Com tecnologia de ponta e programas de treinamento eficientes, os países desenvolvidos conseguem rendimento superior ao Brasil em menos horas trabalhadas
Um levantamento da Organização Mundial do Trabalho (OIT), divulgado recentemente, indica que o brasileiro trabalha mais horas do que os trabalhadores na França ou na Alemanha, mas produz aproximadamente um quarto do que eles produzem. O desequilíbrio pode estar relacionado com o poder de aquisição tecnológica.
O documento mostra uma queda de 0,2% da produtividade dos brasileiros entre 1980 e 1999 – enquanto a Colômbia, um país que sofreu os efeitos de um conflito interno, teve um crescimento de 0,9% no mesmo período. Os números indicam que a produtividade brasileira é inferior a de países mais desenvolvidos nos setores do comércio, indústria e agricultura.
No setor de comércio, por exemplo, o Brasil registrou uma queda de produtividade de quase 40% de 1980 a 1996. No setor industrial, a OIT destaca que “a diferença entre Brasil e México, por um lado, e entre Brasil e os Estados Unidos, por outro, se ampliou substancialmente.”
O Brasil e outros países em desenvolvimento também tiveram baixa produtividade em 2002 no setor da agricultura, onde o acesso a novas tecnologias parece ter um papel crucial. O documento indica, por exemplo, que a produtividade de um trabalhador agrícola nos Estados Unidos é, em média, 650 vezes maior do que de um no Vietnã.
De acordo com a OIT, porém, em pelo menos dois setores, transportes e comunicação, houve um crescimento da produtividade brasileira entre os anos 80 e 90. Em 1980, o trabalhador brasileiro nesses setores produzia, em média e em um ano, um valor equivalente a US$ 12 mil. Em 1996, esse valor era de US$ 16,9 mil.
O relatório da OIT indica que os trabalhadores dos Estados Unidos foram os mais produtivos do mundo em 2002 – principalmente devido ao fato de eles terem trabalhado mais horas por dia e terem tido menos feriados. A produção por pessoa nos Estados Unidos foi de cerca de US$ 60,7 mil no ano passado, contra US$ 54,3 do país que mais produziu na Europa, a Bélgica, ou US$ 14,3 mil do Brasil.
Os americanos teriam trabalhado no ano passado uma média de 1.825 horas – aproximadamente o mesmo que os trabalhadores japoneses, enquanto nos países europeus a média variou de 1,8 mil a 1,3 mil horas. No entanto, a produtividade por hora dos trabalhadores de três países europeus – Bélgica, Noruega e França – é maior que a dos americanos.
O relatório da OIT também indica que a produtividade americana tem crescido duas vezes mais rápido do que as de trabalhadores da Europa e do Japão nos últimos sete anos. O crescimento teria duas explicações. Uma delas seria a facilidade do acesso dos trabalhadores americanos às tecnologias da informação e de comunicação, o que cria condições para mais produção. A segunda explicação é que, com o acesso à tecnologia, as empresas também podem ter um crescimento nas vendas do atacado e no varejo e ter mais acesso ao mercado de capitais.
Cálculo
A pesquisa revelou ainda que o nível de produtividade por trabalhador aumentou, passando de 1,5% na primeira metade da década de 90 para 1,9% na segunda metade. Grande parte deste crescimento ficou concentrado nas economias industrializadas, como Estados Unidos e países da União Européia, e em alguns países da Ásia (China, Índia, Paquistão e Tailândia). Na África e nos países da América Latina, os dados da OIT mostram declínio nos níveis de produtividade desde 1980.
Segundo a OIT, o cálculo da produtividade por trabalhador também leva em conta a questão econômica, como desvalorização da moeda e crise no país. Esses são os pontos que podem ter prejudicado o Brasil na avaliação por empregado.
Em 2001 (dado mais recente da OIT), o brasileiro produziu US$ 14,3 mil em 2001, contra os US$ 60.728 de um norte-americano. No entanto, embora a produtividade do norte-americano tenha aumentado, as horas de trabalho diminuíram, passando de 1.834 em 2000, para 1.825 em 2002, conforme citado anteriormente. Já os coreanos renderam US$ 33,8 mil.
O brasileiro também leva desvantagem produtiva em relação aos colegas da América Latina. A produtividade anual do argentino, no auge da crise, chegava a US$ 22 mil. Os chilenos também rendiam mais - US$ 28,4 mil - e os colombianos, US$ 15,7 mil. Em alguns setores, como transporte e comunicação, a produtividade do brasileiro aumentou, e passou de US$ 12 mil em 1980 para US$ 16,9 mil em 1996. No comércio, houve queda de produtividade em quase 40% entre 1980 e 1996.
Se for calculada a produtividade por hora de trabalho, a liderança no mundo é da Noruega, onde um trabalhador rende US$ 38 por hora. Os franceses também ultrapassam os americanos, com média de US$ 35 por hora de trabalho. Nos EUA, um trabalhador produz US$ 32 por hora. No Brasil, essa média é de US$ 7,8 - valor que se manteve praticamente inalterado nos últimos 20 anos. Se a produtividade não foi alterada, a parcela da população empregada teve queda no país. Segundo a OIT, em 1980 o Brasil tinha índice de desemprego de 2,8%.
A produtividade do chileno - a melhor da América Latina - corresponde a 50% da obtida por um norte-americano. A de brasileiros e colombianos não chega a 25%. Na Espanha e na Itália, por exemplo, os trabalhadores tiveram índices superiores: de 70% e 80%, respectivamente. A produtividade média atingida pelos países da União Européia foi de US$ 43 mil.
Para melhorar a produtividade, a empresa precisa rever todos as etapas da cadeia produtiva, uma das mais importantes é a comunicação interna. É deste item que surge o processo da chamada tecnologia da informação, que articula a comunicação da empresa com todos os seus públicos.
Para o Psicólogo organizacional Alberto Pirró Ruggiero, que é especialista em gestão de pessoas não basta ter uma equipe de grandes talentos altamente motivados. Se ela não estiver bem informada, com seus integrantes se comunicando adequadamente, não será possível potencializar a força humana da empresa. A comunicação interna, nesse sentido, é algo prioritário que deve merecer, principalmente por parte da cúpula da empresa, grande atenção.
O especialista diz que a comunicação efetiva só se estabelece em clima de verdade e autenticidade. Caso contrário, só haverá jogos de aparência, desperdício de tempo e, principalmente, uma "anti-comunicação" no que é essencial/necessário. Porém, não basta assegurar que a comunicação ocorra. É preciso fazer com que o conteúdo seja efetivamente aprendido para que as pessoas estejam em condições de usar o que é informado.
Comunicação a níveis ótimos na empresa pressupõe também que as pessoas tenham competências refinadas (habilidades interpessoais em termos de atitudes humanas, posturas, capacidade de ouvir, de expressão). Neste sentido, não adiantaria dispor de informações se as pessoas não estão preparadas para recebê-las. Nos dias atuais, nos quais a velocidade é crucial, é a qualidade dessas competências básicas que assegura a melhor qualidade de comunicação, que também é determinada fortemente pela adequação do momento em que ela ocorre.
A comunicação como elemento que contribui para a potencialização da força humana é fundamentalmente um processo interpessoal/humano. A tecnologia pode ajudar, contanto que ela potencialize o processo de interação, não o afastamento entre as pessoas.
Treinamento
Para exigir produtividade dos colaboradores é preciso prepará-los para corresponder com as expectativas da empresa. Um treinamento eficiente é ferramenta fundamental O psicólogo e consultor organizacional Jairo Martiniano conceitua treinamento como: habilitar pessoas em algo que ainda não sabem fazer ou mesmo em algo que não fazem tão bem. O treinamento tem funcionado como a mais antiga ferramenta de aperfeiçoamento humano.
Atualmente, nas grandes empresas, esta missão já foi incorporada definitivamente como atribuição das lideranças organizacionais em todos os níveis. O treinamento deixou de ser um papel do setor de RH - que funciona, no momento, como apoio técnico, formado por consultores especialistas no acompanhamento destas atividades - para ser algo fundamental na competência gerencial.
A competitividade dos dias atuais trouxe mudanças no cenário profissional, principalmente no papel do líder. Este passou a ser chamado de Coach (treinador), representando aquele que treina, desenvolve e acompanha. Mas, o que fazer quando encontramos dificuldade para exercer este "novo" papel? Ter na sala "reféns" do seu treinamento, além de não render, não agrega nada ao seu negócio e não possibilita que as metas sejam alcançadas.
É perfeitamente visível que profissionais com esta habilidade têm se destacado através dos vários resultados positivos que emergem de uma equipe bem treinada. Este tem sido um desafio para os líderes atuais, que muitas vezes detêm o conhecimento técnico e até acreditam que são ótimos educadores, porém não enxergam o link imediato entre os resultados que são exigidos e o conteúdo que estão repassando para suas equipes de trabalho.
Muitas vezes, o aumento de rejeitos ou até mesmo um número expressivo de horas-extras, podem estar diretamente ligados à falta de um treinamento simples, com uma boa parte teórica e também com prática no próprio local (on the job). Os operadores que saem de um treinamento técnico |