O estado do Espírito Santo possui atualmente cerca de 189.850 ha de florestas plantadas, utilizadas para os diversos fins (celulose, fabricação de móveis, caixas, artefatos para construção civil, carvão, entre outros) e gera 60 mil empregos diretos e indiretos. Somente no setor de produção, via integração produtor-indústria e plantios próprios de agricultores, estima-se que estejam envolvidas cerca de 14.000 propriedades rurais, a maioria de base familiar, que têm nessa atividade uma importante alternativa de renda, especialmente em períodos cíclicos de preços baixos do café, principal atividade agrícola do Estado.
As condições naturais favoráveis, aliadas ao desenvolvimento tecnológico avançado da silvicultura e a outras condições privilegiadas, como localização geográfica, infra-estrutura, logística de transporte, diversificação de plantas industriais, entre outras, permitem ao Estado um elevado potencial de crescimento da atividade florestal, o que lhe assegura um papel de destaque no desenvolvimento capixaba, como um dos seus principais vetores de desenvolvimento.
Estima-se que existam, na área agrícola do Estado, cerca de 600.000 ha de terras degradadas. Desses, 400.000 ha estão ocupados com pastagens degradadas, com nenhuma vocação para a produção de culturas ou pecuária. Estas áreas poderão ter, no plantio comercial de florestas, condições de aumentar a renda da propriedade rural e, ao mesmo tempo, recuperar o solo degradado e reduzir a pressão sobre os remanescentes florestais. O produtor necessita de madeira, cuja extração, na sua área de floresta nativa, tem forte restrição legal.
Um mapeamento publicado pela Fundação SOS Mata Atlântica mostrou que o Estado do Espírito Santo possui 30,28% de remanescentes florestais em relação a área estadual, ou seja 1.398.435 ha. Neste mapeamento foram identificadas como remanescentes florestais as formações arbóreas primárias com pouca alteração ou essencialmente recuperadas, bem como formações secundárias em estágios médio e avançado de regeneração.
Um fator importante foi o uso de tecnologias de mapeamento mais avançadas que as usadas anteriormente, com grande inovação na interpretação visual digital de imagens de satélite em escala mais detalhada, portanto mais precisas e mais próximas da realidade terrestre, identificando fragmentos florestais, desflorestamentos ou áreas em regeneração acima de 10 ha.
Mesmo com toda a degradação que afeta à Mata Atlântica, os remanescentes florestais do estado do Espírito Santo apresentam uma das maiores biodiversidades do mundo. Desta forma, é de extrema importância a conservação destes recursos florestais, que se apresentam, em sua maioria, fragmentados em pequenas áreas localizadas em propriedades particulares. A outra parte é representada pelas unidades de conservação – áreas protegidas pelo poder público – tendo como função principal a preservação da biodiversidade dos diferentes ecossistemas. A reversão deste quadro de fragmentação e estabelecimento de conexão entre as Unidades de Conservação, através da implantação de Corredores Ecológicos, é condição essencial para a manutenção dos atuais índices de biodiversidade.
A proteção dos remanescentes florestais atualmente existentes, através de um processo de fiscalização integrada, executada pelos diferentes órgãos e entidades envolvidas, e a administração eficaz das unidades de conservação, representa talvez a mais importante ação pública no âmbito da preservação de recursos naturais, haja vista que possibilita a preservação de amostras escassas de diferentes ecossistemas da Mata Atlântica e o cumprimento de uma seleta função reservada a essas unidades, seja no campo ambiental, científico, cultural e recreativo, ou, ainda, como elo de ligação com o ecoturismo e a conscientização da sociedade.
A situação vivenciada no Estado é a de que boa parcela das unidades de conservação apresenta problemas fundiários, visto que o Estado ainda não detém plenamente a posse das terras. Outras, entretanto, apesar de pertencerem ao Estado, ainda não possuem planos de manejo e não foram devidamente estruturadas para melhor servir à coletividade.
Dados geográficos
O estado do Espírito Santo fica a leste da região sudeste. Tem como limites: oceano Atlântico (L), Bahia (N), Minas Gerais (N e NO), Rio de Janeiro (S).Ocupa uma área de 45.597km2.A capital é Vitória. As principais cidades são Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Guarapari, Linhares, Muniz Freire.
O relevo apresenta-se dividido em duas regiões distintas: a baixada litorânea e a serra, na qual ficam o pico da Bandeira com 2.890m, e a serra de Caparaó.
Na agricultura, as principais culturas são as do arroz, café (das mais importantes do país), cacau, cana-de-açúcar, feijão, frutas (banana), milho. Na pecuária, gado de corte e leiteiro. Na indústria, produtos alimentícios, madeira, têxteis e siderurgia, destacando-se a de Cariacica e a usina de pelotização da Companhia Vale do Rio Doce.
Vitória é importante porto de exportação de minério de ferro. Guarapari é um importante centro de extração de areia monazítica, além de muito procurado como estância de cura. Em São Mateus, descobriram-se e exploraram-se reservas petrolíferas na plataforma continental.
Estima-se que as plantações de florestas já existem em mais de 500 municípios brasileiros, integrando ao processo de produção de madeira mais de 60.000 produtores rurais. Apesar das vantagens comparativas e do porte já atingido no Brasil, o setor ainda é modesto em nível mundial.
A participação brasileira no comércio internacional de produtos florestais corresponde a apenas 1,5% do mercado mundial. Enquanto isso, o Canadá participa com 20,5%; os Estados Unidos, com 11,6% e a Finlândia, com 7,6% do total mundial. Este último país tem a sua economia voltada ao setor florestal, que representa em torno de 50% do PIB nacional.
Em termos de área plantada, o Brasil também apresenta uma pequena dimensão, com cerca de cinco milhões de ha, nove vezes menor que a área plantada na China, três vezes menor que a dos Estados Unidos e menos da metade de países de pequena dimensão territorial como Japão e Indonésia.
Das áreas de florestas plantadas brasileiras, 64% são ocupadas com plantio de eucalipto e 36% com pinus, distribuídas pelas regiões Sudeste (56%), Sul (27%), Nordeste (9%), Centro-Oeste (4%) e Norte (4%). O Estado de Minas Gerais é o que apresenta maior área plantada de florestas, com 1.678.700 ha, seguido de São Paulo, com 776.160 ha e Paraná, com 672.130 ha.
Ao contrário de outros setores agroindustriais, que exportam seus produtos principalmente na forma de “commodities” agrícolas, o setor brasileiro de florestas plantadas impulsiona uma cadeia de produção, industrialização e comercialização que agrega valor aos produtos e traz reflexos importantíssimos para a economia do País.
Desenvolvimento
O atual secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas, José Carlos Carvalho, defende o reflorestamento de eucalipto. Segundo ele, tanto o Espírito Santo como o Brasil têm de escolher, fundamentalmente, qual o verdadeiro dilema a ser enfrentado: "Já não cabe mais discutir se o eucalipto é vilão ou herói. Ele não é mais o vilão que foi no passado. Nem é o herói que se pode imaginar, a ponto de substituir as florestas nativas. “O verdadeiro dilema do setor de florestas plantadas é o uso da terra no país: se em latifúndios ou em médias e pequenas propriedades em razão de práticas inadequadas que já assistimos com várias outras culturas, como o plantio de café e da cana-de-açúcar, que dizimaram a Mata Atlântica. A rigor, e se comparado, o eucalipto é uma das culturas que menos ocupam áreas agricultáveis no país".
Para o presidente da empresa Abraf, Carlos Aguiar, as mudanças já estão em curso. Ele ressalta que, mesmo lentamente, o setor florestal brasileiro, baseado em florestas plantadas, vem ganhando reconhecimento pela sua importância e contribuição ao desenvolvimento sustentável. As plantações industriais, assegurou, têm promovido mudanças visíveis nas economias regionais e locais, provocando o aumento das oportunidades de trabalho e o aquecimento do mercado, além de melhoria da qualidade ambiental.
Segundo indicadores o setor hoje movimenta recursos equivalentes a 3,5% do PIB nacional. Gera 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Contribui com US$ 3,8 bilhões/ano de impostos. E representa 6% das exportações nacionais, com um superávit médio de US$ 5 bilhões/ano: "As plantações florestais já existem em mais de 500 municípios brasileiros, fazendo se integrar ao processo de produção de madeira mais de 50 mil produtores rurais."
Ao contrário de outros setores agroindustriais, que exportam seus produtos principalmente na forma de commodities agrícolas, acrescentou Aguiar, "nós impulsionamos uma cadeia de produção, industrialização e comercialização que agrega valor aos produtos (móveis e celulose, entre outros). Isso traz reflexos importantíssimos para a economia nacional".
O mercado de produtos de madeira continua em expansão. Possui uma tendência projetada de crescimento da ordem de 3 a 4%. Os níveis de crescimento da demanda madeireira estão acima da oferta, mas já existem fortes investimentos previstos para os próximos anos pela indústria de base florestal, tanto a vinculada ao segmento de celulose e papel, como o de produtos sólidos de madeira.
A produtividade de florestas plantadas que o Brasil alcança chega a ser sete vezes superior à observada nos países líderes do mercado mundial. E alimenta uma cadeia de produção, industrialização e comercialização que envolve, ao mesmo tempo e de maneira sustentável, os segmentos de celulose e papel, siderurgia a carvão vegetal, geração de energia, móveis e madeira sólida, todos de importância vital para o País. |