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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°93 - NOVEMBRO DE 2005

Organização

Assumir o problema é o primeiro passo para a solução

Não há como resolver os problemas da empresa se quem a dirige não admite os erros. O primeiro passo é saber encarar problemas, autoconhecer-se e conhecer o negócio da empresa para então encontrar caminhos para a solução. Quando algum mecanismo de defesa e hábitos negativos estiverem operando paralelo, a tentativa de solucionar qualquer problema será inútil. Insistir em estar sempre certo, achar que tudo o que acontece na empresa é culpa de terceiros ou desculpar os próprios erros dizendo que seus problemas são pequenos perto dos problemas de outras pessoas são mecanismos que afastam as pessoas da realidade e só pioram as coisas. É preciso ter em mente que os problemas existem, foram causados de alguma forma, e se forem ignorados eles se tornaram maiores até que se perca o controle e sofra as conseqüências de sua negligência.

Os casos mais comuns de empresas fracassadas são aquelas que possuem chefes que ao invés de tomarem a iniciativa para resolverem os problemas, adotam uma postura de pena para consigo mesmos, consideram sua situação injusta e a única coisa que fazem é reclamar. Há quem se auto-enganam a ponto de repetir infinitamente "eu não acredito que isto está acontecendo", "isso não poderia acontecer comigo". Além de não fazerem nada para resolver o problema, nem sequer absorvem o fato. Há ainda os que bloqueiam os problemas, não admitem a existência deles, como uma mãe que não percebe que o filho está se envolvendo com drogas apesar de todos a alertarem.

Como diz a frase de Mark Twain "Não lidamos muito com os fatos quando estamos nos contemplando", enquanto estivermos achando que o que nos acontece é injusto, que não merecemos o que de ruim nos ocorre, enquanto estivermos numa condição de negação da realidade, tentando proteger uma condição pessoal "segura", onde tudo é conhecido, não poderemos lidar com os fatos e muito menos solucioná-los.

Outro hábito negativo é tentar escapar da responsabilidade de resolver os problemas comparando-os a outros muito piores. Os seus problemas são só seus e se você ficar de braços cruzados, ninguém mais se importará e o problema crescerá. Não importa se você quebrou o pé e o sujeito ao seu lado não tem uma perna, a dor é sua e você continuará sentindo mesmo estando consciente da situação do outro. Com os problemas da empresa ocorre o mesmo, sempre terá alguém que tem problemas maiores que os seus, mas isso não é motivo para deixar de resolvê-los. Seu problema pode ser muito pequeno perante outros que você pode enxergar em outras pessoas, mas ele é seu e isso é suficiente para torná-lo grande o suficiente para atrapalhar a sua vida.

Um hábito que pode bloquear totalmente a mente e impedir a resolução de certos problemas é querer estar sempre certo. Apegar-se tão firmemente aos próprios valores e conceitos ao ponto de ser incapaz de compreender que é preciso ter a humildade de admitir a possibilidade de estar errado. Esse hábito interfere com maior força em relacionamentos conjugais e situações de trabalho. As partes consideram seu modo de pensar, idéias, valores como absolutos e não admitem que o outro não aceite seu ponto de vista.

Esse hábito afeta também réus inocentes em julgamentos. Eles estão tão convencidos de que sabem a verdade, que alguém descobrirá a verdade e a justiça será feita que não se importam muito em serem convincentes perante o juiz ou o júri, acham que por estarem falando a verdade, todos irão acreditar em suas palavras. Isso aconteceu com a apresentadora de TV Oprah Winfrey quando foi acusada por pecuaristas do Texas a incitar as pessoas a não comerem carne em seu programa.

Ela estava tão convencida de que a acusação era injusta e que não tinha fundamento algum que durante um bom tempo durante o julgamento ela mantinha um postura reativa, ficava deprimida, irritada com a situação, esperando que o júri fizesse justiça porque "ela" sabia que estava certa. Seus advogados e estrategistas convenceram-na de que se continuasse a acreditar inocentemente na verdade seria derrotada.

As pessoas não sabem o que você sabe, mesmo que você saiba que está certo, ninguém é obrigado a aceitar isso. Oprah ganhou o processo após virar o jogo, argumentando e defendendo sua posição com respeito ao júri que não tinha obrigação de saber que era ela quem estava certa. Sua atitude era reativa, deprimida, decepcionada e evitando se dar conta de que realmente estava sendo julgada. Mas, não importando quão injusto pudesse parecer a situação ela mudou para uma posição próativa, se tornando autoconfiante, se defendendo sem pena de si mesma, argumentando sua posição com segurança. Se esta mudança não tivesse ocorrido, seus estrategistas garantem: ela teria perdido o processo.

Administração do tempo

Uma forma de evitar o acúmulo de trabalho que pode causar uma série de problemas, principalmente na qualidade, é administrar o tempo. A administração do tempo não pode ser compreendida somente como a organização sistemática das atividades diárias, nem pode ser medida pela quantidade de coisas que se consegue fazer num espaço de tempo.

A administração do tempo é, antes de tudo, uma ferramenta para dinamizar a concretização dos nossos objetivos de vida, sem estes, a administração o tempo torna-se uma forma de administrar com mais eficiência a inércia. Tornar-se organizado e aumentar a eficiência pessoal só tem sentido se a conquista de algo maior, mesmo que seja no curto prazo estiver envolvida.

Qualquer planejamento, por mais simples que seja, precisa ser bem administrado com relação à prazos, do contrário corre-se o risco de desperdiçar recursos e energia com a má utilização do tempo ou mesmo não conseguir realizá-lo.

O correto aproveitamento do tempo não envolve somente planejamentos, mas a própria vida diária. É na organização básica vivida no dia-a-dia que se aprende e se adquire habilidade em administrar o próprio aproveitamento do tempo. Quem não tem organização pessoal, acaba perdendo muitas oportunidades, desperdiçando recursos em excesso e direcionando esforços para as atividades erradas. O resultado muitas vezes é um estado de stress, desmotivação e ineficiência geral. Por isso é importante organizar a vida pessoal e, como conseqüência, a profissional. O desfecho disso é o sucesso!

Franciane Ulaf

Escritora e consultora em desenvolvimento humano e planejamento e planejamento de vida.