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Notícias

03
fev
2011
(MADEIRA E PRODUTOS)
O Mundo dos Eucaliptos - Estado do Tocantins - Brasil
Tocantins é o mais novo estado brasileiro, tendo sido oficialmente criado em 1988, pelo desdobramento do estado de Goiás. Sua extensão territorial é importante, pois são 277,6 mil quilômetros quadrados, maior que muitos países conhecidos e admirados no setor florestal, como Uruguai, Nova Zelândia e Portugal. Desses 27,76 milhões de hectares, cerca de 7 milhões correspondem a pastagens e 3 são de formações florestais. Para uma área tão grande, temos uma diminuta população - cerca de 1,38 milhões de habitantes conforme o censo brasileiro de 2010. A maioria vive em cidades de médio porte, inclusive a bela, projetada e moderna capital Palmas, com seus 228.000 habitantes. Outras cidades importantes e bases para o desenvolvimento florestal do estado são: Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso do Tocantins, Tocantinópolis, São Miguel do Tocantins, Palmeirópolis, Miracema do Tocantins, etc. O estado é privilegiado pela segunda maior rede hidrográfica do Brasil, em função da presença dos rios Tocantins e Araguaia. A sua localização, o clima, a vegetação e a geografia conduzem a formações naturais de raras belezas, como a região do Jalapão, o Parque Nacional do Araguaia e a ilha do Bananal. A maior parte das terras (cerca de 88%) está inserida no Bioma Cerrados, com terrenos planos a ligeiramente ondulados. Cerca de 80% são terras muito favoráveis à agricultura, pois a topografia facilita a mecanização e são de baixo custo para aquisição. Ainda se compra um hectare de terra para plantações florestais por valores entre 600 a 2.500 reais, em função da fertilidade e aptidão agrícola. Por essas razões todas, o enorme interesse despertado no estado para o crescimento da produção agrícola (cana-de-açúcar, sorgo e grãos) e silvicultural (eucalipto, Acacia mangium, teca, seringueira, Pinus tropicais, neem indiano, etc.).
O estado do Tocantins localiza-se na região centro-norte do Brasil, sendo limítrofe aos estados do Maranhão, Piauí, Pará, Bahia, Mato Grosso e Goiás. Junto aos estados do Maranhão e Piauí, o Tocantins constitui hoje a região que vem sendo denominada de MaPiTo, considerada a nova fronteira florestal brasileira e a região onde mais cresce o agronegócio no país. Além desses três estados, também Bahia, Goiás e Pará são estados importantes para a eucaliptocultura brasileira e serão em futuro próximo lhes apresentados no nosso Mundo dos Eucaliptos, como já foi o caso do Mato Grosso e do Piauí.

Apesar da predominância do cerrado brasileiro como elemento de biodiversidade, o estado também abriga importantes áreas de vegetação de florestas tropical e equatorial, em sua região norte. No norte do estado, na região conhecida como "Bico do Papagaio", há muita tradição de cultivo e produção de babaçu para extração da amêndoa e produção de carvão vegetal, sendo Tocantins um dos estados brasileiros líderes nesse tipo de extração da silvicultura. As cidades tocantinenses de Tocantinópolis, Araguatins e Babaçulândia são renomadas por esse tipo de produção. Já a região oeste, próxima ao Pará é mais chuvosa em relação às regiões central e leste, mostrando aptidões agrícolas e florestais distintas.

A economia do estado é quase que exclusivamente dependente da agricultura, extrativismo vegetal e mineral (calcário, dolomita, ferro, níquel, cobre, ouro, etc.) e da pecuária. A indústria é de pequena dimensão, mais voltada para o consumo doméstico. Tocantins ainda tem baixa vocação para exportações, mas existem enormes expectativas para a chegada de novos tipos de industrializações, em especial às voltadas ao uso da madeira como matéria-prima. Fala-se com entusiasmo na atratividade que o estado tem para a indústria de celulose e papel, madeira serrada e mobiliários, painéis de madeira, péletes e briquetes energéticos, assim como para a siderurgia com base no carvão vegetal.

Visto que já existe forte crescimento recente da área de plantações florestais para suprimento de madeira industrial nos estados do Maranhão e do Piauí, o estado de Tocantins entrou como "caroneiro de luxo" nesse importante segmento do agronegócio brasileiro. Atualmente, há forte ênfase para o crescimento da silvicultura do eucalipto em diversas regiões do estado. Por isso mesmo, as expectativas são de que no Tocantins os eucaliptos venham a ser plantados em ritmos imbatíveis na taxa anual de plantios. O eucalipto, por sua rusticidade, rapidez de crescimento e retorno de resultados aos investidores tem sido a grande aposta dos produtores rurais e dos governos locais nesse momento econômico do estado. Todos os estudos mostram que o eucalipto gera mais empregos, renda e lucros do que a pecuária, até hoje a grande força motriz do agronegócio no Tocantins. Mas os tempos são de mudanças, os próprios pecuaristas estão dispostos a investir em sistemas silvipastoris integrados ou não à agricultura. Já há até mesmo a denominação de "boi verde" para os animais criados nesses sistemas agroflorestais. Além do eucalipto, também a teca, os Pinus e a seringueira estão se firmando como alternativas viáveis e promissoras. Isso sem esquecer de todas as esperanças depositadas na cultura da cana-de-açúcar para se tornar fonte de matéria-prima importante para produção de bioetanol.

O estado do Tocantins tem sido fortemente promovido pelo governo estadual através de suas secretarias do planejamento (SEPLAN) e agricultura/pecuária/abastecimento (SEAGRO). A atratividade do estado para as plantações florestais são relatadas como devidas a:

• terras disponíveis e de baixo custo;
• terras de topografia especialmente orientada à mecanização na silvicultura;
• extensas áreas de terras de pastagens degradadas e erodidas, em que a silvicultura poderá ajudar na recuperação das mesmas;
• vegetação pobre cobrindo essas áreas, o que facilita o preparo de solo e minimiza impactos ambientais decorrentes de desmatamentos, ainda que legalmente autorizados em alguns casos;
• clima razoavelmente propício, com boa precipitação, variando entre 1.100 a 2.200 mm ao ano. Entretanto, há regiões com déficit hídrico pronunciado (cerca de 4-6 meses sem chuvas)
• insolação abundante, especialmente no verão seco, onde praticamente não existem impedimentos à luz solar por nuvens; - entretanto, a evapotranspiração é alta pela temperatura do solo, baixa umidade relativa do ar e fortes ventos.
• ausência de grandes restrições ambientais e sociais, como as que ocorrem na Região Amazônica e na Mata Atlântica - os ecossistemas protegidos e as reservas indígenas/quilombolas são poucas e bem delimitadas e a área de floresta tropical a ser preservada é mínima. Já existe forte antropização na região devido à pecuária extensiva, exatamente a terra em que mais os empreendimentos florestais estão focados.
• boas perspectivas para melhoria na infra-estrutura de transportes, com a expansão da ferrovia norte-sul e do sistema de hidrovias nos rios Tocantins e Araguaia.
• razoáveis expectativas de produtividade nas florestas de eucalipto (entre 35 a 40 m³/ha.ano), com chances de maiores crescimentos em função da adaptação de novos clones às regiões locais. Até o momento, os clones sendo introduzidos têm sido obtidos de empresas que os melhoraram para regiões nos estados do Pará, Maranhão, Amapá, Bahia e até mesmo Minas Gerais e Espírito Santo.
• forte apoio governamental e grande interesse da sociedade local para os empreendimentos da silvicultura.

Em 2006, existiam 13.000 hectares de florestas plantadas de eucalipto para um total de 16,6 mil hectares totais de plantações florestais. Em 2009, já se tinham 44,7 mil hectares de eucaliptos, para 49,6 mil de todas as florestas plantadas no estado. Em 2010, as projeções são de 52,7 mil hectares de eucaliptos; 1,37 mil hectares de seringueira; 2,19 de teca e 0,85 de Pinus tropicais. Portanto, a área total da silvicultura no estado em 2010 deve atingir cerca de 58 mil hectares. Entretanto, com a chegada de novas e poderosas empresas florestais, as expectativas são de que em 2011 essa área de florestas plantadas cresça para cerca de 200.000 hectares e em 2016 atinja, otimisticamente, cerca de 540.000 hectares. A produção de uma área florestal tão grande e em pouco espaço de tempo estará a demandar desafios enormes, um dos quais é a própria disponibilidade de mudas de qualidade para atender a essa demanda. Os dados da SEAGRO projetam uma área de 530.000 hectares de eucaliptos para 2016 - se são apenas sonhos ou se o trabalho árduo vai concretizar essas metas isso o tempo vai-nos mostrar. Fácil não será, mas não está faltando entusiasmo e motivação - tampouco apoio político e institucional. As regiões do Bico do Papagaio e as cidades de Araguaína, São Miguel do Tocantins e Ponte Alta do Tocantins já mudaram sua forma de vida e o otimismo é grande para esse desenvolvimento florestal. Muitas outras cidades do estado também mantêm mesmas expectativas.

Além da produção de madeira para novos usos industriais, as plantações são esperadas para substituir o uso predatório da lenha que é extraída de forma extensiva das formações arbóreas naturais. O IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística registra que a cada ano são explorados cerca de um milhão de metros cúbicos de lenha no estado, praticamente toda extraída de recursos naturais. Ou seja, a silvicultura terá também a missão de estancar essa sangria do verde natural. Infelizmente, a destinação a essa madeira natural ainda é para madeira energética e para produção de carvão vegetal para abastecer a siderurgia e as usinas de ferro-gusa no estado vizinho do Maranhão.

Dois fatos muito relevantes aconteceram em novembro de 2010 e de forma concomitante. Na cidade de Palmas, ocorreu um importantíssimo evento florestal - o Tocantins Florestal - 1º Congresso Florestal do Tocantins, que serviu para consolidar as idéias e agrupar as lideranças empresariais, políticas e institucionais do estado em favor da silvicultura. Nesse evento ocorreu o segundo fato vital destinado ao sucesso: a criação da ARETINS - Associação dos Reflorestadores do Tocantins, com a finalidade de atuar como associação de classe, defendendo e promovendo as plantações florestais para o Tocantins.

Entretanto, ao mesmo tempo que existe otimismo, esperanças e entusiasmo, existem barreiras e dificuldades a serem vencidas, bem como existem compromissos com a sustentabilidade dessa atividade florestal que precisarão ser honrados.O Bioma Cerrado é um dos biomas mais ameaçados do país. A forma como ele tem sido agredido pelos pecuaristas, agricultores e até mesmo silvicultores de segunda categoria é assustadora. Anualmente, milhares de hectares do bioma cerrado são queimados no Tocantins apenas com a finalidade de estimular a brotação de um capim ralo para a formação de um pasto um pouco mais verde, mas muito pobre para o gado comer. Essa cultura precisa mudar com a chegada da silvicultura. Eu que conheço o Tocantins, já vi com tristeza, muitos hectares de cerrado em chamas. Uma lástima ou um crime ambiental, como preferirem. Tenho esperanças que isso seja minimizado com a chegada das plantações florestais. Em geral, a silvicultura utiliza exatamente áreas de pastagens degradadas, de mais fácil e barato preparo do solo. Também a silvicultura tem respeitado o Código Florestal Brasileiro e a legislação ambiental pertinente - com isso, ela tem protegido e recuperado entre 35 a 50% da área total do empreendimento florestal. Isso pode ser uma excelente alternativa para redução do extrativismo e para aumentar as áreas conservadas e preservadas de cerrados.

O cerrado brasileiro é um dos tipos mais valentes das formações vegetais que existem. Sua biodiversidade é absolutamente notável. Suas plantas são resistentes ao déficit hídrico, ao fogo e agüentam pastejo intensivo. Muitas plantas possuem lignotúbers e resistem a condições de extrema pobreza de solo e agressões de toda sorte. Também o banco de sementes nos cerrados é exuberante. Enfim, o cerrado é valente, mas não é milagroso. Se a agressão for constante e intensa, ele acabará sendo vencido e desaparecerá, deixando um enorme passivo ambiental para as gerações futuras.

Tenho expectativas de que a silvicultura de boa base tecnológica e com compromissos das lideranças florestais em certificar suas plantações possa ajudar na preservação e reabilitação de extensas áreas de cerrado. Entretanto, tenho preocupações também, e muitas. Sempre que chegam novos entrantes em um negócio em regiões pioneiras, os compromissos ambientais e sociais dos novos atores podem não serem os mesmos que os desenvolvidos ao longo de décadas pelo setor de florestas plantadas no Brasil. Por isso, ao mesmo tempo que tenho fé de que tenhamos uma boa silvicultura e com adequado nível de sustentabilidade no Tocantins, manterei os olhos vivos e a pena da caneta esperta, para ajudar a manter a qualidade sócio-ambiental do que aprendemos a fazer na engenharia florestal do Brasil. Conto ainda com o importante papel do órgão ambiental do estado, o NATURATINS - Instituto Natureza do Tocantins, que vem cuidando com rigor dos estudos de impacto ambiental e licenciamentos das áreas para receber as plantações.

Apesar de todas as vantagens até agora mencionadas para o Tocantins, há muitos outros desafios e barreiras a serem vencidas, tais como:

• disponibilização de mudas com qualidade genética e silvicultural nas enormes quantidades demandadas para essa formação e expansão da base florestal;
• adaptação e adequação das técnicas de manejo florestal para as condições locais (solos, climas, vegetação natural do sub-bosque, etc.);
• desenvolvimento de material genético propício e adaptado para as condições locais em suas especificidades;
• garantias de ritmos de crescimento que sejam atrativos, no mínimo entre 40 a 45 m³/ha.ano de madeira com casca ao invés dos esperados 30 a 35, quando no caso de plantios com menor agregação tecnológica;
• melhoramento dos levantamentos locais de clima, solo, vegetação, cartas de evapotranspiração, etc.;
• monitoramento e prevenção de danos fitossanitários por entrada de pragas e doenças, como fungos (exemplo: Ceratocystis fimbriata, etc.) e insetos-pragas (formigas cortadeiras, besouros desfolhadores, percevejo bronzeado, etc.).

As coisas estão acontecendo muito rapidamente no Tocantins, apesar dos reclamos dos empresários que gostariam de mais agilidade e desburocratização. Sou de opinião que pelo bem da precaução, em situações de dúvidas para regiões pioneiras, maiores estudos e exigências em compromissos ambientais e sociais devem ser praticados e exigidos. Entretanto, isso não é motivo para procrastinações intermináveis.

A silvicultura clonal do eucalipto está chegando ao Tocantins através de diversas empresas com adequados níveis tecnológicos. Também os sistemas agroflorestais estão a exigir estudos e pesquisas, já que para os SAF reconhece-se que cada propriedade rural tem exigências peculiares e demandam projetos específicos. Diversas empresas consideradas modernas já estão atuando no Tocantins, ampliando sua base florestal. Também na área de produção de mudas florestais o crescimento deverá ser enorme - se mantidas as projeções de cerca de 80.000 hectares de plantações novas por ano, serão demandadas cerca de 150 milhões de mudas de eucaliptos ao ano.

Há que se colocar muita atenção, pesquisas e sérios compromissos das lideranças e dos técnicos florestais, quando se tem como objetivo implantar áreas cultivadas com espécies de alto nível fotossintético e de exigências em água e nutrientes. A situação ideal é o desenvolvimento de clones melhorados para tolerância ao déficit hídrico e baixas exigências nutricionais e hídricas. Outras necessidades dizem respeito ao manejo silvicultural em solos recebendo altas insolações, grande oxidação da matéria orgânica, evapotranspirações e exportações de nutrientes. Portanto, um dos pontos mais críticos a desafiar um estado sem tradição e educação/inovação em engenharia florestal é desenvolver isso tudo e em curto espaço de tempo. De onde virá essa massa crítica é um dos grandes temas a desafiar as lideranças empresariais e as autoridades locais. A engenharia florestal é uma carreira nova e ainda sem grandes tradições na educação e na pesquisa no Tocantins.

O Governo do Estado do Tocantins está buscando dar atratividade ao setor florestal, favorecendo a desburocratização e acelerando os processos de licenciamento, mas isso deve ser feito sem perder a qualidade nas avaliações ambientais e nas fiscalizações dos novos empreendedores florestais, inclusive dos produtores rurais. Se o objetivo do governo estadual é retirar o Tocantins da era do extrativismo vegetal, isso deve ser feito com qualidade e responsabilidade. Não podemos trocar um modelo extrativista perverso por outro sem responsabilidades em relação à sustentabilidade.

Uma das metas atuais do governo é incentivar um processo de industrialização a médio prazo para consumir a madeira que será produzida pela base florestal em processo de implantação atual. Não há de forma alguma intenção de se plantarem florestas apenas para se produzir carvão vegetal para suprir a siderurgia de estados vizinhos. Acredito que esse tipo de compromisso do governo tem ficado bem explicitado nos fóruns onde existem debates sobre o futuro florestal do Tocantins. O interesse é pela atração primeiro das florestas plantadas e depois de empresas consumidoras das madeiras dessa base florestal formada. Se essa base não for criada, não haverá madeira e tampouco atratividade para empreendimentos industriais.

Caberá ao governo estadual importante papel para atrair investimentos, fortalecer a infra-estrutura, fortalecer os estudos básicos, agilizar as decisões e fiscalizar tanto o uso dos recursos disponibilizados, como a atuação sócio-ambiental dos empreendimentos. Também, o governo tem em suas mãos a meta de transformar em realidade o sonho do Tocantins ser de fato a nova fronteira florestal e o eldorado do agronegócio brasileiro. Isso necessariamente não precisa ser feito tão somente pelo governo, mas pelas parcerias com a iniciativa privada, as universidades públicas e outras entidades de dentro e de fora do estado.

Uma coisa vital para o estado é a criação ou fortalecimento de instituições de ensino e pesquisa florestal. Por sorte, já existem boas universidades em agronomia e um recentemente criado curso de engenharia florestal, o que pode ser o embrião para o nascimento de centros de pesquisas florestais. Isso não pode ficar apenas na graduação - são das teses e dissertações acadêmicas que têm saído grande parte das pesquisas que orientam e sugerem caminhos ao setor florestal do eucalipto no Brasil.

Por tudo aquilo que vimos até agora, pode-se claramente definir o estado do Tocantins como uma região pioneira, onde as oportunidades existem e são inúmeras, mas os riscos também. Existem fatores importantes a serem trabalhados e que podem afetar a competitividade e a atratividade futura desse negócio, tais como:

• insuficiência de mão-de-obra florestal qualificada, em todos os níveis, desde operacional ao superior;
• baixa produtividade do trabalhador florestal;
• insuficiência de insumos tecnológicos;
• alto custo do reflorestamento (entre 3.500 a 4.500 reais por hectare implantado ao segundo ano);
• forte dependência das taxas de retorno dos investimentos em relação aos incrementos em produtividade florestal ainda não completamente comprovados;
• infra-estrutura rural deficiente;
• potencial de serem feitos desmatamentos, até mesmo porque a legislação permite isso para o cerrado em certas proporções, com fortes reflexos em rejeições desse modelo por entidades ambientalistas locais, nacionais e internacionais.

Uma coisa é absolutamente certa - quanto maior for a biodiversidade entre clones e espécies de árvores plantadas e de natureza preservada, bem como dos sistemas integrando lavoura-pecuária-florestas, menores serão os riscos que as monoculturas poderão oferecer. Apesar dessa estar sendo a meta compromissada pelo poder público, está ainda faltando um plano florestal amplo e negociado e um zoneamento da silvicultura consensuado entre as partes interessadas da sociedade, da mesma forma como existem para outros estados do país. Já que estamos querendo começar a silvicultura clonal do eucalipto no estado do Tocantins, nada mais lógico do que começar com o que há de melhor. E fazendo isso sem atrapalhar ou retardar os investimentos, apenas qualificá-los para melhor.

Todos esses planos precisam ser muito bem casados para evitar que as florestas plantadas atinjam a idade de colheita sem terem mercado local, o que seria extremamente desanimador e frustante aos investidores, principalmente para os pequenos e médios produtores florestais.

Tudo o que será necessário e vital ao Tocantins Florestal exigirá mais debates, fóruns especializados e compromissos. As parcerias governo - setor privado - setor ambientalista - academia têm tudo a ver com a criação desse futuro. Quem estará disposto a cooperar? Tenho hoje visto muitas empresas sempre a reclamar de falta de tempo e de recursos. Ora, como construir um futuro sustentável se não for através de busca de caminhos de sucesso que envolvam as partes interessadas? Tempo e recursos precisam ser encontrados - e urgentemente. Quanto mais cedo, melhor.

Definitivamente, queremos que a silvicultura no Tocantins seja vitoriosa e entendida por todos como sendo praticada em um estado verde, limpo, natural e fotossintético; também tão brilhante como a estrela Adhara que ilumina a bandeira desse estado.


Para conferir a edição completa basta acessar: http://www.eucalyptus.com.br/newspt_dez10.html#quatro

Fonte: http://www.eucalyptus.com.br/newspt_dez10.html#quatro/Painel Florestal

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