A laminação não se constitui uma invenção moderna. Este processo produtivo de obtenção de lâminas de madeira iniciou-se no Antigo Egito, há cerca de 3000 anos a.C., e se destinava à confecção de peças de mobiliário pertencentes aos reis e príncipes (Albuquerque, 1996). A primeira máquina a produzir lâminas contínuas, por faqueamento de toras em torno desfolhador, surgiu em 1818; entretanto, nos Estados Unidos, existe uma patente de torno laminador de 1840 concedida a Dresser e, na França, outra, concedida a Garand, em 1844. Neste processo, as toras possuíam, normalmente, 2m de comprimento e a velocidade de laminação situava-se na faixa de 4 a 5 m/min.
O processo de laminação passa por algumas fases, tendo início na preparação das toras com o descascamento, seccionamento e aquecimento e, posteriormente, seguem-se o desenrolamento ou faqueamento das toras em lâminas, o transporte, a guilhotinagem e a secagem.
No torneamento a tora descascada é colocada em um torno rotativo, onde as lâminas são produzidas por desenrolamento. Já a lâmina faqueada é a obtida a partir de uma tora inteira, da metade ou de um quarto da tora; esta é presa nos lados para que uma faca do mesmo comprimento seja aplicada sob pressão, produzindo assim fatias únicas. Essas lâminas possuem desenhos atraentes e por isso possuem maior valor comercial.
O principal uso de lâminas de madeira é como matéria-prima para indústrias de compensados, cujos painéis são destinados à construção civil, fabricação de móveis, pisos e embalagens. As lâminas são utilizadas também na fabricação de fósforos e suas embalagens, palitos para sorvetes, revestimentos de móveis e outras superfícies.
O objetivo deste trabalho é fornecer informações básicas, ao produtor de lâminas, de como estimar a quantidade de lâminas que poderá ser produzida e também a área da lâmina de acordo com o comprimento da faca. Este procedimento fornece subsídios ao produtor que permitem planejar, de maneira mais precisa, a sua produção e, consequentemente, a comercialização das mesmas.
No processo de faqueamento, o rendimento é dependente do diâmetro da tora, uma vez que a tábua residual é uma constante dependente da tecnologia do equipamento, normalmente este valor é de 15mm. No entanto sistemas modernos de garras à vácuo permitem o faqueamento até valores em torno de 4mm. Um artifício que pode ser usado é a colagem de uma tábua de madeira de menor valor comercial, neste caso todo o bloco pode ser faqueado.
RESULTADOS
Através dos dados de diâmetro (cm) e espessura(mm) obteve-se o número de lâminas e a área da lâmina.Com os dados de diâmetro obteve-se a largura do bloco central onde foi retirado a tábua residual(15mm), e o resultados obtidos foram divididos pelas espessuras(1mm;1,1mm;1,2mm;1,3mm;1,4mm) obtendo-se assim o número de lâminas produzidas.
Número de lâminas produzidas em função do diâmetro da tora e espessura das lâminas.
Com os dados de diâmetro(cm) e comprimento da faca(3m;4,1m;5,2m) pode-se obter um valor estimado da área das lâminas.
As equações observadas no gráfico 1, estimam o número de lâminas para os diferentes diâmetros das toras; Y1, Y1.1, Y1.2, Y1.3 e Y1.4 correspondem ao número de lâminas de acordo com cada espessura.
No gráfico podemos observar a área da lâmina em função dos diferentes comprimentos da faca (3m; 4,10m e 5,2m) e nos diferentes diâmetros.
Através das equações obtidas no gráfico 2 podemos estimar a área da lâmina para cada diâmetro, variando de acordo com o comprimento de cada faca. As equações Y3, Y4.10 E Y5.20 representam respectivamente as áreas das lâminas para 3, 4.1 e 5.2 m de comprimento das facas.
Concluí-se que através das equações obtidas pode-se determinar o número de lâminas e a sua área possibilitando ao produtor uma maneira prática de estimar sua produção utilizando o diâmetro da tora.
Lourival marin mendes Professor Adjunto DCF/UFLA, lourival@ufla.br
Graciane angélica da silva Mestranda em Engenharia Florestal DCF/UFLA, gracianeas@hotmail.com
Isaias fernandes dos santos Aluno de Graduação em Engenharia Florestal DCF/UFLA
Fábio akira mori Professor Adjunto DCF/UFLA, lourival@ufla.br
José reinaldo moreira da silva Professor Adjunto DCF/UFLA, lourival@ufla.br |