhou 67.861 hectares de vegetação natural, apresentando um aumento de 2,04% na cobertura vegetal natural do estado. Dessa forma a cobertura de vegetação remanescente em SP passou de 3.330.744 ha, registrada entre 1990 e 1991 para 3.398.605 hectares em 2001. O levantamento, realizado pelo Instituto Florestal como parte do programa Biota-Fapesp para mapear a biodiversidade do estado, durou três anos e foi divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

De acordo com o estudo "Situação atual dos remanescentes da cobertura vegetal natural do estado de São Paulo", a recuperação se deu, principalmente, devido as ações de proteção, preservação e fiscalização que possibilitaram a regeneração natural dos ecossistemas. Um exemplo é a região do litoral, maior reserva de vegetação natural remanescente no estado, onde o acréscimo foi de 101.720 hectares, o maior registrado entre as áreas onde houve recuperação. Lá o Projeto de Preservação da Mata Atlântica (uma parceria entre os governos de São Paulo e da Alemanha) é o principal responsável pela recuperação. Foram investidos R$ 73 milhões no programa nos últimos cinco anos.



No total, o estudo mostra um acréscimo de 190.170 hectares de vegetação. Mesmo assim, em várias regiões verificou-se redução da cobertura vegetal num total de 73.404 hectares. É o caso de Araçatuba onde houve a maior queda: 20,82%. O levantamento de 1990 mostrava 77.692 hectares diante dos 61.516 atuais.

Na região de Sorocaba, onde está localizada a segunda maior área remanescente, com 713.927 hectares, o desmatamento foi de 48.905 hectares em 2001, comparando-se com 1991, quando existiam 762.832 hectares. A redução na cobertura foi de 6,41%.