A abertura ao investimento estrangeiro alterou a forma como os investidores internacionais encaram uma ligação com a Índia. Hoje, apesar dos seu baixo rendimento per capita, é a quinta maior economia do mundo devido aos seus cerca de 1,08 bilhão de consumidores. Entre as vantagens está uma força de trabalho que, em determinados setores é altamente qualificada e flexível. É internacionalmente reconhecida a qualidade da engenharia e, em particular, do software indiano.
A Índia possui taxas salariais competitivas; recursos agrícolas e minerais abundantes; uma das maiores e mais diversificados indústrias transformadoras do mundo; um setor privado dinâmico e um setor financeiro maduro; incentivos fiscais e estabilidade política; um sistema legal e contabilístico sofisticado e um ambiente empresarial de liberdade de entrada, investimento, localização e escolha de tecnologias.
Por outro lado, algumas das mais evidentes desvantagens são: insuficiência de infra-estruturas (falhas de energia, congestionamento dos portos, inadequação das estradas e caminhos de ferro), complicações burocráticas na aprovação de novos negócios, barreiras à saída dos mercados e controle à importação de bens de consumo.
Apesar disto, o saldo é bastante positivo e a Índia está a tornar-se um país de negócios cada vez mais atraentes, com a maioria dos países industrializados a expandir rapidamente a sua presença comercial no país.
Enfim, com um bilhão de habitantes, a Índia, em conjunto com a China, tenderá a ser um dos países que ainda neste século terão maior produto global, ainda que com um rendimento per capita relativamente baixo(pouco mais de USD 400).
Do conjunto do país destacam-se as suas cidades mais populosas:
Bombaim (rebatizada para o nome mais indiano de Mumbai): 13 milhões de habitantes;
Calcutá: 11 milhões;
Delhi: 8.5 milhões;
Madras: 5.5 milhões;
Hyderabad: 4.3 milhões; e
Bangalore, a Sillicon Valley indiana: 4 milhões.
A economia da Índia é dominada por um grupo de grandes grupos de base familiar com nomes como Tata, Ambani, Birla, Thapar, Goenka, etc. Porém, a imensidão do país e a natural facilidade de muitos indianos para o negócio fizeram surgir um número enorme de empresas de todas as dimensões, muitas delas com uma gestão moderna e que podem ser encaradas como um parceiro essencial para a penetração no mercado local.
Na verdade, apesar de o inglês ser largamente utilizado, o nacionalismo econômico que ainda caracteriza, em muitos domínios, a política econômica e a legislação de negócios do país bem como, claro, o conhecimento do mercado local, da língua nacional (o hindi) e de uma das inúmeras línguas regionais, aconselham a que se procure um parceiro local. O mais difícil será a escolha.
Missão empresarial
Com o intuito de identificar parceiros comercias para o setor, pela primeira vez um grupo de empresas brasileiras ligadas ao segmento de madeira e móveis realizou uma missão empresarial, com foco em negócios, para a Índia. É um mercado ainda desconhecido para as empresas brasileiras do setor, mas com grande potencial de vendas de produtos de madeira, móveis, portas, compensado, decking e acessórios .
A Índia importa por ano US$ 102 bilhões em produtos diversos, sendo que do Brasil as importações superam pouco mais de US$ 1 bilhão. Somente em madeira, a Índia importa mais de US$ 1 bilhão de países da Ásia, França, Itália, Espanha, Alemanha.
A missão empresarial brasileira, organizada pelo Sindimadeira, com o apoio da APEX-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos), reuniu 14 empresas de diversos estados, que participaram com um estande especial coletivo na feira Índia Wood 2006, de 16 a 20 de fevereiro. O evento reuniu mais de 300 expositores e atraiu cerca de 40 mil visitantes da Índia e países da Ásia e Oriente Médio.
Paralelamente ao evento, a missão empresarial também contou com duas rodadas de negócios: uma realizada na cidade de Bangalore e outra na cidade de Mumbai. Em cada encontro de negócios estiveram presentes cerca de 30 importadores daquele País, iniciando um promissor intercâmbio para a efetivação direta de negócios.
Na visão dos empresários presentes, o mercado da Índia para produtos de base florestal é altamente promissor com efetivação de negócios imediatos. A grande procura é por produtos de madeira (portas, pisos, artefatos, compensado, serrados), mas o móvel brasileiro também desperta interesse. A produção local caracteriza-se por baixa produtividade e produção bastante artesanal. O mercado consumidor está crescendo rapidamente, embora ainda existam muitos focos de pobreza.
Com uma taxa de crescimento demográfico de 1,9% anuais, a população indiana será maior do que a chinesa, antes do ano 2050. A Índia tem 56% da população maior de 15 anos alfabetizada. A expectativa de vida é de 62,9 anos: 62,2 anos para os homens e 63,5 anos para as mulheres e o Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,571. Este desenvolvimento representa oportunidades comercias para países como o Brasil, inclusive no setor de base florestal.
A Índia é uma república parlamentarista, com 28 estados e sete uniões territoriais. O sistema político multipartidário inclui partidos nacionais e regionais. Os principais partidos políticos são os do Congresso e o do Povo Indiano (BJP). O sistema legislativo é bicameral e sua constituição de 1950.
Na estrutura do PIB a participação do setor primário é de 28%, da indústria de 26% e dos serviços de 46 %. A força de trabalho é constituída de 441 milhões de indianos, com 67% na agricultura, 18% nos serviços e 15% na indústria.
Os principais recursos naturais são carvão, minério de ferro, manganês, mica, bauxita, cromita, tório, calcário, baritina, minério de titânio, diamantes e óleo cru. A agricultura produz trigo, arroz, cana-de-açúcar, sementes oleaginosas, batatas, açúcar, algodão, juta, chá, gado, búfalo, ovelha, cabras, aves e peixes. A indústria produz têxteis, alimentos processados, aço, máquinas, equipamentos de transporte, cimento, alumínio, fertilizantes, produtos minerais, petróleo, produtos químicos e softwares.
A imensidão da Índia
Muitos descrevem a Índia como um continente, pois o país ocupa 3,9 milhões de Km² . Ao norte encontra-se a China, Nepal e o Butão, ao noroeste, o Afeganistão e o Paquistão e ao leste, Myanmar e Bangladesh. O Estreito de Palk e o Golfo de Mannar separam a extremidade delgada do país da Ilha de Sri-Lanka.
Ocupando 2.400 quilômetros ao longo de toda a fronteira do norte, do Nó de Pamir no nordeste ao vale de Bramaputra no leste, encontra-se a cordilheira mais jovem do mundo (60 milhões de anos de existência) o Himalaia, no qual se encontra o pico mais elevado do mundo - o Monte Evereste.
Entre o Himalaia e o Planalto do Decâno encontra-se a fértil planície Indo-Gangética. Ao leste, o Rio Bramaputra junta-se ao Rio Ganga num delta conjunto, sendo o maior do mundo e conhecido pelas suas ricas florestas e manguesais. Ao leste, aninhadas na Baia de Bangala, encontram-se as Ilhas de Andaman e Nicobar, enquanto a oeste, no Mar Arábico os anéis de corais formam as Ilhas de Lakshadweep.
Nas regiões do norte os invernos são frios, no sul são agradáveis, estando próximo ao Equador. Os verões são quentes, onde as temperaturas atingem 47ºC em algumas partes. A estação chuvosa ocupa aproximadamente os meses de junho a agosto.
Com uma grande variedade de condições climáticas - do tórrido ao ártico, a Índia possui uma vegetação rica e variada. Existem cerca de 45.000 tipos de plantas e arbustos, constituindo 7% da flora mundial. Com 81.000 espécies, a Índia tem 6.5% da fauna do mundo. Existem atualmente 80 parques nacionais e 441 santuários de vida selvagem.
Os estilos de vida, costumes, tradições e crenças religiosas variam. Na verdade, não há uma característica indiana limitada, mas uma rara catolicidade. As pessoas são unidas, aceitando estilos e crenças individuais. A maioria dos indianos são hindus, mas os muçulmanos, sikhs, cristãos e os judeus gozam de liberdade religiosas e festivais de religiões diferentes como o Holi (festival de cores), Diwali (festival de luzes), Id, Natal e Sexta-feira Santa são celebrados por todos com muito fervor.
Estilos sartoriais são também diversos, embora as mulheres usem sari no país inteiro. Igualmente diverso é o repertório da culinária, que varia de apimentado e condimentado, passando pelo sutil e chegando até o suave. Os estilos diferem de região para região bem como de estado para estado. O que muitos acham impressionante é o número de pratos vegetarianos existentes, utilizados sem qualquer dúvida por um grande número de indianos que são vegetarianos.
Hindi é a língua nacional. O Inglês também foi mantido como língua oficial de comunicação. Existem 15 línguas principais e 844 dialetos que são falados em diferentes regiões do país.
Fontes: Consulado Geral da Índia e Câmara de Comércio Indústria e Tecnologia Brasil-Índia; WORLD BANK Country Briefs Índia, Apex - Agência de Promoção de Exportações e Investimentos. |