A Amazônia Legal, um dos maiores produtores de madeira tropical do mundo, com 28,3 milhões de m³ de madeira em tora anuais, gera anualmente cerca de 10,8 milhões de m³ de madeira processada. Contrariando muitas especulações, o estudo Acertando o Alvo revelou que 86% da produção de madeira da Amazônia é destinada ao mercado interno brasileiro, sendo o Estado de São Paulo o maior consumidor (20% da produção total).
Os Estados da Região Sul consomem 22% conjuntamente, seguidos dos demais Estados do Sudeste (18%), do Nordeste (13%), da Amazônia Legal (7%) e da Região Centro-Oeste, excluindo Mato Grosso (6%).
Um estudo mais recente do Imazon sobre o consumo de madeira amazônica no Estado de São Paulo revela que dois terços da madeira amazônica são utilizados na construção civil (casas e pequenas edificações), principalmente para estruturas de telhados de casas, andaimes e formas para concreto.
O consumo restante de madeira (um terço) destina-se à fabricação de móveis populares, a forros, pisos e esquadrias, a casas pré-fabricadas de madeira e a móveis finos e peças de decoração.
Interesse em Certificação
O estudo Acertando o Alvo 2 levantou que existe uma demanda por madeira certificada no Estado de São Paulo de 20% do total consumido (1,2 milhões de m³ em tora). Os setores de casas pré-fabricadas e de pisos e esquadrias são os que apresentam a maior demanda (80% do volume de madeira que consomem.
Exportações de Madeira
De maneira geral, as exportações de madeira vem crescendo ao longo dos últimos anos. Em 1998, as exportações de madeira da Amazônia eram de US$ 379 milhões; enquanto em 2002 atingiram US$ 513 milhões
O Estado do Pará é atualmente o terceiro maior exportador de madeira do Brasil, atrás apenas do Paraná e de Santa Catarina. Em 2002, o Pará foi responsável por 61% das exportações de produtos madeireiros da Amazônia. Do total exportado pelo Estado, a madeira beneficiada representou 21%, contra 15% em 2000.
No primeiro semestre de 2003, houve um aumento de 13% em relação ao mesmo período de 2002 (Aimex 2003b). Em 2002, os principais países importadores da produção do Pará foram os Estados Unidos (35%), a França (14%) e a Espanha (8%).
Economia madeireira
Em relação a custos, considerando um rendimento médio do processamento da madeira serrada igual a 36% o custo médio da exploração (identificação, corte e arraste das árvores) fica entre US$ 39 e US$ 45 para cada metro cúbico de madeira serrada produzida na Amazônia Legal. Para o nível tecnológico da produção madeireira típica na Amazônia, Stone (1997) estimou o custo de processamento de um m³ de madeira serrada em US$ 33.
O custo de transporte entre as florestas e as indústrias processadoras depende do tipo de acesso e veículos de transporte. Através dos rios, esse custo está entre US$ 0,05 e US$ 0,10 por m³ de madeira em tora em cada quilômetro transportado, dependendo da utilização de balsas ou de jangadas. O transporte rodoviário situa-se entre US$ 0,10 e US$ 0,60, dependendo da qualidade das estradas.
Fonte: Fatos Florestais da Amazônia 2003: Marco Lentini, Adalberto Veríssimo e Leonardo Sobral. Setembro/2003 |