Para a obtenção de uma boa produtividade florestal devem ser considerados vários fatores, entre os quais práticas corretas de preparo do solo e de fertilização. Tendo como base o plantio da espécie pinus, a capina é necessária para reduzir a competição das ervas daninhas, sendo separada em duas etapas: pré e pós-plantio.
O pré-plantio deve ser realizado na área total, algumas semanas antes do preparo do solo. O resíduo vegetal não deve ser removido da área e apenas retirado o que está sobre cova ou na linha de plantio para não atrapalhar o preparo do solo. Esses resíduos têm grande importância para manter a produtividade da floresta, pois constituem fonte de matéria orgânica na qual estão contidos nutrientes que serão lentamente disponibilizados para as plantas.
No pós-plantio a capina pode ser realizada ao longo da linha de plantio, com 1 m de largura. Para a execução dessa etapa recomenda-se a utilização de equipamento costal e podendo, também, ser realizada de maneira manual. Deve-se realizar a capina a cada três ou quatro meses, dependendo do crescimento das plantas invasoras durante o desenvolvimento inicial da floresta.
No preparo do solo recomenda-se apenas a realização da subsolagem com profundidade variando de 30 a 60 cm, dependendo do tipo de solo (solos argilosos, maior profundidade). Nessa etapa pode-se realizar simultaneamente a adubação de base, sendo aconselhável a realização do preparo do solo no máximo 10 dias antes do plantio.
Para subsolagem utiliza-se o espaçamento de 3 m entre as linhas de plantio e essa distância é recomendada para possibilitar o trânsito de tratores na floresta plantada. Na linha de plantio o espaçamento entre as plantas pode variar de 1 a 3 m, dependendo da finalidade e da qualidade genética da floresta. Na maioria dos plantios é adotado o espaçamento de 3 x 2 m, totalizando 1.666 plantas por hectare.
Fertilização
Nessa etapa é recomendável realizar a análise do solo para aplicação da quantidade adequada de fertilizantes. A aplicação de quantidades inferiores às recomendadas acarretará perda na produtividade e a aplicação de quantidades maiores que as recomendadas irá causar a perda do fertilizante, o que implica em maiores custos e possíveis contaminações do ecossistema.
A calagem deve ser realizada a lanço, na área total, não sendo necessária a incorporação. Essa operação deve ser realizada aproximadamente 45 dias antes do plantio.
A adubação é importante para o fornecimento dos nutrientes e leva ao melhor desenvolvimento das árvores, sendo separada em:
Adubação de base ou de plantio - A adubação pode ser realizada junto com a subsolagem sendo o adubo aplicado em filete contínuo ou pode ser aplicado em covetas laterais logo após o plantio. Tais covetas devem ficar de 5 a 10 cm de distância da muda e todo o adubo colocado em uma ou duas covetas por planta.
A adubação de cobertura deve ser parcelada entre duas a quatro aplicações e podem ser realizadas de maneira manual com aplicação do adubo na projeção da copa, no período de um a 18 meses após o plantio.
Combate à formiga
Para o combate das formigas cortadeiras, saúva e quenquém, que podem causar grandes danos ao plantio, deve-se realizar o combate de maneira sistemática utilizando iscas no período pré-plantio e a aplicação deve ser realizada em épocas secas. Após essa primeira etapa, deve-se manter o monitoramento da área para evitar maiores problemas.
Em áreas que foram subsoladas e com mudas produzidas em tubetes, pode-se realizar o plantio com o auxilio de plantadeiras e em outras condições é necessária a abertura de covas que devem ser grandes, no mínimo 30 x 30 cm, evitando que as raízes encontrem impedimento para seu desenvolvimento.
A muda deve ser colocada com o coleto ao nível do solo e logo após o plantio pressiona-se o solo em volta da muda para não deixar bolsões de ar. Todas as embalagens, tubete ou saco plástico, devem ser recolhidas e depositadas em locais apropriados.
Para plantio realizado em período seco, recomenda-se a irrigação logo após o mesmo e também durante a fase inicial de desenvolvimento, quando houver um período de seca maior que sete dias para mudas de saco plástico e quatro dias para mudas provenientes de tubetes. Na irrigação é recomendável usar aproximadamente dois litros de água por planta.
O replantio deve ser realizado quando o índice de mortalidade das mudas ultrapassar 10 %, sendo aconselhável realizar essa operação no período de 15 a 45 dias após o plantio.
Custos da operação
Na última década, a silvicultura brasileira tem se destacado não somente no cenário interno como também tem sido referência àqueles países cujos produtos florestais contribuem significativamente na geração de divisas
A grande evolução tem sido baseada fundamentalmente pela introdução de novos materiais genéticos, expansão das fronteiras e adoção de novos métodos silviculturais.
Dentro desta verdadeira revolução silvicultural ocorrida e da integração floresta/indústria, cresceu na mesma intensidade a demanda por matéria-prima de alta qualidade e a necessidade de adequação dos custos dentro da nova realidade.
Devido às grandes extensões territoriais onde se localizam os principais povoamentos florestais, muitos são os fatores biodiversos, como solo, clima, materiais genéticos, entre outros, que contribuem para o sucesso ou o fracasso de um empreendimento florestal.
Na limpeza do terreno os custos são constituídos basicamente por operações de roçadas, decepas, aplicação de herbicidas pós emergentes, rebaixamento de tocos ou destocas, gradagens para trituração ou incorporação de resíduos, enleiramento, combate às formigas e queima (limitada somente a algumas situações). A composição destes custos , incluindo insumos, mão-de-obra e horas de máquinas, gira em torno de R$ 250,00/ha
Os custos de conservação do solo estão relacionados àquelas operações cujo objetivo é manter a vida e a integridade deste mesmo solo, principalmente no que se refere a danos provocados por erosões, perdas de nutrientes e degradação da matéria orgânica, cuja inobservância levará a seu empobrecimento e conseqüentemente à perda da produtividade futura.
Já os custos de preparo do solo constituem-se por operações que antecedem ao plantio, como as gradages leves ou pesadas, gradagem bedding, subsolagem ou ripagem, coveamento e sulcamento. A soma destas operações pode ser executada por valores médios em torno de R$ 130,00/ha.
Plantio e Replantio
Os custos deste item são intimamente dependentes do material genético usado e do método de formação das mudas, acrescidos do custo da operação de plantio propriamente dito, incluindo-se a mão-de-obra e horas de máquinas para realizá-lo.
A alta tecnologia empregada para produção de mudas, aliada aos sofisticados métodos de sua produção, confere à operação de plantio um dos principais custos da formação florestal.
Considerando-se que a maioria das empresas florestais já dominam o processo de produção de mudas pelo método da propagação vegetativa ou micropropagação e que este sistema onera significativamente o custo de formação em relação àquelas formadas diretamente a partir de sementes, pode-se considerar para fins desta análise uma composição de 50% das mudas em cada sistema.
A densidade de plantio, ou espaçamento, é outro fator que interfere diretamente nos custos; por isso, pode-se adotar o espaçamento médio de plantio entre 3x2 e 3x3m e um índice de reposição para replantio de 10% da população original.
Isto posto, os custos de plantio e replantio acarretam um investimento de aproximadamente R$ 350,00/ha. Em relação à adubação, é a operação da formação florestal de maior divergência entre às empresas, devido basicamente as diferentes composições, fontes e dosagens dos insumos utilizados. Os principais insumos são de origem química, mineral e orgânica; este, proveniente de material vegetal ou resíduo industrial. Adubações consideradas padrão para uma boa formação florestal acarretam um custo da ordem de R$ 350,00/ha.
Os tratos culturais mais dispensados nos povoamentos florestais na fase da implantação são aqueles voltados à eliminação das ervas daninhas, cuja competição por água, luz e nutrientes compõe-se como o principal fator da perda da produtividade florestal.
O uso de herbicidas de uma forma geral tem sido a prática mais adotada para eliminação da “matocompetição”, vindo em seguida as capinas manuais ou mecânicas.
Estes custos representam uma parte significativa dos investimentos na formação florestal, girando em torno de R$ 340,00/ha.
A manutenção do povoamento são todas as operações que incidem após o período de implantação florestal. Normalmente ocorrem do segundo ao sétimo ano de idade do povoamento, também chamado de período de maturação florestal.
As principais operações neste período são o controle de pragas, readubações e controle de incêndios florestais. No período de manutenção do povoamento (do 2º ao 7º ano), são investidos cerca de R$ 600,00/ha.
O termo silvicultura traduz perfeitamente seu significado, como sendo o cultivo de árvores, uma vez que para a obtenção de uma produtividade florestal satisfatória, devem ser empregadas uma série de operações. Também denominadas de manejo intensivo e materiais genéticos de altíssimo valor agregado, nada devem ao cultivo agrícola. Percebe-se que são investidos para formação e maturação de um maciço florestal cerca de R$ 2.000,00/ha.
Fonte: IPEF -Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais
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