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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°88 - MARÇO DE 2005

Máquinas

Setor em expansão planeja investir de R$ 8,3 bilhões em 2005

O setor de máquinas tem motivos de sobra para comemorar pois teve o melhor desempenho da década. Foi o maior faturamento em nove anos, com crescimento 30%, em relação a 2003, somando um total de R$ 45,6 bilhões. Mas, para sustentar este crescimento foi necessário investir R$ 6,1 bilhões em 2004, número que deve saltar para R$ 8,3 bilhões neste ano, um aumento de 35,6%. Este dado demonstra que o segmento se planeja para sustentar o crescimento, um exemplo a ser seguido pelo mercado.

Para se ter uma idéia do preparo do setor para a expansão, dos 6,1 bilhões investidos no ano passado e que representaram 13,4% do faturamento, um montante de 9,6% foram investimentos em máquinas, totalizando R$ 4,4 bilhões. Esta informação, fornecida pelo economista Daniel Fernando Pozenato, do setor de Economia e Estatísticas da Abimaq –Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, mostra que onde o setor mais investe é na melhoria da sua área de atuação, ou seja para fabricar tecnologia é preciso aprimorá-la constantemente.

O bom resultado também está relacionado com o equilíbrio entre as vendas para o mercado externo e interno. “O setor conseguiu conciliar os mercados e assim se fortaleceu”, explica Pozenato. Nas exportações houve um recorde de crescimento, com 38,5% de crescimento, em relação a 2003, alcançando US$ 6,8 bilhões. O consumo aparente teve aumento de 20,6% em 2004, devido a melhora na economia do País, segundo o economista. O resultado do consumo aparente é elaborado a partir dos dados do faturamento, menos as exportações e mais as importações. As importações foram de US$ 6,8 bilhões.

Um dado que demonstra a competitividade do setor é que um dos principais parceiros comerciais do setor de máquinas são os Estados Unidos, para onde foram enviadas 27% das máquinas exportadas. Também é importante observar que o setor de máquinas não se limita aos mercados convencionais, tendo negociado 39% de suas exportações em mercado alternativos.

Os segmentos que mais contribuíram para o desempenho positivo do setor foram os de máquinas rodoviárias com incremento de 62,6%. O segmento de máquinas para artigos plásticos também foi significativo, com 56,7%, seguidos de máquinas gráficas (53,6%) e máquinas-ferramenta (51,1%). O segmento de máquinas para madeira ficou na 9º posição, com crescimento de 16%. O nível de utilização da capacidade instalada teve alta de 6,1%, ao passar de 77,15%, em 2003, para 81,88%, em 2004.

A conseqüência destes dados favorece a classe operária, pois resulta em empregos. Só em 2004 foram 24.248 novas vagas no setor de bens de capital mecânico, totalizando 207.312 empregos. Ao contrário do temor da classe operária em algumas décadas atrás, as máquinas não substituíram o homem: são oportunidades de crescimento.

Na avaliação do presidente da Abimaq, Newton de Mello, o desempenho do setor de máquinas e equipamentos, na média, foi muito positivo em 2004. No entanto, o empresário aponta alguns fatores adversos que levam a crer que 2005 não seja tão promissor quanto o ano passado. A desvalorização acentuada do dólar, de acordo com Mello, prejudicou não apenas as exportações do setor, mas também as vendas externas das empresas em geral, levando a uma diminuição na demanda por máquinas. Outro fator é a elevação abusiva do preço do aço, muito acima dos índices de inflação e que não acompanhou a variação de outros insumos.

O terceiro aspecto negativo apontado pelo presidente da Abimaq é a “queda muito forte na cotação das commodities agrícolas no mundo, levando a agricultura brasileira a ter menos competitividade externa, diminuindo, certamente, o consumo não apenas de máquinas agrícolas, como de veículos para transportar as safras”.

Segundo Newton de Mello, todos esses fatores podem contribuir para o desaquecimento do setor em 2005, que ainda assim pode ser um ano bom caso não ocorram oscilações abruptas na economia. A expectativa é de crescimento de 10% no faturamento, 5% no mercado interno e 15% nas exportações, uma vez que a base de comparação é alta.