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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°81 - JUNHO DE 2004

Mercado - China

Economia chinesa cresce 9% ao ano

A China vem apresentando um crescimento vertiginoso nos últimos anos. Em 2003 a economia chinesa aumento em 8,7% e no primeiro semestre de 2004 a taxa de crescimento econômico foi de 9%.

O governo ainda está confiante que o intercâmbio comercial entre Brasil e China continuará sendo destaque no comércio exterior brasileiro este ano. O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, afirma que existem sinais que permitem essa conclusão. O ritmo de comércio brasileiro com a China poderá se manter.

Os exportadores brasileiros estão aprendendo a conquistar novos mercados externos, algo que não é momentâneo. Além da China, que já ocupa o terceiro lugar no ranking dos principais mercados compradores de produtos brasileiros, ficando atrás dos Estados Unidos e Argentina, o secretário destacou que vários países da Ásia estão aumentando seu comércio com o Brasil.

Em 2004, comemoram-se 30 anos de relacionamento entre o Brasil e a República Popular da China. As relações entre os dois países se destacam pela cooperação na área de tecnologia e pelas posições convergentes adotadas em fóruns multilaterais.

Em 2000, por exemplo, o intercâmbio comercial entre Brasil e China cresceu 49%; em 2001, 40%; em 2002, 26%; e em 2003, 38%. Para este ano, a estimativa de expansão é de aproximadamente 50%. Com isso, o volume do comércio bilateral entre os dois países deve chegar a US$ 10 bilhões, bem acima dos US$ 6,6 bilhões registrados em 2003. No ano passado, as vendas brasileiras para a China dispararam cerca de 80%, atingindo US$ 4,53 bilhões.

No decorrer destas quase três décadas – é valido lembrar que as primeiras iniciativas de diálogo sino-brasileiro ocorreram em 1881, não atingindo resultados relevantes, seguida de outras tentativas de aproximação também pouco significativas - os dois países consolidaram um notável patrimônio conjunto nos campos político-diplomático, econômico-comercial e científico tecnológico. As conquistas não param por aí, a manifestação do atual governo brasileiro em relação à política de prioridade com a China e, por outro lado, o interesse chinês em relação ao maior país da América do Sul, proporciona novas e promissoras oportunidades para ambos.

Madeira

Os produtos do Brasil provenientes da indústria de base florestal têm sido muito requisitados pelo mercado internacional. A China mostra-se hoje um dos mais promissores mercados para os produtos de madeira do Brasil. Com mais de 20% da população mundial (1,3 bilhão de pessoas), mas contando com somente 4% de área florestal do mundo, a China é um país considerado pobre na oferta de madeiras internas. O consumo de produtos de madeira, entretanto, tem se elevado rapidamente nos últimos anos. Em alguns produtos como compensados, polpa de papel e papelão a China alcançou o segundo lugar do mundo em consumo, enquanto o consumo de madeira está em terceiro lugar.

De acordo com estatísticas, a demanda anual de madeiras na China é de 260-280 milhões de m³, enquanto o suprimento anual é de cerca de 142 milhões de m³. A produção chinesa de madeiras está longe de suprir as necessidades do mercado de construção e mobiliário chinês. O modo mais efetivo para suprir tais demandas terá que ser o incremento das importações de madeiras. E como forma de facilitar este processo, a China reduziu suas tarifas de importação de madeiras de 50% para cerca de 5%, de forma a encorajar as importações. No último ano o volume de importações de madeiras elevou-se a 70 milhões de m³. E a tendência é que este volume venha a aumentar consideravelmente nos próximos anos.

Além de consolidar a participação nos Estados Unidos e na Europa, empresários pretendem aumentar as negociações com a China. Com a estimativa de fechar as exportações deste ano em US$ 2,5 bilhões, o setor de madeira mecanicamente processada traça novas metas para 2004. A ligeira alta em relação ao ano anterior, no qual as exportações atingiram US$ 2,2 bilhões, e o reconhecimento da qualidade dos produtos brasileiros pelos importadores garante a confiança dos empresários. A expectativa é consolidar os mercados tradicionais, como Estados Unidos e Europa, mas também entrar com mais força na Ásia.

Para o diretor da Regional Sul da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente - ABIMCI, Renato Napoli, o primeiro semestre de 2004 mostrou-se semelhante ao último período do ano passado Nesse período tivemos uma recuperação de demanda e preço, principalmente do compensado de Pinus, afirma Napoli. A previsão do diretor da entidade é que o mercado europeu se mantenha estável e que a aposta do setor será nos países asiáticos. Em 2003 as exportações de produtos de madeira sólida para a China somaram mais de US$ 130 milhões. Em 2002, foram US$ 78 milhões.

O presidente da ABIMCI, Odelir Battistella, observa que a tendência é que a Ásia tenha uma participação significativa para as exportações do setor de base florestal. Leva-se muito tempo para conquistar um novo mercado, mas o setor está trabalhando para isso, garante Battistella.

A mesma posição tem Roque Zatti, presidente da Associação Brasileiras de Produtores e Exportadores de Madeira – ABPMEX, que destaca o fato do mercado chinês estar a cada ano aumentando suas importações do Brasil não só de madeira serrada e compensado, mas também de produtos de madeira com maior valor agregado.

A expectativa dos empresários é que em 10 anos a China poderá se tornar um mercado igual ou até maior que o americano. Entre as dificuldades apontadas pelos empresários para uma maior integração entre China e Brasil está à comunicação, pois o idioma ainda é uma barreira a ser superada.

A prova disso é que China se tornou, em pouco tempo, o segundo maior importador de madeira do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A proibição do corte é uma grande causa - a China, agora, produz apenas metade da madeira que consome, mas há outras também. O consumo doméstico está aumentando rapidamente, enquanto a classe média chinesa compra novas casas e Pequim assume grandes projetos de construção civil, impulsionando a aquisição de madeira.

Comércio mundial

A entrada da China na Organização Mundial do Comércio também levou as tarifas de importação para próximas de zero, incentivando importações, assim como a rápida expansão de uma indústria exportadora de qualquer coisa desde polpa e papel até móveis e decorações, a maior parte destinada para os Estados Unidos e Europa. Manufaturados em alta desde novembro de 2001. Após quinze anos de negociação, a Organização Mundial do Comércio aprovou o ingresso da China, um novo mercado começou a se abrir, especialmente para os produtos manufaturados.

Graças às reformas econômicas que têm sido feitas desde a década de 80 com o objetivo de criar uma "economia socialista de mercado", um surto de crescimento econômico tomou conta do país. Segundo o Banco Mundial, até 2020 a China terá o maior PIB do mundo. O incentivo do governo chinês para aquisição de matérias-primas manufaturadas é convidativo para o setor.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, avalia que os dois países têm interesses comuns na luta contra o protecionismo no comércio mundial, e que o fortalecimento das relações bilaterais poderá ajudar a quebrar barreiras no âmbito da OMC. Ele defende maior participação das pequenas e médias empresas no comércio com a China, e afirma que deverá ser definida uma linha de apoio do BNDES específica para esse segmento.

A partir dos embarques de grãos do Paraná para a China, iniciou uma etapa duradoura das aquisições chinesas, expressando uma parcela do potencial desse mercado. Adicionalmente, percebem-se sinais de uma ligeira diversidade da pauta, com a inclusão de segmentos relativos a material de transporte e madeira, os quais ocuparam, respectivamente, a 2ª e 3ª posições no ranking das exportações paranaenses à China no último ano. Destaque-se, contudo, que a inserção desses grupos mantém a característica da demanda chinesa por insumos industriais e matérias-primas, os quais se destacam autopeças e madeira serrada.

Desafios

De acordo com Charles Tang, presidente binacional da CCIBC – Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, existe uma dependência na importação de madeira para os próximos 30 a 50 anos. Para 2010 a estimativa é de que a população urbana da China chegue a 630 milhões de habitantes, com necessidade de crescimento no sistema de urbanização. Somente em Shanghai são construídos a cada ano 150 mil apartamentos, totalizando uma área de 14 milhões de m². Para isso são necessários móveis, assoalhos, madeira, painéis.

A falta de identidade aos produtos brasileiros é um importante desafio a ser superado, conforme destaca o presidente da CCIBC. O número de produtos de origem brasileira importados pela China é grande. Todavia o que se tem observado é que nem sempre estes produtos são comercializados diretamente entre Brasil e China. Os exemplos mais comuns envolvem couro, madeira, castanhas que, uma vez exportados para países como Itália e Estados Unidos são embalados ou passam por pequenos processos manufatureiros e assim são inseridos em outros países, como é o caso da China, perdendo toda e qualquer identidade com seu país de origem.

A China é um gigantesco mercado com 1.3 bilhões de consumidores, cada vez com mais renda disponível para o consumo em função das riquezas criadas pelo seu desenvolvimento acelerado. Apresenta múltiplas oportunidades comerciais, de parcerias e de investimentos para o Brasil. A China é um mercado que o mundo inteiro cobiça, e o empresário que não prestar atenção a este país perde numerosas oportunidades.

A China vem importando tanto espécies tropicais como espécies de reflorestamento como o Pinus ou o Eucalipto. Compra madeira nativa para parquet e piso e, há pouco tempo, pinus para móveis. As principais espécies adquiridas são: Jatobá, Cedro, Cabriúva, Angelim, Itaubá, Tauari, Ipê, Cumaru, Sucupira e outras.

As oportunidades de negócios e possibilidades de incremento da corrente de comércio bilateral foram objeto de debate durante a visita de Lula à China. A realização da Olimpíada de 2008 na China vai aumentar as possibilidades da indústria da construção civil brasileira naquele mercado, sobretudo para exportação de material. A expectativa é do presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-China, Charles Tang.

Já existem hoje na capital chinesa, Beijing, mais hotéis de quatro e cinco estrelas do que em Nova Iorque, Londres ou Paris. Em função da Olimpíada, somente em Beijing estão sendo construindos mais 350 hotéis. Em termos de materiais de construção, o Brasil pode exportar muita coisa para a China, observa Tang, destacando entre outros bens com potencial de venda para o mercado chinês louças de porcelana, metais sanitários, revestimentos, madeira.

China Área: 9.571.300 Km2

Capital: Beijing (Pequim)

Membro da: ADB – Asian Development Bank, APEC – Asia-Pacific Economic Co- operation, ESCAP – Economic and Social Commission for Asia and the Pacific. População: 1.232.080.000

Taxa de crescimento demográfico: 1,4%

Expectativa média de vida: H-68 e M-71

Línguas: Chinês do Norte (mandarim) e outras.

Índice de alfabetização (adultos): 77,8%

Moeda: Yuan (US$ 1 = 18,3 yuans)



Patrimônios da humanidade

Beijing, a capital da República Popular da China, não é apenas um centro político, econômico, cultural e turístico, mas também um importante centro de comunicação. Situada ao pé das montanhas Yanshan, rodeada por rios e circundada por cadeias de montanhas.

Em função disto, Beijing é caracterizada por um clima continental e influenciada pelas monções, oferecendo, portanto, sensação de um clima semi-úmido. Os melhores meses turísticos estão entre agosto e outubro. Beijing é uma das cidades histórica e cultural famosa na China. Sua história pode ser remontada desde o período da dinastia Zhou do Oeste.

Beijing é rica em recostos turísticos, contando com 7.862 lugares de relíquias históricas e arquitetura antiga, incluindo 2.666 templos e mosteiro. Trinta e cinco arquiteturas antigas se classificam na lista de protegidas pelo Estado. O palácio Imperial, a Grande Muralha, a Cidade Proibida e os Vestígios do Homem de Beijing no Zhoukoudian estão classificados também na lista de bens patrimoniais mundiais pela UNESCO.

Muralha da China

Considerada uma das sete maravilhas do mundo, a Muralha da China despertou a curiosidade, o interesse e a admiração de todo o planeta. A Grande Muralha figura no catálogo de relíquias culturais e foi incluída em 1987 no Patrimônio Cultural Mundial da Unesco.

Sua construção se iniciou no período de primavera e outono (770-475 a. C) se prosseguiu no período dos Reinos Combatentes. Durante esta prolongada época, teve na China sete reinos independentes: Chu, Qi, Wei, Han, Yan, Qin e Zhao que para se defenderem das incursões vizinhas cada um destes reinos construiu suas próprias muralhas em terrenos de difícil acesso. No ano de 221 a.c, o reino de Qin conquistou os outros seis estados e resolveu portanto unificar toda China, ordenando a união das muralhas levantadas por cada reino e construir novas tramas.

A muralha existente foi reconstruída sobre a base original nos tempos da dinastia Ming até alcançar uma largura de 5.660 Km, começando por Shanghai a leste para Jiayu a oeste, atravessando também quatro províncias (Hebei, Shanxi, Shaanxi e Gansu), duas regiões autônomas (mongólia e Ningxia) e Beijing.

Ainda que a Grande Muralha tenha cumprido sua missão por muito tempo, sua permanência para a humanidade constitui em um valiosíssimo legado cultural, histórico, artístico, arquitetônico e turístico.



Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China

Fundada em Dezembro de 1986, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil – China (CCIBC), conta com dez escritórios nas principais capitais do país e cinco na China. A CCIBC vem, há 17 anos, desenvolvendo esforços continuados em prol da amizade, do desenvolvimento e da cooperação comercial e cultural sino - brasileira.

Nascida de uma sugestão do então Ministro das Relações Exteriores, o ex Vice-Primeiro Ministro e Membro do Conselho de Estado, Sr. Wu Xueqian, - que recebeu o Presidente da CCIBC em fins de 1986 em Beijing - a Câmara constituiu-se como uma entidade civil sem fins lucrativos em 17 de dezembro de 1986.

Desde sua fundação, tem sido uma ativa mola propulsora do desenvolvimento da cooperação entre os dois países. Contando com o apoio da comunidade empresarial, dos meios diplomáticos e dos agentes do progresso em geral, tem realizado uma série de eventos, cujo resultado é avaliado a partir da significativa quantidade de mensagens e testemunhos reunidos ao longo de quase duas décadas de árduos trabalhos.