As exportações brasileiras de produtos de base florestal – madeira, móveis, papel e celulose – apresentaram um recorde histórico no último ano. Em 2004 o volume total das exportações deste segmento totalizou US$ 6,95 bilhões, um crescimento de 24% sobre os valores do ano anterior. Na verdade, as exportações nesta área vem crescendo continuamente nos últimos seis anos, com destaque para o segmento de madeira, que no último ano superou as exportações de papel e celulose.
Vários fatores influenciaram positivamente este resultado, mas que fundamentalmente comprovam que o Brasil conquistou um importante espaço no mercado mundial através de ganhos em competitividade e qualidade.
A madeira ( capítulo 44) foi o grande destaque, com crescimento de 46,2% de um ano para o outro. Em 2004 as vendas externas deste item chegaram a US$ 3,04 bilhões, contra US$ 2,08 bilhões em 2003. É neste item que vem acontecendo as maiores taxas de incremento dos últimos seis anos .
O grande mercado comprador continua sendo os Estados Unidos,com 46,7% das vendas totais, o que representou em 2004,US$ 1,46 bilhão. Logo após vem o Reino Unido, com US$ 197 milhões em compras do Brasil e a China, com US$ 137 milhões, que pode ser somado a outros US$ 37,5 milhões importados por Hong Kong. Na seqüência vem Bélgica ( US$ 128,8 milhões), França ( US$ 120,3 milhões) e a Espanha (US$ 85,7 milhões).
Outra grande mudança no perfil das exportações do item madeira é que as vendas de madeira compensada superaram em 2004 as vendas de madeira serrada. As exportações de compensado no último ano atingiram US$ 893,6 milhões, um aumento de 51,4% em relação ao ano anterior. Enquanto isso as vendas externas de madeira serrada, também um recorde histórico, fecharam em US$ 837,8 milhões , valor 29,3% maior que o ano anterior.
O maior índice de crescimento, entretanto, neste segmento, foi o de painel de madeira, que aumentou em 183,1% de um ano para outro, totalizando US$ 51,8 milhões. As vendas de madeira perfilada também foram expressivas, com crescimento de 86,1%, chegando a US$ 282,5 milhões, e as de janelas, portas e armações, que totalizaram US$ 439,4 milhões, um aumento de 75,2% em relação ao volume de 2003.
Os itens de molduras de madeira e painéis de fibra praticamente se igualaram , com US$ 109 milhões cada um em vendas externas em 2004. Outro destaque foram as exportações de cavaco, que atingiram US$ 86,3 milhões , representando um aumento de 41% sobre o ano anterior.
Pelo estado do Paraná foram exportados US$ 1,16 bilhão, representando 38,3% do total nacional. Em seguida vem os estados de Santa Catarina, com 18,7% do total do segmento madeira, e o estado do Pará, com 17,8%.
Móveis
As exportações de móveis também tiveram um expressivo crescimento nas vendas externas do último ano. O volume total do capítulo 94 da NBM – móveis em geral – chegou a US$ 1 bilhão , representando um aumento de 42,5% sobre as vendas do ano anterior.
O item móveis em madeira para quarto representou US$ 307,1milhões das vendas totais, com um aumento de 43% sobre o ano anterior. Os moveis em madeira ( diversos) destacaram-se ainda com US$ 309,1 milhões e os assentos/suportes, atingiram US$ 187,9 milhões em vendas. Destacam-se ainda a participação dos móveis para cozinha, com vendas externas de US$ 37,8 milhões, e móveis para escritório, com US$ 29,6 milhões.
Os Estados Unidos continua sendo o maior importador, com US$ 374,4 milhões, vindo a seguir a França, com compras de US$ 95,9 milhões, o Reino Unido,com US$ 93,3 milhões, e a Alemanha, com US$ 46,2 milhões. Países como a Holanda e Argentina também são bons compradores dos móveis produzidos no Brasil.
Do total das exportações de móveis do Brasil em 2004, o estado de Santa Catarina foi responsável por 44% dos embarques, com US$ 441 milhões. O estado do Rio Grande do Sul exportou US$ 280 milhões ( 28% ); São Paulo um total de US$ 97,9 milhões ( 9,8%) e o Paraná, US$ 93,4 milhões ( 9,3%).
Papel e Celulose
A variação das exportações de papel e celulose foi muito pequena no último ano. As vendas externas totalizaram US$ 2,90 bilhões, um aumento e apenas 2,7% sobre o ano anterior. Entre os fatores que contribuíram para uma limitação no aumento das vendas externas está o preço praticado internacionalmente, que teve uma queda em 2004.
A pasta de celulose atingiu US$ 1,72 bilhão em vendas externas em 2004, enquanto que o papel e papelão somaram US$ 1,18 bilhão.
No item papel e papelão a Argentina foi o país que mais importou, totalizando US$ 218,6 milhões. Outros países importadores são Estados Unidos, Chile, Itália e Reino Unido. Já em pasta da celulose o maior importador é os Estados Unidos, que em 2004 comprou US$ 356 milhões, vindo a seguir a China, com US$ 266 milhões. Outros países que compram também um bom volume do Brasil são a Holanda, Bélgica e Itália.
O estado de São Paulo é responsável por US$ 666,8 milhões do total exportado em papel e celulose , ficando o Paraná com US$ 215 milhões. Já em pasta de celulose a grande concentração das exportações está no estado do Espírito Santo, por onde foram vendidos ao mercado internacional no último ano US$ 693,4 milhões, ou seja, 40,2% do total. O estado de Minas Gerais foi responsável por exportações, neste item, de US$ 343,9 mil (19,9%) |