Com o auxílio de adesivos pode-se obter um grande número de produtos derivados da madeira. Por exemplo, peças de dimensões limitadas podem ser utilizadas na confecção de gigantescos elementos estruturais na forma de madeira laminada colada. As normas norte-americanas D905-98 – e D2339 – 98 - versam sobre os procedimentos para determinação da capacidade de adesão da madeira e ambas exigem que entre os resultados dos testes sejam reportados a resistência das juntas coladas e o porcentual de falha na madeira, bem como a variabilidade destes resultados.
Ainda segundo as normas ASTM D2559-99 – e D5771-99 - que fornecem, respectivamente, as especificações exigidas para os usos estrutural e não-estrutural de componentes de madeira colada, as amostras testadas devem apresentar pelo menos 75% de falha na madeira no primeiro caso e 60% no segundo. Valores altos para o porcentual de falha na madeira são indicativos de boa qualidade na adesão, pois demonstram que a coesão do adesivo e a resistência da interface adesivo-madeira são mais altas que a resistência da própria madeira. Assim, o dimensionamento de produtos em que sejam empregadas colagens pode utilizar com segurança as propriedades da madeira como base para cálculos.
Por outro lado, falhas baixas indicam que a utilização da madeira não está sendo otimizada com a aplicação do adesivo em teste, já que a ruptura ocorre com tensões menores que a resistência da madeira. Em última instância, a reprodutibilidade dos resultados de resistência das juntas e do porcentual de falha na madeira é que indicará a adequação do uso de um determinado adesivo para a colagem de uma determinada espécie de madeira. Investigações acerca das condições de colagem como temperatura, pressão, tratamento das superfícies, entre outros, podem melhorar o desempenho da adesão.
A norma D5266-99 descreve a técnica de medição das áreas de falha na madeira. Nessa técnica emprega-se uma rede de quadrículas traçada sobre um material transparente. Contudo, esta avaliação, além de demandar muito tempo, ainda é realizada com muita subjetividade.
Em diversas áreas do conhecimento têm-se empregado técnicas de processamento e análise de imagens, visando a automatização de rotinas laboratoriais, o controle de qualidade na indústria etc. Esses sistemas de visão artificial, na maioria dos casos, utilizam a segmentação do objeto de interesse na imagem original como uma das primeiras etapas no processamento da imagem.
Diversas são as técnicas de segmentação utilizadas com base no valor numérico de cada pixel, na análise de textura e no histograma da imagem. A limiarização, que tem sido a mais utilizada, visa a obtenção de uma imagem binária, segmentando a cena original em objetos de interesse e fundo com base em um determinado valor da escala de cinza, o limiar. A definição desse limiar é dependente das características da cena. Diferentes algoritmos para determinação automática desse limiar têm sido propostos e testados.
O desenvolvimento de uma técnica que conferira maior rapidez e exatidão à avaliação da falha na madeira pode trazer benefícios para as pesquisas relacionadas à adesão da madeira e para as indústrias de derivados da madeira que empregam adesivos em seus produtos, como na fabricação de compensados, painéis sarrafeados e madeira laminada colada. Tais indústrias necessitam realizar este tipo de teste no controle de qualidade de seus produtos, e a disponibilidade de equipamentos e programas de computador especialmente projetados para determinação da falha na madeira pode ser de grande auxílio. |