Ao decidir pelo uso de ferramentas de metal duro na atividade madeireira é preciso conhecer o uso adequado destes equipamentos e quais os fatores que se devem levar em conta para um melhor aproveitamento da madeira na operação.
Metal duro é um produto que se obtém através de uma técnica chamada de metalurgia do pó, que consiste em obter peças metálicas a partir de pós. Este composto é prensado para dar a forma desejada e depois é inserido em fornos a uma temperatura muito precisa. A essa temperatura os elementos não se fundem, ocorrendo raramente a semi-fusão de alguns deles, mas o material se densifica e atinge a dureza desejada.
É conhecido no mercado como Widia, mas na realidade esta é a marca de uma empresa alemã que foi a primeira que desenvolveu o produto. Diante da surpresa da dureza obtida deram esse nome que significa similar ao diamante.
A composição dos pós e a sua preparação é que define a qualidade do produto, após passar por um processo de trituração e mistura que pode durar até quatro dias.
Para cada uso ou aplicação há uma classe de metal duro que seja mais adequada para o fim específico. Existe uma velha idéia equivocada de que o melhor metal duro é o mais duro. É uma concepção errada, na sua utilização é provável que a ferramenta se parta antes de usá-la.
O metal duro é um material frágil e que aumenta sua fragilidade na medida que aumenta sua dureza. Também é preciso considerar que quanto mais rígido for o metal duro, mais difícil de conseguir-se um bom fio, já que se tem que fazer um fio com ângulo maior para evitar as micro rupturas. Isto pode afetar o bom acabamento da madeira.
Por isso, com o metal duro sempre é necessário encontrar soluções de compromisso, encontrando-se para cada aplicação o melhor equilíbrio entre dureza e tenacidade, sendo por isso tão importante a seleção da classe adequada.
As qualidades de micro-grãos são as primeiras classes desenvolvidas especificamente para a indústria da madeira, já que as classes utilizadas até agora eram aplicações na madeira de classes desenvolvidas para mecanizar metais. No micro-grão se consegue maior dureza sem perda de tenacidade. Neste caso, a solução de compromisso passa pelo preço, já que metal duro micro-grão é mais caro.
Com certeza no futuro vão aparecer qualidades mais duras, na Europa já existe o HDF, para tentar competir com o diamante.
Classificação
Existe uma norma ISO (Européia) com muitos defeitos, que definem as classes de metal duro por seu uso e não por sua composição. Aí aparecem as classes K30, K20, K10 e K01, que são utilizadas na indústria da madeira. Na realidade cada fabricante desenvolve suas próprias classes, considerando determinadas composições para sua fabricação, determinadas especificações a cumprir nas análises de laboratório e uma denominação particular.
Nestas definições particulares depende de boa parte da tecnologia de cada fabricante. Isto cobre uma deficiência da norma, mas também cria uma grande confusão, já que deve ter em torno de 100 fabricantes no mundo e cada um deles com sua própria nomenclatura. Assim muitas vezes pensamos que estamos comprando classes parecidas e na verdade, Umas não tem nada a ver com outras. Em muitas destas classes particulares se respeita o número que acompanha ao K e que dá a idéia da dureza do metal duro.
Este quadro não é definitivo, porém permite uma idéia, e deve ser permanentemente atualizado por vários motivos. Por um lado o aparecimento de novos materiais para cortar, e por outro o aparecimento de novas classes de metal duro. Hoje temos esta classificação, mas só vamos poder trocá-la conforme a informação de nossos clientes, já que quem pode avaliar as ferramentas são seus usuários com a utilização das classes distintas. |