Com o objetivo de implantar a maior e mais complexa rede de experimento florestal do mundo, foi criada em 2002 a Rede Brasileira de Pesquisa do Genoma do Eucalyptus, denominado PROJETO GENOLYPTUS. A criação da rede já vem apresentando alguns resultados muito promissores e deverá dar uma nova dimensão aos estudos de genoma no Brasil, com o início do mapeamento do código genético do eucalipto. A meta principal desse projeto é aumentar a produtividade brasileira no segmento de papel e celulose e, consequentemente, sua competitividade comercial no mercado internacional.
A criação de uma rede nacional de pesquisa genômica do Eucalyptus, com o objetivo de melhorar sua competitividade comercial, vem sendo discutida no meio acadêmico e nas empresas do setor desde 1995. Há alguns anos, vários grupos de pesquisadores dos Estados Unidos e da Austrália se mobilizaram para conseguir apoio governamental para sequenciar genomas de espécies florestais, principalmente pinus e populus. No Brasil, o que se busca com o PROJETO GENOLYPTUS não é, apenas, o sequenciamento completo do genoma do Eucalyptus, mas um trabalho de pesquisa que reúna o maior número possível de informações genômicas, capazes de melhorar a qualidade e aumentar a produtividade do setor.
Buscando-se uma integração de universidades e centros de pesquisa com empresas brasileiras na área de celulose e papel, a Rede pretende formar um conjunto de cientistas e laboratórios para pesquisar, em plantios espalhados em todo o território nacional, as melhores formas de aumentar a produção, diminuir a poluição das indústrias e criar eucaliptos mais resistentes e mais adequados aos diferentes usos.
Contando com os recursos do FUNDO VERDE AMARELO, do Ministério da Ciência e Tecnologia, provenientes da contribuição de empresas que contratam serviços e assistência técnica no exterior e remetem royalties a outros países, o PROJETO GENOLYPTUS contará com 12 milhões de reais, em sua primeira fase (prevista para cinco anos). Cerca de 30% desse total será custeado pelas empresas e o restante ficará por conta do Governo Federal.
A rede experimental, que irá desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul, foi instalada em oito regiões do País. O coordenador geral do projeto, professor Dário Gratapaglia, do Laboratório de Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília, espera que, a partir do crescimento das primeiras mudas de eucalipto, dentro de dois anos, já surjam os primeiros resultados práticos, que podem significar novas patentes para as empresas envolvidas no trabalho, além de possibilitar a obtenção de novos modelos de cultivo e beneficiamento da planta, capazes de alavancar a qualidade e a produtividade do setor no Brasil.
Justificativa
A vasta extensão de áreas plantadas no país, a diversidade de espécies em estudo, o alto grau de competência dos cientistas e laboratórios envolvidos e a já excepcional produtividade do eucalipto brasileiro fazem com que este projeto seja o mais ambicioso e completo no setor em todo o mundo.
O Brasil tem hoje uma grande área plantada de eucalipto (quase 3 milhões de hectares) é o sétimo maior produtor mundial de celulose (cerca de 7,4 milhões de toneladas/ano) e detém o maior índice médio de produtividade (40m3 por hectare/ano). As indústrias brasileiras que usam o eucalipto como matéria prima para a produção de papel, celulose e demais derivados representam 4,6 % do Produto Interno Bruto(PIB), 8% das exportações e geram, aproximadamente, 150 mil empregos. Por ser uma árvore de crescimento rápido, com ciclos de plantação de 6 e 8 anos – e de fácil adaptação às mais diferentes condições de clima e solo, o eucalipto passou a ser uma alternativa racional contra a devastação das florestas nativas em diversas regiões do planeta.
O que se busca com esse grandioso projeto, na verdade, é se conhecer a genética do eucalipto, mapeando-se e identificando-se, em todo o território nacional, os genes mais importantes para melhor qualificação da madeira para o setor industrial de celulose. Não se trata de manipulação ou alteração do código genético da árvore, mas do seu ordenamento para fins de melhor utilização.
Para o caso específico do Brasil, o eucalipto possui um caráter estratégico, uma vez que a sua madeira é responsável pelo abastecimento da maior parte do setor industrial de base florestal. Basta citar alguns números para se avaliar quão importante é a sua participação na economia nacional. Da madeira de eucalipto, atualmente, se produzem, por ano, 7,7 milhões de toneladas de celulose, representando mais de 70,0% da produção nacional; número também impressionante é o setor de carvão vegetal, com uma produção anual de 18,8 milhões de metros cúbicos, representando mais de 70,0% da produção nacional; o setor de lenha e energia também é importante, com 21 milhões de m3 ; outro setor importante é o de chapa de fibra, com uma produção anual de 558 mil metros cúbicos, representando 100,0% da produção nacional; o setor de chapas de fibra aglomerada produz 500 mil metros cúbicos, representando quase 30,0% da produção nacional; o setor de madeira serrada já atinge 500 mil metros cúbicos por ano.
Já não se discute a importância desse gênero, uma vez que ele está definitivamente consagrado como fornecedor de matéria-prima para diversos outros fins industriais. O eucalipto se apresenta como alternativa real para atender diversas demandas da sociedade quanto ao consumo de produtos florestais, exigindo, porém, o aprofundamento das questões relacionadas à sua sustentabilidade. À semelhança do Projeto Genolyptus, novos projetos deveriam contemplar os demais setores com as mesmas características,envolvendo Governo, instituições e empresas para a busca de soluções para os seus “gargalos tecnológicos”.
Participação da UFV
Em razão do seu nível de excelência, a Universidade Federal de Viçosa foi uma das sete universidades convidadas a participar da Rede Brasileira de Pesquisa de Genoma do Eucalyptus, da qual, também, fazem parte a EMBRAPA e mais 12 conceituadas empresas brasileiras na área de celulose e papel, formando um conjunto de cientistas e laboratórios para pesquisar as melhores formas de aumentar a nossa produção, diminuir a poluição das indústrias e criar eucaliptos mais resistentes e mais adequados aos diferentes usos, envolvendo plantios espalhados em todo o território nacional. Em sintonia com o que existe de mais avançado no mundo, a Rede Brasileira de Pesquisa do Genoma do Eucalyptus deverá dar uma nova dimensão aos estudos de genoma no Brasil, com o início do mapeamento do código genético do eucalipto, cuja meta principal é aumentar a produtividade brasileira no segmento de papel e celulose e, consequentemente, sua competitividade comercial no mercado internacional.
Contando com os recursos do FUNDO VERDE AMARELO, do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Projeto consumirá cerca de 12 milhões de reais, em sua primeira fase(prevista para cinco anos. Cerca de 30% desse total será custeado pelas empresas e o demais 70% ficarão por conta do Governo Federal. A rede experimental, que irá desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul, deverá ser instalada, ainda este ano, em oito regiões do País. Os mentores do projeto esperam que dentro de dois anos, a partir do crescimento das primeiras mudas de eucalipto, já surjam os primeiros resultados práticos, que podem significar novas patentes para as empresas envolvidas no trabalho.
O Brasil tem hoje uma grande área plantada de eucalipto(mais de 3 milhões de hectares) é o sétimo maior produtor mundial de celulose(cerca de 6,3 milhões de toneladas/ano) e detém o maior índice médio de produtividade(40m3 por hectare/ano). As indústrias brasileiras que usam o eucalipto como matéria prima para a produção de papel, celulose e demais derivados representam 4% do Produto Interno Bruto(PIB), 8% das exportações e geram aproximadamente 150 mil empregos. O eucalipto brasileiro se destina basicamente à produção de celulose e papel, assim como de carvão para abastecimento das siderúrgicas.
O Projeto Genolyptus engloba oito subprojetos distintos, dos quais três estão a cargo da Universidade Federal de Viçosa, envolvendo laboratórios, equipamentos e professores dos Departamentos de Engenharia Floresta, Fitopatologia e Biologia Geral.
Do Departamento de Engenharia Florestal, participarão os professores José Lívio Gomide e Jorge Luiz Colodete, do Laboratório de Celulose e Papel, ambos responsáveis pelo Subprojeto 2: “Qualidade da Madeira”, onde será analisada a qualidade da madeira para produção de polpa celulósica kraft, tendo como objetivo principal a produção de madeira de eucalipto de alta qualidade, assim como a melhoria do rendimento industrial, a diminuição dos custos de produção e a minimização do impacto ambiental.
Do Departamento de Fitopatologia, participarão os professores Acelino Couto Alfenas e Sérgio Hermínio Bronmonschenkel, ambos responsáveis pelos Subprojetos 3 e 5: “Base Genética e Identificação de Genes que Conferem Resistência a Doenças em Eucalipto” e “Construção de Mapas Físicos Localizados no Genoma do Eucalipto”, tendo como objetivo principal identificar, sequenciar, mapear e determinar a função de genes de diferentes espécies de eucalipto.
Do Departamento de Biologia Geral, participará o Professor Cosme Damião Cruz, que se encarregará da parte estatística do projeto.
Agosto/2003 |