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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°77 - NOVEMBRO DE 2003

Mercado - Espanha

Cresce interesse bilateral para negócios

A Espanha é uma alternativa de mercado promissora para a indústria de base florestal. Madeira e móveis estão na lista dos principais produtos importados pelo país. Desde a incorporação à União Européia, a Espanha adota todas as regulamentações pertinentes ao comércio exterior do bloco. Assim, as normas de certificação são cada vez mais valorizadas e determinantes para a competitividade.

A Espanha, como país-membro da União Européia, adota no comércio exterior as mesmas regras da política comercial comum utilizada nos demais países da Comunidade. A AENOR (Asociación Española de Normalización y Certificación) é o órgão credenciado para desenvolver as atividades relativas à certificação de qualidade na Espanha.

Os parceiros comerciais que a Espanha tem na América Latina ainda são ínfimos. O Brasil é o maior, principalmente nas áreas de telecomunicações, energia e serviços financeiros. No setor a parceria representa boas oportunidades pois a madeira serrada fez parte dos principais produtos do comércio bilateral entre os dois países em 2002.

Uma das características do mercado espanhol é o grande número de empresas de pequeno e médio porte. No caso da indústria moveleira, a escolha de um agente ou representante comercial poderá ajudar na colocação do produto no mercado atacadista e varejista. Dependendo do tipo de produto as lojas de departamentos e os hipermercados podem oferecer excelentes oportunidades para distribuição naquele país.

Caso seja necessária a instalação de escritório de representação ou contratação de consultoria jurídica o empresário brasileiro poderá contar com a orientação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), por intermédio do Setor de Promoção Comercial (Secom) em Madri ou em Barcelona. Cada Secom tem sua área de atuação, por isso é necessário que o empresário conheça bem a área geográfica em que vai atuar.

Madri e Barcelona são mercados onde se localiza a maioria dos agentes e distribuidores que importam os produtos e repassam para as demais regiões. As grandes redes de supermercados que nas últimas décadas aumentaram significativamente são os principais canais de distribuição, o que dificulta o estabelecimento de relações diretas com os varejistas que compram de importadores e distribuidores. Este é mais um motivo que justifica a participação em feiras e missões comerciais.

Comércio Bilateral

A corrente de comércio entre Brasil e Espanha é gradual, porém

firme em crescimento diante das mais diversas circunstâncias enfrentadas pela economia brasileira ao longo dos últimos 20 anos.

Em 1983 foram negociados US$ 596,4 milhões nas trocas comercias bilaterais (exportações brasileiras de US$ 526,5 milhões, importações de US$ 69,8 milhões, superávit de US$ 456,7 milhões), verificou-se uma consistente evolução em direção ao recorde no intercâmbio bilateral alcançado em 1999 (total de US$ 2,3 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 1,6 bilhão e importações de US$ 1,17 bilhão). Desde então as trocas comerciais foram mantidas acima da cifra de US$ 2 bilhões anuais, e no ano de 2002 totalizaram US$ 1,11 bilhão, importações de US$ 975 milhões e superavit de US$ 144,8 milhões).

Uma das metas do governo brasileiro é ampliar o número de empresas exportadoras e facilitar o acesso dos produtos brasileiros ao mercado internacional.

Alguns órgãos atuam em parceira com o poder público e privado e estão adotando em seu trabalho o conceito de “Inteligência Comercial”, ou seja, um trabalho de cruzamento de informações para que os empresários de todo o País possam conhecer mais sobre o mercado internacional. Além disso, trabalham também a imagem do País no exterior e a “Marca Brasil”.

Os empresários de todos os Estados terão acesso a dados como: quem está comprando produtos semelhantes aos seus lá fora, quem são seus concorrentes, qual é o preço médio de compra, o que um determinado país poderia comprar da produção do seu Estado e não o faz, e por que isso acontece. O Plano Estratégico de Promoção Comercial já foi lançado e as diretrizes serão traçadas em sintonia com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e os diversos setores da economia que mantêm projetos.

O Ministério das Relações Exteriores possui o Departamento de Promoção Comercial (DPR) que é encarregado do planejamento e da execução dos programas e atividades de promoção comercial, apoio aos empresários brasileiros interessados em exportar, e divulgar oportunidades comerciais, investimentos, transferência de tecnologia e eventos (feiras, exposições, missões empresariais, seminários de investimento), além do incentivo ao turismo.

A Rede Brasileira de Promoção Comercial oferece gratuitamente serviços e informações de interesse para a atividade exportadora tais como: oportunidades comerciais, atração de investimentos estrangeiros que contribuam para promover a imagem do País e de sua capacidade produtiva e tecnológica, mecanismos necessários para incentivo às exportações.

O governo espanhol também desenvolve trabalhos para melhorar a imagem da Espanha no exterior e para isso criou o Consejo de Política Exterior, órgão colegiado com o objetivo de divulgar a imagem de qualidade do país nos aspectos comerciais e culturais e despertar interesse da comunidade internacional. Construir a “marca da Espanha” também é prioridade do governo que convocou seus 103 embaixadores para desenvolver uma estratégia para a marca no exterior.

Perfil da Espanha

A Espanha faz parte da União Européia desde 1986 e está organizada política e administrativamente em 17 Comunidades Autônomas. O ingresso na União Européia e a gradual abertura econômica ocorrida nos últimos 15 anos, permitiram grande aumento do intercâmbio comercial. Hoje é reconhecido como sexto maior investimento mundial e segundo no Brasil.

A desaceleração da economia mundial que teve sua origem nos Estados Unidos no final do ano 2000, se estendeu não só às economias industrializadas, mas afetou todo o comércio mundial registrando queda nos intercâmbios comercias, principalmente depois do atentado de 11 de setembro de 2001. Nesse contexto a economia espanhola após crescer por quatro anos consecutivos, em torno de 4% ao ano, também teve em 2001, desaceleração de 2,8% em relação ao ano anterior. Mesmo assim a Espanha desfruta de um crescimento médio anual ligeiramente superior à média da União Européia, apresentando contas públicas saneadas e ritmo sustentado de criação de empregos.

As exportações totais da Espanha, em 2002, foram de 130,8 bilhões de euros apresentando crescimento de 1,7% em relação a 2001. As importações atingiram 172,7 bilhões de euros com crescimento de 0,6%. O déficit foi de 41,9 bilhões de euros (2,4%).

Conhecer um pouco da realidade cultural do mercado almejado é importante para realizar bons negócios e principalmente para manter o cliente.

A Espanha, historicamente foi dominada pelos romanos e em outras ocasiões seguiu as orientações de muçulmanos e católicos. Cada uma dessas influências e dominações duraram séculos. A força dessas três influências culturais era de natureza tribal com forte autoritarismo estrutural. O catolicismo continuou com a tradição.

Para melhor conviver com os espanhóis trate-os pelo sobrenome ou com a palavra Don antes do primeiro nome.

Principais produtos importados pela Espanha

veículos de transporte

produtos químicos

equipamentos, componentes e acessórios de automotivos

produtos hortifrutícolas frescos e congelados

produtos siderúrgicos

eletrônica e informática

matérias têxteis

material elétrico

eletrodomésticos

combustíveis e lubrificantes

confecções

calçados

revestimentos cerâmicos

semimanufatura de madeira

embalagens

artigos esportivos

pescados, molusculos e crustáceos

outros materiais de construção

móveis

artigos de farmácia.