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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°86 - DEZEMBRO DE 2004

Habitação

A madeira como alternativa na construção habitacional

Existem inúmeras vantagens com relação ao uso da madeira na construção de unidades habitacionais. Em função do peso da edificação as fundações ou alicerces são bem mais simples, e o tempo de construção pode ser reduzido a 1/3 em relação à alvenaria. Outro benefício ocorre porque em função de um planejamento e projeto da obra todos os componentes podem chegar pré-fabricados, reduzindo os tradicionais desperdícios.

Com a madeira, as instalações elétricas e hidráulicas podem ser muito mais simples e de fácil acesso no caso de uma eventual manutenção. Com relação ao conforto térmico a madeira é um material isolante, por isso deve haver um cuidado no cálculo e orientação das aberturas bem como especificação do material da cobertura.

O princípio da estufa pode ser a associação da madeira como vedação com telhas de fibro-cimento, ou seja, o calor entra pela cobertura e permanece no interior da edificação ou o frio entra pela cobertura e pelas frestas das janelas e permanece no interior da edificação. Por este motivo é necessário compreender como se dá o ganho ou a perda térmica em construções em madeira.

Com relação à acústica pode-se afirmar que quanto mais “pesado o material” melhor é o isolamento acústico da edificação, construções de tábuas de madeira tem um baixo isolamento, é possível solucionar este problema utilizando-se paredes duplas ou paredes duplas com conectores metálicos, sendo que esta última possui um melhor isolamento acústico do que paredes de tijolos e de concreto. Existem ainda dois argumentos que podem depor contra o uso da madeira: a durabilidade e a resistência ao fogo.

A durabilidade é uma questão de projeto, e de especificação adequada da espécie, condições de uso, e execução da obra, por este motivo é importante a contratação de profissionais especializados em projetos e construções em madeira. Quanto ao risco de incêndios, a evolução de um incêndio em edificações depende dos materiais envolvidos, o que “pega” fogo inicialmente é o carpet, as cortinas, os livros e papeis ou plásticos. A evolução do incêndio também depende da bitola das peças utilizadas na construção, bem como do revestimento da sua superfície, porém uma estrutura de madeira carbonizada oferece muito mais estabilidade estrutural que o aço por exemplo.

A principal vantagem do uso da madeira na construção civil é o baixo consumo energético na sua produção e utilização. Para uma construção ser considerada “ecologicamente correta” é necessário atender alguns requisitos, bem como determinar os insumos energéticos na constituição física da edificação, principalmente envolvidos na fabricação, transporte e montagem. Também é importante identificar como se dá o uso da edificação com relação ao consumo de energia durante seu uso (climatização, iluminação e aquecimento de água).

É necessário fazer uma análise do consumo energético na demolição ou a possibilidade de reutilização deste material. Neste sentido deve-se considerar construções utilizando espécies de madeira provenientes de reflorestamentos. A madeira possui um baixo consumo de energia, a energia solar responde pela sua formação, e o consumo energético em seu processamento é mínimo se comparada a outros materiais. Além disso, é reciclável e biodegradável. Existem áreas de reflorestamentos no sul do País e na região de São Paulo e Minas.

A floresta ainda contribui no seqüestro de carbono e melhoria das nossas condições atmosféricas. Considerando as 6,5 milhões de unidades necessárias para a solução de um grave problema social, estas questões relativas à conservação e utilização correta da energia são de fundamental importância.

Outro fator que devemos chamar a atenção é a questão do design como valorização do produto madeira. O design é uma atividade multidisciplinar, envolve conhecimentos desde a etapa de concepção de novos produtos e serviços, desenvolvimento de aspectos da produção e marketing. O design ainda assume o papel de descobrir novos atributos a serem explorados, simplificação e otimização do processo produtivo, e barateamento dos custos da construção.

Com a madeira é possível a criação de espaços agradáveis a todos os sentidos: visual, acústico, olfativo, e tem relação com a percepção do espaço. Neste sentido, uma casa de madeira pode ser bem mais agradável e aconchegante que uma construção em concreto.



Benefícios econômicos



Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), há muitos benefícios econômicos e estratégicos advindos da atividade de design, considera-se que esta absorva em média apenas 15% dos custos, mas comprometa cerca de 85% dos investimentos no desenvolvimento de um novo produto.

Entre os dados estatísticos da CNI constam que cerca de 90% dos projetos implementados geraram lucros e o período médio de recuperação do investimento realizado foi de 15 meses, à partir do lançamento do produto. Nos casos em que foi possível fazer comparação com produtos anteriores, as vendas cresceram em média 41%. Em média 25% dos projetos abriram novos mercados domésticos. Outros benefícios identificados abrangeram desde a redução dos custos de fabricação até melhorias na imagem externa da empresa e economia de estoques; nos projetos implementados, os riscos financeiros foram baixos para todos os tipos de design.

Na indústria moveleira, onde já existem alguns programas de design como fator de valorização do produto florestal, as empresas já começam a ser competitivas inclusive a nível internacional, a pesquisa de mercado e o planejamento estratégico é parte integrante no processo produtivo, o diferencial do design, que neste caso pode valorizar o produto em até 7 vezes mais no mercado.

Segundo relatos do “ Green Peace” o mogno que sai ilegalmente do país , e vendido pelos índios da aldeia de Caiapós por US$ 30,00 o m3; é vendida como madeira serrada no mercado internacional por até US$3.300,00., madeira suficiente para confeccionar 12 conjuntos de mesa de até 12 lugares. Cada conjunto chega ao mercado atacadista a US$4.150,00x12= US$ 49.800,00.

Na famosa loja Harrods de Londres, um conjunto em mogno com 12 assentos não sai por menos de US$8.500,00 x 12 = US$102.600,00 ( equivale a 4.275 arvores).Com relação à construção de casas de madeira as empresas ainda não investem em um “bom design” como fator valorização dos seus produtos, as plantas são muito semelhantes, não há um fator de valorização da edificação.