Os números de encerramento de 2005 demonstram os inegáveis avanços do comércio exterior brasileiro. Em 2005, as exportações brasileiras atingiram o valor recorde de US$ 118,3 bilhões, superando a meta de US$ 117 bilhões prevista pelo Governo. Sobre 2004, as exportações evoluíram 22,6%, taxa superior ao crescimento do comércio mundial de 14%, em valor, conforme previsão da OMC, o que fez elevar a participação do Brasil nas exportações globais de 1,06%, em 2004, para 1,13%, em 2005.
As importações brasileiras também seguem ritmo sustentável de crescimento, contabilizando US$ 73,5 bilhões, em 2005, contra US$ 62,8 bilhões anotados no ano anterior, o que representou ampliação de 17,1%. Convém destacar o perfil das importações brasileiras, em que 72,2% do total importado refere-se a bens intermediários e bens de capital, ou seja, itens atrelados à atividade produtiva. Esses dados revelam a estratégia das empresas brasileiras em manter um ritmo de investimento de modo a suprir simultaneamente o contínuo crescimento da demanda externa e interna.
Em valor, a expansão das exportações significou geração adicional de divisas de US$ 21,8 bilhões, de 2004 para 2005. Nas importações, o crescimento foi de US$ 10,7 bilhões. Esses resultados levaram a corrente de comércio a totalizar US$ 191,9 bilhões, em 2005, cifra recorde no comércio exterior brasileiro, com aumento de 20,4% sobre 2004.
O saldo comercial fechou 2005 com superávit de US$ 44,8 bilhões, valor 33% superior ao contabilizado em 2004, quando atingiu US$ 33,7 bilhões. É de se assinalar que, pelo terceiro ano consecutivo, o crescimento do saldo comercial ocorreu em um cenário de expansão das importações.
Na exportação, as três categorias de produtos – básicos, semimanufaturados e manufaturados – cresceram a taxas expressivas, com especial destaque para os produtos os manufaturados, que evoluíram 23%, seguidos dos básicos, 21,8%, e semimanufaturados, 18,8%. Vale ressaltar o crescimento da participação dos manufaturados nas exportações brasileiras, de 54,9% para 55,1%.
A ampliação das vendas externas brasileiras para mercados não tradicionais ou com pequena participação na pauta tem sido um dos fatores para o sucesso das exportações brasileiras. Em 2005, cresceram de forma expressiva as exportações para a Europa Oriental, África, América Latina, Ásia e Oceania.
Além disso, tradicionais mercados compradores de produtos brasileiros também elevaram as suas compras do Brasil, como a União Européia, o Estados Unidos e a Argentina.
A despeito dos resultados recordes que o Brasil vem acumulando no comércio exterior, não se pode perder de vista que a participação do país nos intercâmbios internacionais é ainda pouco expressiva. Mantém-se evidente a necessidade de esforços constantes e vigorosos com vistas à maior inserção brasileira na economia global. O crescimento notável do comércio exterior brasileiro nos últimos anos é sinal de que se avança neste sentido. |