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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°81 - JUNHO DE 2004

Mercado - México

Economia mexicana se destaca na América Latina

O México tem uma localização privilegiada, com extensas costas para o Atlântico e o Pacífico, que lhe garante fácil acesso aos países da América do Norte, América Central e do Sul, Europa e Ásia. Com uma área de 1.964.375km2, é o quarto país em extensão territorial nas Américas e, com uma costa de 11.122km é o segundo, depois do Canadá.

O país é hoje a nona maior economia do mundo e é também o país que tem a maior quantidade de acordos de livre comércio, que são 11, cobrindo 42 países em três continentes, o que lhe permite um acesso preferencial a um mercado potencial com quase um bilhão de pessoas. É importante ressaltar que todos esses acordos foram discutidos e negociados com a forte e institucionalizada participação do empresariado mexicano.

Em 2003 o México recebeu US$ 10,7 bilhões de investimentos estrangeiros e espera-se chegar a treze e meio bilhões ao final deste ano, de acordo com Edmyr Piereck, vice-presidente executivo da Câmara de Indústria, Comércio e Turismo Brasil-México. Com 3.152 km de fronteira com o maior mercado do mundo, os Estados Unidos são o seu maior parceiro comercial, destino e origem de mais de 75% de seu comércio exterior. No ano passado, o México obteve um impressionante superavit de US$ 41 bilhões com o "grande irmão do norte".

Uma prudente condução da política fiscal e monetária no país tem permitido um comportamento estável nas variáveis financeiras. No primeiro trimestre o comércio exterior mexicano teve uma significativa aceleração, com um crescimento de 10,7% nas exportações, com forte participação dos manufaturados, e um aumento de 11,5% nas importações, notadamente de bens intermediários e de capital.

Esses fatores, e ainda um desempenho bastante favorável da indústria de construção, garantiram um crescimento superior a 3% no primeiro trimestre deste ano. O México é uma economia aberta, tendo essa abertura se iniciado no meio dos anos 80 e consolidado no meio dos anos 90, quando o comércio exterior saiu de US$ 37 bilhões em 1982 para os US$ 342 bilhões em 2003.

Relação comercial

O México e o Brasil são de longe os maiores países e maiores economias da América Latina. Entretanto, ainda que a relação comercial entre os dois venha tendo um incremento significativo, tendo passado de US$ 692 milhões em 1990 para US$ 3.274 milhões em 2003 (conforme dados do MDIC), ainda há um grande espaço para um significativo aumento no intercâmbio. Nos últimos anos o Brasil vem apresentando superavits constantes, tendo ultrapassado US$ 2 bilhões em 2003. Faz-se necessário a busca de um equilíbrio, através de um crescimento de nossas importações do México, aproveitando os acordos que temos e descobrindo interessantes alternativas de fornecedores para uma enorme gama de produtos.

Hoje os dois países têm em vigor os acordos PTR 4 e ACE 53 e 55. O primeiro, concede uma preferência tarifária de 20% na maioria dos produtos da pauta. O Acordo de Complementação Econômica 53 também dá preferências de 20 a 100% a quase 800 produtos. Atualmente se está negociando a ampliação desta lista. O ACE 55, do setor automotivo, ora em seu segundo ano de vigência, estabelece, reciprocamente, a isenção do imposto de importação nos automóveis e veículos comerciais leves, dentro de um sistema de cotas que se iniciaram em 140.000 unidades, chegando a 210.000 em 2006 e, a partir de 2007, livre comércio. E mais. A quase totalidade das autopeças também são isentas do imposto de importação; tanto no Brasil quanto no México. O ACE 55 se reflete fortemente na composição da pauta dos dois países, pois as mercadorias do setor automotivo respondem por mais de 50% do total.

Nos últimos anos, os mexicanos têm investido fortemente no Brasil, nas áreas de telecomunicações, entretenimento, hotelaria, alimentação, autopeças, etc. Ainda que não no mesmo volume, o caminho inverso também está sendo descoberto com empresas brasileiras abrindo filiais no México e investindo em plantas produtivas. Aliás, além do mercado mexicano ser de grandes proporções, aqueles tratados de livre comércio com 42 países garantem o acesso privilegiado a eles. Por outro lado, regras claras e estabilidade política e econômica criam um clima altamente adequado a esses investimentos.

Câmara Brasil - México

Fundada em 1990, a Câmara de Indústria, Comércio e Turismo Brasil México, tem entre seus objetivos principais o fomento das relações bilaterais. Para atingi-lo a Câmara promove missões comerciais ao México, recebe missões mexicanas no Brasil, mantêm contatos com os governos, associações, sindicatos, etc., sempre em defesa dos interesses de seus associados e visando facilitar os contatos entre empresários de ambos os países para que aumentem seu comércio, investimentos, etc. A Câmara também promove eventos anuais.

A Câmara Brasil México constantemente busca identificar feiras e exposições no México que sejam adequadas à participação de empresas brasileiras, tendo realizado o Pabellón Brasileño, forma de participação conjunta, em mais de 13 exposições internacionais no México. A última participação foi em fevereiro de 2004, em Guadalajara, na Expo Mueble Internacional Invierno.

Brasil e México prometem aumentar comércio bilateral

Os participantes do painel Panorama Bilateral, apresentado durante a reunião do Comitê Brasil-México, chegaram a um consenso: O intercâmbio comercial entre os dois países é insignificante para a dimensão de suas economias. Segundo estudo divulgado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o México é o destino de 3,7% das exportações totais brasileiras, enquanto os produtos vendidos pelo Brasil representam apenas 1,9% das importações totais mexicanas.

Em 1997, Brasil e México firmaram um acordo que visava a eliminação ou redução de tarifas entre os dois países para 796 produtos, o Acordo de Complementação Econômica 53. Por ser limitado em termos de abrangência e valor de comércio, o ACE 53 foi pauta da Reunião do Comitê Brasil-México. O cônsul geral do México, Salvador Arriola, propôs a criação de um grupo de trabalho que estude os documentos divulgados pela CNI, pelo Conselho Mexicano do Comércio Exterior (COMCE) e pela Camex. Roberto Albarrán Campillo, presidente da Seção Mexicana do Comitê Empresarial Brasil-México, ainda reafirmou que temos que criar um mercado que nos sirva de plataforma para equilibrarmos a balança comercial de ambos os países.

As exportações do Brasil para China, Rússia, Índia e México mais do que triplicaram entre 1998 e 2003. Nesse período, as vendas para os quatro mercados cresceram 246% e chegaram a 12,8% do total exportado pelo País - há cinco anos, essa participação era de 5,3%. Ao mesmo tempo, parceiros tradicionais perderam espaço relativo no comércio exterior com o País.

O avanço dos novos destinos foi comprovado por levantamento da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). O estudo conclui que, a despeito das ações de promoção comercial, foi o crescimento da economia dos quatro países que explicou a elevação das exportações brasileiras. Excluindo esses destinos, o restante das vendas externas cresceu 43% no período. O levantamento mostra que o peso das vendas para a União Européia (UE) caiu de 28,8% para 24,8% de 1998 a 2003 e, para a Argentina, passou de 13,2% a 6,2%. A parcela dos Estados Unidos avançou de 19,3% para 23,1%.

O resultado do estudo deixa um alerta para os exportadores brasileiros, diz Fernando Ribeiro, economista da Funcex. O empresário tem de olhar para todas as partes do mundo, principalmente para países que crescem rapidamente, mesmo os menores. O País pode ser mais bem-sucedido se os empresários pararem de olhar só para Mercosul, EUA e Europa.

A criação de um Comitê Brasil-México Permanente foi uma das propostas apresentada no Comitê Empresarial Brasil-México. A iniciativa, que partiu do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e do secretário de Economia do México, Fernando Clariond, visa ampliar ainda mais a área de comércio e investimento entre os dois países.

Esse comitê permanente atuaria paralelamente ao Comitê Brasil-México para reunir equipes técnicas, que resolveriam pendências e discutiriam o comércio bilateral. É preciso diversificar a agenda de comércio entre os dois países e conhecer melhor as potencialidades de cada um. Fernando Clariond enfatizou a importância do comércio bilateral. “Além de continuar a importar autopeças do Brasil, podemos discutir a ampliação do comércio de produtos agropecuários”, afirmou. A importação de autopeças para o México totalizou US$ 695,4 milhões em 2003.

Se você imagina que, ao chegar à Cidade do México, vai encontrar pessoas típicas das novelas do SBT, com nomes compostos como Maria Dolores e Ernesto Alfredo, e mulheres maquiadíssimas pela rua, não fique na dúvida. Você está absolutamente certo. As mulheres realmente carregam na maquiagem a qualquer hora do dia, mas esta não é a única característica típica do México. Lá é possível ver mariachis tocando nos restaurantes a qualquer hora, principalmente na plaza Garibaldi, um ponto tradicional da madrugada onde os cantores competem para ver quem consegue ser mais ouvido. O ideal é pedir uma mesa em um dos bares da praça e apreciar a boa música latino-americana.

Outras características presentes na cidade são o cacto e o chili, que fazem parte da alimentação do mexicano, assim como o arroz e o feijão no Brasil. Os produtos são facilmente encontrados “in natura” nas barraquinhas espalhadas pelas praças e feiras da cidade e também nos restaurantes. A pimenta é o tempero mais básico que o sal e é servida até com chocolate. Já o cacto vai para os pratos e também para os copos, em forma de suco. Outra bebida que não falta é a tequila. Adivinhe do que ela é feita? De cacto, claro. O Maguey tequilero origina um suco que, ao ser fermentado, forma o pulque, um vinho muito gostoso que, depois de destilado, vira tequila. Para tomá-la, coloque sal numa mão, limão na outra e solte o versinho “Acima, abajo, al centro e a dentro”. Coma o sal, beba a tequila e alivie com o limão. Uma delícia. Mas para quem não quer a “pinga” pura, experimente a margarita, feita com suco de limão, tequila e sal na borda do copo.

A única figura que você não vai encontrar com facilidade é o trabalhador descansando durante a sesta, usando o famoso sombreiro. O governo do México tem tentado desfazer a imagem de preguiça que por anos foi atribuída ao país. De fato, as pessoas param após o almoço para descansar, mas o sombreiro só é encontrado em locais mais afastados. Apesar disso, a peça não falta nas feiras e mercados para turistas. As famosas pirâmides do México podem ser encontradas a 50 km ao norte da capital, em Teotihuacán, cujo significado é “o local onde os homens se tornam deuses”. A cidade é uma das mais impressionantes do mundo antigo, foi fundada antes da era cristã e chegou a ter mais de 125 mil habitantes.

Os teotihuacanos, como foram chamados pelos astecas (até hoje não se sabe muito sobre este povo), foram um das civilizações mais avançadas daquele tempo e do posterior também. As técnicas de construção de pirâmides, a expansão territorial e o comércio foram passados até os astecas. O ápice ocorreu nos anos 400 e 500, mas por volta dos anos 650 ela sucumbiu. Não se sabe muito bem o que causou seu lento desaparecimento, mas aparentemente a cidade esgotou os seus recursos ou foi atacada por povos nômades.

Quando os astecas chegaram à região, consideraram Teotihuacán uma cidade sagrada construída pelos deuses ou por gigantes. Os templos e pirâmides do sítio arqueológico refletem a grandiosidade desse povo, mas ainda não revelou a história deles. Para explorar o local, os visitantes devem estar dispostos a caminhar por terrenos irregulares e subir escadas a uma altitude de 2.300 metros, sem contar o sol forte que ilumina Teotihuacán quase todos os dias. No verão é possível também pegar chuva. Não se esqueça do protetor solar, do chapéu e de sapatos confortáveis. A caminhada é grande e as escadas que levam ao alto das pirâmides parecem não acabar, mas vale a pena. A vista é deslumbrante e você se sente no meio da história dos teotihuacanos lá de cima.



Catolicismo

A Igreja representa o poder do catolicismo no país, onde nove em cada 10 habitantes são católicos. Ela, assim como várias outras construções da região, está sofrendo afundamento. Em uma das esquinas do Zócalo está o Templo Mayor, que foi aterrado, assim como a casa de Montezuma, para a construção da cidade espanhola em 1521. O templo ficava no centro de Tenochtitlán e só foi descoberto em 1978. O edifício religioso foi construído pelos astecas nos séculos 14 e 15, no local onde, segundo a lenda, eles haviam visto uma águia comendo uma serpente em cima de um cacto. O trio está representado na bandeira do país.

Os dois templos que ficam no topo da construção homenageiam os deuses da guerra, Huitzilopochtli, e da chuva e da água, Tlaloc. Diz a lenda que os astecas costumavam “acalmar” os deuses com sacrifícios humanos. Pelos calçadões da praça se espalham os camelôs vendendo desde as mais típicas lembrancinhas do país a filmes fotográficos e aparelhos eletrônicos.

Pessoas tocando músicas locais, índios com incenso e até mesmo uma barraquinha do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), do sub-comandante Marcos, também estão presentes. Qualquer semelhança com o viaduto do Chá e a praça da Sé não é mera coincidência.

Ruínas astecas

Tenochtitlán, a capital do império asteca, foi construída em uma ilha do lago Texcoco. Ao ser invadida e conquistada pelos espanhóis, ela foi destruída para a construção da nova cidade. O local se tornou a Plaza de la Constituición, ou Zócalo, e guarda embaixo de seus edifícios as ruínas astecas. Os espanhóis usaram as pedras de Tenochtitlán para fazer as novas obras e acabaram aterrando o lago para ampliar o território.

O ato expansionista causou um dos principais problemas da cidade: ela está afundando. O aterramento do Texcoco criou um solo instável e frágil. A terra não suporta o peso das construções e vários prédios, igrejas, monumentos e até mesmo as ruas apresentam desnível e rachaduras.

Os danos se estendem por toda a cidade. No Paseo de la Reforma, por exemplo, o monumento a la Independencia submerge 2 cm por ano e já afundou 36 metros .Quando foi erguido, em 1910, a base ficava à beira da rua. Com o desnível, o governo começou a colocar degraus de pedra embaixo do monumento para retardar seu afundamento.

Até mesmo a Basílica da Virgem de Guadalupe e as demais igrejas do local, que ficam ao norte da cidade e no fim do lago, apresentam trechos com desnível. Mas o Zócalo é mesmo a região mais afetada. Atrás da Catedral há vários prédios com fortes rachaduras causadas em razão dos problemas do solo e também em decorrência do terremoto de 1985, que matou 9.000 pessoas na cidade.