O estoque total de carbono na terra está estimado em mais de 26.1015 Mg. A maior parte encontra-se na forma de compostos inorgânicos e somente cerca de 0,05% na forma orgânica. Os compostos orgânicos são encontrados na biomassa marinha e terrestre, detritos orgânicos e no solo (terrestres), assim como nos sedimentos e detritos orgânicos dos oceanos.
A biomassa contém cerca de 650 Gt de carbono (Gigatonelada, Gt = 109 Mg),valor próximo ao da atmosfera (755 Gt), que, por sua vez, é duas vezes menor que a quantidade de carbono presente no solo, de aproximadamente 1.720 Gt. Depois da litosfera com 25 milhões de Gt, os oceanos apresentam as maiores reservas de carbono, com 38.500 Gt. O balanço de carbono é a emissão e circulação de carbono na atmosfera, solo e água (valores em Gt ).
Anualmente, são liberados 6 Gt de carbono devido à queima de combustíveis fósseis e 2 a 4 Gt em conseqüência da destruição das florestas. Deste montante, 6 Gt de carbono são teoricamente fixados através do ciclo do carbono nos oceanos, e 3 Gt de carbono permanecem na atmosfera, aumentando o efeito estufa.
somente 0,05% são compostos orgânicos na sua maioria detritos e sedimentos marinhos e no solo. A fitomassa cabe um papel preponderante com as florestas, que armazenam mais de ¾ do carbono existente nas plantas terrestres.
Os ecossistemas florestais contém cerca de 90% da biomassa da terra e cobrem aproximadamente 40% de sua superfície. As florestas apresentam uma elevada capacidade de fixação de CO2, quando comparadas com outras tipologias vegetais.
Pesquisadores constataram que a substituição da floresta virgem, perto de Manaus, por pastagem, apresentou uma redução do carbono fixado da ordem de 98%, ou seja, a floresta apresentava uma biomassa de 265 Mg ha-1 de biomassa e a pastagem apenas 6 Mg ha-1.
Para a vegetação de campo nativo, na região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul existe uma biomassa média acima do solo, de 2,84 Mg ha-1, o que correspondeu a um estoque de 0,99 Mg ha-1 de carbono. Este valor corresponde a menos de 1% do carbono fixado na biomassa de Pinus taeda, com 20 anos de idade que foi de 133,39 Mg ha-1 de carbono.
Durante a fase inicial de desenvolvimento de uma floresta, uma grande parte dos carboidratos é canalizado para a produção de biomassa da copa e raízes. Entretanto, com o passar do tempo, quando as copas começam a competir entre si, a produção relativa do tronco aumenta e a das folhas e ramos diminui gradativamente.
Em estudo realizado pelo professor Mauro Schumacher (UFSM), em diferentes idades de Pinus taeda foi verificado um aumento na quantidade de carbono na biomassa com o aumento da idade da floresta.
Ao considerar o ciclo global do carbono, e a política da redução deste na atmosfera, a biomassa produzida pelas florestas, principalmente o componente madeira, deve ser empregado na fabricação de bens duráveis, como móveis, molduras, interiores e outros que possam fixar o carbono em longo prazo.
Apesar do menor estoque de carbono na biomassa das florestas, quando comparado com os demais compartimentos, como atmosfera, solo, combustíveis fósseis e oceano, este é o único facilmente manejável com fins de seqüestro de carbono.
A utilização da biomassa das florestas de rápido crescimento como fonte de energia, ao invés dos combustíveis fósseis, seria uma alternativa para amenizar os acréscimos de carbono na atmosfera.
Fonte: Mauro Valdir Schumacher - Prof. Dr. do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria. Ecologia e Nutrição Florestal. schuma@ccr.ufsm.br .
Setembro/2003 |