A Organização Internacional de Madeira Tropical está desenvolvendo, o Estado do Pará, um projeto específico. Estão sendo coletados dados sobre madeira tropical, aspectos da produção e comércio, além de uma análise sobre espécies madeireiras, qualidade, preço, destino das exportações e outros.
Entre os objetivos do projeto estão: proporcionar assistência técnica a empresas selecionadas de processamento e exportação de madeira tropical, garantindo que os volumes de madeira que comercializam são extraídos de fontes de produção sustentáveis. Outra intenção é disponibilizar aos governos e ao público em geral, uma informação correta e segura sobre o comércio de exportação, produção, regime de produção (sustentabilidade), de madeira tropical, comercializada no mercado internacional por empresas selecionadas do Brasil, Estados Unidos da América e Europa. E, aumentar o comércio de madeira tropical sustentável entre o Brasil e os países consumidores selecionados (Estados Unidos da América e Europa).
O projeto prevê a elaboração de relatórios anuais com informações detalhadas sobre produção, regime de produção (sustentabilidade) e comércio (exportações de pelo menos 30.000 m³ de madeiras tropicais para os mercados da Europa e Estados Unidos)”.
O levantamento dos dados foi feito pela Superintendência do IBAMA, no Estado do Pará, e demonstra o panorama das exportações realizadas através dos Portos de Belém e Santarém, no ano 2000. A análise considerou três grupos de produtos: serrado em bruto, aplainado e produtos de maior valor agregado. No Porto de Belém foram identificados 31 produtos, distribuídos nesses três grupos.
Volumes Exportados e Preços Médios por Grupo de Produto
Verificou-se um total exportado, entre Janeiro e Dezembro de 2000, de 283.312 m3 , o que equivale a uma média mensal de pouco mais de 23.000 m³, representando um acréscimo da ordem de 21% em relação as exportações do ano de 1999 (19.000m³).
O grupo serrado bruto representou cerca de 76% do total, com preço médio de US$ 332,00/m³. Nota-se também, que a agregação de valor aos produtos de madeira é significativamente baixo, representando apenas 4% do total.
Espécies
Nos levantamentos efetuados no Porto de Belém, foram identificadas cerca de 76 espécies, sendo, as espécies Angelim vermelho, Cedro, Curupixá, Ipê, Jatobá, Massaranduba, Pau amarelo, Tatajuba e Tauari, as mais exportadas.
Qualidade
Identificou-se cerca de 40 diferentes qualidades, vinculadas aos diversos tipos de produtos. Para uniformizar o processamento dos dados, dividiu-se os tipos de qualidade em 7 grupos.
Mercados
O mercado com maior participação nas exportações brasileiras de madeiras tropicais é a Europa, com 69% do total, seguido pelos EUA com 11%. Os outros 20% estão distribuídos em diversos países. A França responde por 53% do total de madeiras tropicais exportadas do Brasil para o mercado europeu.
Porto de Santarém - Tipos de Produto
Nos levantamentos realizados para o Porto de Santarém foram identificados somente 2 tipos de produtos: serrado e aplainado. O produto serrado representou aproximadamente 80% do total, com preço médio de US$ 307,00/m³.
Quanto ao volume, verificou-se um total exportado entre janeiro e dezembro de 2000 de 60.520 m³, o que corresponde a aproximadamente 21% do exportado pelo Porto de Belém no mesmo período.
Espécies
Foram identificadas 42 espécies nos levantamentos efetuados no Porto de Santarém. As espécies mais exportadas são: Andiroba, Angelim vermelho, Ipê, Jatobá, Massaranduba, Tatajuba e Tauari.
QUALIDADE
Para o Porto de Santarém, foram identificadas apenas 6 diferentes qualidades. O produto aplainado de primeira (FAS; Nº 1, comum, melhor; 1ª e Comercial “A”) representou mais de 85% do volume total.
Mercados
O mercado mais expressivo para as exportações brasileiras de madeiras tropicais, da mesma forma que ocorrido no Porto de Belém, é a Europa, com aproximadamente 88% do total. Os outros 12% estão distribuídos em diversos países. A Holanda responde por 30% do total de madeiras tropicais exportadas do Brasil para Europa, via Porto de Santarém.
Das análises dos processos de exportação de produtos de madeira tropical, embarcados via Portos de Belém e Santarém em 2000, destacam-se as seguintes constatações:
78% dos produtos de madeira exportados são resultado de processamento primário;
No Porto de Belém existem 19 diferentes tipos de produtos classificados como de maior valor agregado
Os preços médios dos produtos de maior valor agregado, no Porto de Belém, são 60% maiores do que os produtos serrados (primários)
No Porto de Santarém os preços médios dos produtos aplainados são 80% maiores do que os produtos serrados;
Do total de espécies identificadas no estudo, pouco mais de 16% são as mais comercializadas. Estas espécies são: Angelim vermelho, Angelim Pedra, Cedro, Curupixa, Ipê, Jatobá, Massaranduba, Quaruba, Tatajuba, Tauari, Piquiarana e Pau amarelo;
No Porto de Santarém, cerca de 23% do total de espécies identificadas no estudo, são as mais comercializadas. As espécies são: Amarelão, Angelim vermelho, Cedro, Ipê, Jatobá, Massaranduba, Quaruba, Tatajuba e Tauari;
As qualidades dos produtos são de forma geral classificadas como de primeira e segunda;
O mercado Norte Americano concentra os produtos de maior valor agregado e o mercado Europeu os produtos de serrado bruto e aplainado.
Fevereiro/2002
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