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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°60 - OUTUBRO DE 2001

Portos e Logística

Exportações de Madeira Crescem 40% em Itajaí

As exportações do segmento madeiro-moveleiro no Porto de Itajaí cresceram este ano 40%, o que permite a direção do terminal projetar um crescimento que varie entre 10% e 20% em 2001 em relação ao exercício do ano passado. De acordo com o Gerente de Negócios do Porto de Itajaí, Leonidas Gomes Ferreira, de janeiro a agosto de 2001 passaram pelo terminal 396.992 toneladas de madeiras e derivados, ante as 286.668 toneladas movimentadas no mesmo período do ano passado.

Ferreira explica que atualmente os produtos do segmento madeiro-moveleiro movimentados no terminal itajaiense tem origem principalmente nas empresas de Caçador, Curitibanos, Ibirama, Canoinhas, Mafra, Joaçaba, Braço do Norte, Lages, Salete, São Bento do Sul, Palmas, Contenda, Curitiba, São José dos Pinhais, Araucária, Ponta Grossa e Porto Alegre, onde estão concentradas algumas das principais empresas do segmento na região Sul do País. O principal destino, por sua vez, são os portos de Algeciras, Antuérpia, Felixtowe, Gênova, Hamburgo, Houston, Kingston, Livorno, Miami, New York, Norfolk, Port of Spain, Hong Kong, Durban, Port Cabello, Rotterdan, Savannah, Tampico, Tilbury, Valência. Já os principais exportadores a operar no terminal de Itajaí são Battistela, Braspine, Mademer, DalPai, Trevo, Brochmann Polis, Popinhaki, Primo Tedesco.

Segundo o diretor comercial do Porto de Itajaí, o executivo Martin Schmeling, o aumento da movimentação de madeiras e derivados cais comercial do Porto de Itajaí, pode ter relação com crescimento das exportações de grãos no porto de Paranaguá, um dos principais concorrentes do complexo portuário itajaiense.

“Como Paranaguá aumentou as exportações de granel sólido ouve um direcionamento das cargas do setor madeireiro para Itajaí”, acredita. A avaliação de Schmeling encontra respaldo, no trabalho de captação de exportadores desenvolvidos pela diretoria comercial do terminal. “Constantemente estamos oferecendo os serviços do porto para novas empresas e reforçando o atendimento as empresas que já operam no terminal”, acrescentou.

A desvalorização do Real frente ao Dólar, conforme Schmeling, também contribuiu para aumentar o volume de exportações de madeiras no porto de Itajaí. “Outra grande vantagem são as linhas específicas para a movimentação de madeira”, disse. “Armadores que começaram oferecendo uma linha mensal, atualmente estão oferecendo o mesmo serviço duas vezes por mês”, orgulha-se o diretor comercial.





Martin explica, no entanto, que apesar do porto possuir atualmente mais de 15.000 m² de área coberta para estocagem de produtos e 38.000 m² de área descoberta para armazenagem de congêneres, com a decisão derrubar o Armazém 1, o despacho antecipado da Receita Federal, que permite que o embarque de madeira, seja realizado diretamente nos navios, está facilitando os negócios no terminal. A derrubada do armazém faz parte do projeto de expansão do terminal com o arrendamento do Terminal de Contêineres para a iniciativa privada.

“ Os usuários do terminal têm a sua disposição, mais de 70 equipamentos, com capacidade de movimentar de 1 a 37 toneladas para auxílio na carga e descarga de mercadorias”, justificou. Tudo isto seguindo os padrões internacionais de segurança. “Cada vez mais o terminal vai se consolidando como um referencial para a movimentação de madeiras para atender os exportadores dos três estados do sul”, avalia o gerente de Negócios do Terminal, Leonidas Gomes Ferreira.

Com o despacho antecipado o porto reduz, por exemplo, o tempo de utilização dos armazéns e pode movimentar madeiras e derivados direto das retro-áreas para porões dos navios. O despacho antecipado permite que a Receita Federal faça a documentação para exportação depois que a mercadoria é embarcada. Sem a autorização do despacho antecipado, conforme Martin Schmeling, o porto teria problemas para estocar madeiras. Com o segmento é um dos principais itens da pauta de exportação do porto, conforme Martin, nada mais justo que fosse realizado uma negociação com a receita federal que garantisse a manutenção dos negócios realizados a partir de Itajaí para a indústria madeireira.