O ano de 2008 mostrou muitos contrastes na economia mundial, que acabaram se refletindo diretamente em vários segmentos da economia nacional. Na indústria de base florestal não foi diferente. O setor como um todo bateu um recorde em exportações, atingindo US$ 9,58 bilhões, representando um aumento de 5,3% sobre os US$ 9,07 conquistados no ano anterior. O aumento foi puxado unicamente pelas exportações de papel e celulose.
As vendas externas de papel e celulose deram um pulo considerável de 23%, chegando a US$ 5,83 bilhões em 2008. Já o setor da madeira sofreu sentido contrário. Apresentou uma queda de 17,3%, ficando em US$ 2,76 bilhões, mediante os US$ 3,33 bilhões conquistados no ano anterior. O setor de móveis teve leve queda de 2%, chegando a US$ 987 milhões, considerando-se todo o capítulo 94 da NBM.
O estado de São Paulo ainda é o maior exportador do complexo base florestal, sobretudo devido a sua forte presença exportadora no item papel. No ano passado suas exportações na área totalizaram US$ 1,89 bilhão. Também decorrente da mudança no perfil das exportações do setor, o estado da Bahia foi o segundo maior exportador, com US$ 1,55 bilhão, basicamente concentrado em celulose. Logo após vem o estado do Paraná, que possui expressiva participação nas vendas externas de madeira. No total exportou US$ 1,44 bilhão em produtos de base florestal, sendo somente em madeira US$ 866 milhões.
Entre os países importadores os Estados Unidos ainda é nosso principal parceiro comercial externo, mas vem caindo muito nos últimos anos. Do total exportado pelo complexo do setor florestal, 20% é destinado aos Estados Unidos, o que totalizou no último ano US$ 1,96 bilhão. Na seqüência vem Holanda, com um total de 951 milhões, a China, com US$ 834 milhões, a Bélgica, com US$ 630 milhões, e a Argentina, com US$ 564 milhões.
A grande queda foi sentida nas exportações de produtos de madeira. As exportações de US$ 2,76 bilhões apresentaram uma redução de 17,3% em relação ao ano anterior. A dependência dos Estados Unidos como principal país importador favoreceu esta queda. As exportações para aquele país caíram em 30% no último ano, chegando a US$ 782 milhões - 27% do volume total, percentual que em outros anos já chegou a 50%.
A madeira serrada continua sendo o mais importante item exportado, embora tenha tido uma redução de 26%, ficando em US$ 679 milhões, diante dos US$ 926 milhões do ano anterior. Os painéis de madeira compensado também tiveram queda de 9%, ficando em US$ 632 milhões, e a madeira perfilada, totalizou US$ 558 milhões, também com uma queda de 12,8% em relação ao ano anterior.
As maiores quedas, entretanto, ficam com painéis de madeira, com redução de 44,8%, e totalizou apenas US$ 26 milhões, juntamente com lâminas e folhas de madeira, que caiu 36,6%, ficando em US$ 55,9 milhões, e janelas e portas, que teve queda nas exportações em 23%, totalizando US$ 403 milhões.
Poucos itens tiveram crescimento e entre eles está cavaco de madeira, que aumentou 21% de ano para outro, totalizando US$ 142 milhões em 2008, o mesmo acontecendo com madeira par armações e ferramentas, com crescimento de 6 %, totalizando US$ 45 milhões.
Neste item o maior estado exportador é o Paraná, detendo 31% do total exportado, com US$ 866 milhões. O Pará é o segundo estado exportador com 22% e Santa Catarina figura como terceiro, com 18%.
Como mercados importadores, após os Estados Unidos aparecem a França, com US$ 193 milhões, o Reino Unido, com US$ 162 milhões, a Bélgica, com US$ 156 milhões, e a Holanda com US$ 132 milhões, todos com queda em relação ao ano anterior. A maior redução, entretanto aconteceu com Espanha, que teve redução nas importações em 46%, chegando a apenas US$ 87 milhões.
Mudança de mercados
No setor de papel e celulose as exportações em 2008 chegaram a US$ 5,83 bilhões, representando um aumento de 23% sobre o ano anterior. A maior alta foi de pasta e celulose, com 29% de aumento, o que totalizou vendas externas de US$ 3,9 bilhões, enquanto que papel e papelão chegaram a US$ 1,9 bilhão – aumento de 12,7%.
No caso de celulose o maior estado exportador passou a ser a Bahia com 35%, o que representou um volume de US$ 1,36 bilhão no ano passado. O estado do Espírito Santo vem em seguida com 26% do total, e Minas Gerais com 15%. E como principais importadores continuam os Estados Unidos como primeiro, com US$ 791 milhões, e na contramão de outros segmentos teve aumento de 27% de um ano para outro; a Holanda como segundo principal mercado, com US$ 787 milhões; a China como terceiro, com US$ 690 milhões e a Bélgica como quarto mercado, com US$ 426 milhões.
Já em papel e papelão o principal estado exportador é São Paulo, com 54%. Na seqüência vem o Paraná com 23% e Santa Catarina com 11%. A Argentina é o destino principal de nossas vendas externas, chegando a US$ 406 milhões no último ano. A seguir vem os Estados Unidos, com US$ 235 milhões em importações, o Chile, com US$ 126 milhões, e a Venezuela, com US$ 84 milhões.
No segmento de móveis as vendas externas também não foram positivas. Embora pequeno, o setor sentiu uma queda de 2% nas exportações em 2008, totalizando US$ 987 milhões, considerando-se o capítulo 94 da NBM. Considerando-se apenas o item móveis residências e de escritório o valor das exportações foi de US$ 766 móveis.
Do total exportado o item móveis para quarto representa 30%. No último ano este item foi responsável por US$ 289 milhões em exportações. Móveis diversos de madeira totalizaram US$ 297 milhões, com expressiva participação ainda de assentos e suportes, com US$ 201 milhões, móveis para cozinha, com US$ 53 milhões.
O principal mercado importador continua sendo os Estados Unidos, mas apresentou uma significativa queda de 35% em relação ao ano anterior. As vendas para os Estados Unidos no último ano atingiram US$ 160 milhões. A Argentina passou a ser o segundo maior país importador, totalizando US$ 115 milhões em compras. Vem a seguir a França, com US$ 93 milhões, o Reino Unido com US$ 72 milhões, e despontou com crescimento de 62% as vendas para Angola, que chegaram a US$ 72 milhões.
O estado de Santa Catarina continua sendo o principal exportador. Em 2008 sofreu uma forte crise devido a variação cambial e retração do mercado norte-americano. Mesmo assim, ainda representa 32 % - mas já chegou a deter quase a metade – de todas as exportações de móveis do Brasil. O Rio Grande do Sul aparece como segundo estado exportador, com 29%; São Paulo com 17% e Paraná com 12%.
Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira