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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°81 - JUNHO DE 2004

Mercado - Europa

Brasil pode ampliar exportações para países do leste europeu

As exportações para países do Leste Europeu como Polônia, Hungria e República Tcheca apresentam grande potencial de crescimento, a curto e médio prazos. Vários itens possuem mercado promissor como calçados, confecções, alimentos, bebidas, equipamentos hospitalares, além de produtos de base florestal.

Esses países já são tradicionais compradores de soja, café e frango, mas agora percebe-se que existem oportunidades imediatas em outras áreas, conforme observa o presidente da Apex, Juan Quirós, que já visitou Budapeste (Hungria), onde foram feitos trabalhos de prospecção comercial.

Atualmente, a balança comercial brasileira com países do Leste Europeu é pouco expressiva. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil vendeu no ano passado apenas US$ 76,9 milhões em produtos para a Polônia, US$ 66,2 milhões para a República Tcheca e mais US$ 48,6 milhões para a Hungria. Não há dúvidas que as pequenas e micro empresas brasileiras terão condições de ocupar um mercado que é potencial para o Brasil.

Os produtos da indústria madeireira do Brasil têm boa demanda no exterior, porém o percentual desta participação ainda não chega a 1%. Os itens que se destacam são: madeiras perfiladas, molduras, casas pré-fabricadas e embalagens. O Brasil, entretanto, não tem, por enquanto, nenhuma venda externa de produtos de madeira para engenharia, um mercado que movimenta US$ 40 bilhões no mundo. O problema maior é que as vendas externas de produtos florestais estão muito concentradas no estágio inicial de processamento, como matéria-prima.

As principais dificuldades para aumentar as vendas externas são: despreparo para atender as empresas internacionais, exigências de design, qualidade, medidas diferenciadas oferta de poucas espécies de madeiras/produtos, e falha na política de marketing das empresas. Como forma de reverter a atual situação é necessário desenvolver uma indústria com capacidade de agregar valor aos seus produtos; melhoria da política de marketing no mercado internacional; potencialização de preços; certificação de qualidade; aumento do número de espécies exploradas e adoção de logística adequada.

Uma boa estratégia é ter como aliado o comércio eletrônico, parceria com outros países em tecnologia, logística, designer e marketing. Outro fator que deve ser considerado é a propaganda no exterior, porque sem divulgação corre-se o risco da imagem negativa da qualidade dos nossos produtos no mercado. E deixa margem para que os concorrentes estrangeiros difundam uma idéia errada do madeireiro brasileiro, de que ele depreda a natureza. Entidades ajudam as empresas a ganharem mais espaço no exterior, através da participação em feiras setorizadas e em muitos eventos internacionais.



Papel e celulose

O setor de celulose e papel tem motivos de sobra para comemorar o seu desempenho. Apesar do encolhimento que foi registrado do consumo interno, o segmento encerrou o ano de 2003 com números positivos graças a um crescimento de 50% no volume total de exportações. As vendas externas chegaram a US$ 2,7 bilhões.

O Brasil é o 7º maior produtor mundial de celulose e o 11º maior produtor mundial de papel. A indústria nacional de celulose e papel conta com 220 empresas que proporcionam 100 mil empregos diretos em 450 municípios brasileiros. Com queda de 1,3 % no chamado consumo aparente e elevação de 30,4% nas exportações, a produção brasileira de celulose encerrou 2003 registrando alta de 12,2% em relação ao ano passado, e volume total de 9 milhões de toneladas do produto. Destes, 4,5 milhões destinaram-se às exportações e 4,88 milhões, ao mercado interno.

O maior consumidor de celulose brasileira é a Europa, destino de 44% das exportações. A Ásia vem em segundo lugar, com 28%, e a América do Norte em terceiro, com 27%. O principal mercado para o papel brasileiro é a América Latina, para onde vão 43% das exportações. Em seguida vêm a Europa, com 21% do volume exportado pelas indústrias de papel, e a América do Norte, com 18%. O setor de celulose e papel tem um ambicioso plano de investimentos para o período até 2012. A meta é ampliar ainda mais as exportações e suprir a demanda interna, reduzindo as importações e gerando empregos.

Mercados alternativos

A Espanha é uma alternativa de mercado promissora para a indústria de base florestal. Madeira e móveis estão na lista dos principais produtos importados pelo país. Desde a incorporação à União Européia, a Espanha adota todas as regulamentações pertinentes ao comércio exterior do bloco. Assim, as normas de certificação são cada vez mais valorizadas e determinantes para a competitividade.

A Espanha, como país-membro da União Européia, adota no comércio exterior as mesmas regras da política comercial comum utilizada nos demais países da Comunidade. A AENOR (Asociación Española de Normalización y Certificación) é o órgão credenciado para desenvolver as atividades relativas à certificação de qualidade na Espanha.

Os parceiros comerciais que a Espanha tem na América Latina ainda são ínfimos. O Brasil é o maior, principalmente nas áreas de telecomunicações, energia e serviços financeiros. No setor a parceria representa boas oportunidades pois a madeira serrada fez parte dos principais produtos do comércio bilateral entre os dois países. Uma das características do mercado espanhol é o grande número de empresas de pequeno e médio porte.

No caso da indústria moveleira, a escolha de um agente ou representante comercial poderá ajudar na colocação do produto no mercado atacadista e varejista. Dependendo do tipo de produto as lojas de departamentos e os hipermercados podem oferecer excelentes oportunidades para distribuição naquele país. Caso seja necessária a instalação de escritório de representação ou contratação de consultoria jurídica o empresário brasileiro poderá contar com a orientação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Cada Secom tem sua área de atuação, por isso é necessário que o empresário conheça bem a área geográfica em que vai atuar. Madri e Barcelona são mercados onde se localiza a maioria dos agentes e distribuidores que importam os produtos e repassam para as demais regiões. As grandes redes de supermercados, que nas últimas décadas aumentaram significativamente são os principais canais de distribuição, o que dificulta o estabelecimento de relações diretas com os varejistas que compram de importadores e distribuidores. Este é mais um motivo que justifica a participação em feiras e missões comerciais.



Comércio Bilateral

A corrente de comércio entre Brasil e Espanha é gradual, porém firme em crescimento diante das mais diversas circunstâncias enfrentadas pela economia brasileira ao longo dos últimos 20 anos. Em 1983 foram negociados US$ 596,4 milhões nas trocas comerciais bilaterais (exportações brasileiras de US$ 526,5 milhões, importações de US$ 69,8 milhões, superávit de US$ 456,7 milhões), verificou-se uma consistente evolução em direção ao recorde no intercâmbio bilateral alcançado em 1999 (total de US$ 2,3 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 1,6 bilhão e importações de US$ 1,17 bilhão).

Desde então as trocas comerciais foram mantidas acima da cifra de US$ 2 bilhões anuais, e no ano de 2002 totalizaram US$ 1,11 bilhão, importações de US$ 975 milhões e superavit de US$ 144,8 milhões. Uma das metas do governo brasileiro é ampliar o número de empresas exportadoras e facilitar o acesso dos produtos brasileiros ao mercado internacional.

Alguns órgãos atuam em parceira com o poder público e privado e estão adotando em seu trabalho o conceito de “Inteligência Comercial”, ou seja, um trabalho de cruzamento de informações para que os empresários de todo o País possam conhecer mais sobre o mercado internacional. Além disso, trabalham também a imagem do País no exterior e a “Marca Brasil”. Os empresários de todos os Estados terão acesso a dados como: quem está comprando produtos semelhantes aos seus lá fora, quem são seus concorrentes, qual é o preço médio de compra, o que um determinado país poderia comprar da produção do seu Estado e não o faz, e por que isso acontece.

O Plano Estratégico de Promoção Comercial já foi lançado e as diretrizes serão traçadas em sintonia com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e os diversos setores da economia que mantêm projetos.

O governo espanhol também desenvolve trabalhos para melhorar a imagem da Espanha no exterior e para isso criou o Consejo de Política Exterior, órgão colegiado com o objetivo de divulgar a imagem de qualidade do país nos aspectos comerciais e culturais e despertar interesse da comunidade internacional. Construir a “marca da Espanha” também é prioridade do governo que convocou seus 103 embaixadores para desenvolver uma estratégia para a marca no exterior.

A Espanha faz parte da União Européia desde 1986 e está organizada política e administrativamente em 17 Comunidades Autônomas. O ingresso na União Européia e a gradual abertura econômica ocorrida nos últimos 15 anos, permitiram grande aumento do intercâmbio comercial. Hoje é reconhecido como sexto maior investimento mundial e segundo no Brasil.

A desaceleração da economia mundial que teve sua origem nos Estados Unidos no final do ano 2000, se estendeu não só às economias industrializadas, mas afetou todo o comércio mundial registrando queda nos intercâmbios comercias, principalmente depois do atentado de 11 de setembro de 2001. Nesse contexto a economia espanhola, após crescer por quatro anos consecutivos, em torno de 4% ao ano, também teve em 2001, desaceleração de 2,8% em relação ao ano anterior. Mesmo assim a Espanha desfruta de um crescimento médio anual ligeiramente superior à média da União Européia, apresentando contas públicas saneadas e ritmo sustentado de criação de empregos.



Brasil e Portugal incentivam aumento de comércio bilateral

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro João Manuel Durão Barroso decidiram estimular o diálogo entre empresários e a formação de joint ventures com o objetivo de ampliar a corrente de comércio e de investimentos entre os dois países. A declaração conjunta assinada pelos dois chefes de Estado reconhece que o patamar alcançado pelas relações comerciais bilaterais ainda não traduz, em sua plenitude, as reais potencialidades econômicas de cada país.

No ano passado, a corrente de comércio entre Brasil e Portugal atingiu apenas US$ 771,7 milhões – o que representa menos de 1% do total das exportações e importações brasileiras. As importações feitas de Portugal foram as que mais caíram na última década, enquanto os investimentos diretos portugueses no Brasil têm aumentado. O comércio bilateral também fez parte de uma conversa entre o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e o ministro da Economia de Portugal, Carlos Manuel Tavares da Silva. Nela, decidiu-se aprofundar os contatos com vistas às oportunidades mútuas de negócios.

No campo econômico, o Brasil tem sido um dos principais destinos do investimento português no exterior e assim continuará a ser “porque acreditamos no Brasil e temos uma grande ambição conjunta“ afirma o primeiro-ministro, ressaltando que seu país também pode oferecer uma boa porta de entrada aos investidores brasileiros para o mercado consumidor europeu. “O mercado europeu será o maior mercado do mundo, já agora com quase 450 milhões de pessoas com grande poder de compra”.

Além da discussão econômica, os dois governantes também emitiram posição favorável à reforma na estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU), assim como às candidaturas de ambos os países a uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil disputa a indicação como membro permanente, enquanto Portugal pleiteia uma das vagas européias para o biênio 2011-2012. Lula pediu a Durão Barroso empenho para a assinatura, ainda neste ano, do acordo de associação do Mercosul com a União Européia. O Brasil e o Mercosul oferecem uma porta de entrada privilegiada para a participação de capital português no processo de integração sul-americana, em especial de órgãos de infra-estrutura.



União Européia quer assinar acordo com Mercosul

Para a União Européia, o conteúdo do acordo de livre comércio com o Mercosul é mais importante do que o prazo. O conselheiro de Assuntos Comerciais da Delegação da Comissão Européia no Brasil, Jorge Peydro Aznar, confirma o interesse da União Européia (UE) em assinar o acordo ainda este ano.

Desde abril, os países do Mercosul colocaram suas ofertas de abertura para compras governamentais e serviços à mesa, sem, contudo, receber a contrapartida da UE no setor agrícola, o maior interesse para Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai.

O acesso a mercados é apenas um dos pontos que os europeus querem acertar antes de baterem o martelo para a criação da área de livre comércio. Trabalha-se com três pilares: o político, o comercial e o de cooperação. Para o Mercosul, o segundo ponto é muito importante, porque é o maior parceiro comercial do bloco. Para os europeus, todos os aspectos interessam muito e o acordo deve ser mais amplo.

De fato, o bloco sul-americano representa apenas 3% do intercâmbio comercial europeu. Sendo assim, os europeus querem barganhar, além das cotas de importação – o aspecto que mais interessa aos sul-americanos –, regras sanitárias para importação, proteção da propriedade intelectual, compras governamentais, abertura dos mercados energético e de produtos industrializados e acesso dos europeus a investimentos, entre outros pontos.

Nos outros dois pilares, o político e o de cooperação, o acordo terá grande importância. Este não é um acordo de livre comércio semelhante à Alca, por exemplo. Para a UE deve haver intercâmbio científico-tecnológico e expansão dos entendimentos políticos, entre outros aspectos. Para União Européia, conteúdo do acordo com Mercosul é mais importante que o prazo.



Áustria amplia oferta de madeira no mercado

A alta capacidade de produção permite a indústria madeireira austríaca apostar no aumento de oferta ao mercado europeu de móveis e de construção. O setor madeireiro austríaco se encontra em uma fase de expansão das exportações de seus produtos, focada, principalmente, na busca por novos mercados. A idéia é comercializar o excesso de produção de seus madeireiros. Atualmente, o percentual de exportação austríaca de madeira é de quase 60% da produção. Deste montante cerca de 65,6% é direcionada a União Européia, que está entre os compradores mais importantes de madeira, com destaque para Itália e Alemanha.

No geral, as empresas austríacas do setor se caracterizam por administração familiar, com experiência de 40 anos, e tendo em média 25 colaboradores por empresa, até o máximo de 700. A elevada capacidade produtiva e ampliação do estoque direcionam as empresas a ampliação das exportações. Para conseguir acumular produção as empresas apostam em modernas instalações e contínuos investimentos tecnológicos, tanto em melhorias técnicas, como maquinaria. Apostam também em serviços básicos, qualidade, meio ambiente, certificação e reflorestamento.

A Áustria é um país predominantemente florestal e que conta com 3,9 milhões de hectares florestais, o que representa 47% da superfície total. Estas florestas proporcionam 1 milhão de m³ de madeira. A Áustria também é um dos países que dispõe das maiores reservas de madeira por hectare da superfície florestal. Na Áustria crescem 30 milhões de m³ de madeira por ano, os quais cerca de 20 milhões são cortadas e o restante constitui reserva florestal.

A respeito das propriedades florestais, 80% dos bosques são privados. A Áustria conta com 170 mil proprietários. Cerca de 53% possuem menos de 200 hectares. A superfície arborizada desta categoria é cerca de 9,2 hectares por empresa. A indústria florestal austríaca emprega cerca de 8 mil trabalhadores e tem um valor de produção de 910 milhões de euros.

Existem 80 espécies diferentes de árvores. O abeto rojo (picea abies karst) significa cerca de 55,7% dos reflorestamentos do País. Em menor escala, também são plantados pinus, cedro e outras coníferas. A superfície arborizada representa, também, um dos maiores recursos ecológicos do País, pois é o armazém de carbono mais importante. O solo de bosques retém 800 milhões de toneladas de carbono.

A respeito do setor madeireiro, que alcança uma produção total de 5.145 milhões de euros, convertendo a Áustria em um dos principais produtores mundiais, aquecendo a economia austríaca. Com 1.750 empresas, das quais 1.400 são serrarias, este setor emprega 33.878 profissionais. Em sua grande maioria são medias empresas e de propriedade privada.

Apesar de ser um dos grandes produtores de madeira do mundo, a Áustria também é um grande consumidor. Nos últimos 10 anos o consumo de coníferas serradas vem aumentando e varia de 0,30 m³ a 0,62m³ por habitante. A indústria madeireira compreende os seguintes subsetores: construção, com 151 milhões de euros e que incluem fabricação de casas, portas, janelas e pisos; produção de móveis com 1,33 milhões de euros (-2,5% em relação a 2001); produção de painéis e partículas, MDF, OSB, com 774 milhões de euros; produção de esquis (mais de 60% destes produtos são fabricados na Áustria).

A indústria de serrados, com 1.400 empresas das 1.750 totais do setor madeireiro, possui 10 mil trabalhadores, forma uma das principais bases de todo o setor industrial austríaco. Em 2002, o setor alcançou um volume de negócio de 1,84 milhões de euros, com crescimento de 3% em relação ao ano anterior. A produção de madeira serrada foi de 10,46 milhões de m³ e a tendência para 2003 é igualmente positiva.

A exportação de coníferas alcançou o recorde de 6,3 milhões de m³, com crescimento de 6% em relação ao período anterior. Aproximadamente dois terços das exportações são destinadas à Itália (45%), enquanto os Estados Unidos são o mercado com maior desenvolvimento (40%). As exportações de hardwoods sofreram um grande recuo, alcançando os 124.197 m³ menos que em 2001. As importações estão aumentaram em 2002, em 1% madeira macia serrada e em 8% madeira dura. Das 1.400 serrarias, cerca de 1.200 estão classificadas como pequenas empresas. As restantes são médias e grandes empresas que evoluíram ano a ano.

A maioria são empresas de origem familiar, com boa estrutura formada com fortes investimentos. Entre os produtos que fabricam estão construções de madeira laminada, peças e elementos para construção, painéis, placas de madeira maciça, painéis para tetos e paredes, MDF, pisos, móveis pallets e outros.