Com um mercado sempre crescente e cada vez mais exigente em madeira de qualidade, seria fora de propósito proibir a derrubada de matas naturais se não houvesse a alternativa de utilizar a madeira oriunda de reflorestamento. Em comparação com outras modalidades de uso da terra, o reflorestamento ou plantio comercial de espécies arbóreas é a atividade agrícola que mais se recomenda para a conservação do solo, proteção dos mananciais e a recuperação de áreas degradadas. Se considera a silvicultura e os cultivos perenes como os mais indicados sistemas de uso da terra para regimes de clima tropical, onde são mais graves os riscos de degradação do solo através da erosão e lixiviação.
O Brasil é um país de dimensão continental e de condições de clima e solo altamente favoráveis para a implantação de florestas. O desenvolvimento das espécies exóticas utiliza¬das, principalmente o pinus e o eucalipto, demonstra resultados espetaculares, com ciclos silviculturais entre 6 e 7 anos, bem diferentes dos países de grande tradição florestal, como a Suécia, Canadá e Austrália, cujos ciclos nunca são inferiores aos 60 e 80 anos.
Além das condições naturais bem favoráveis, o Brasil possui excedentes de mão-de-obra no meio rural, bem como considerável domínio tecnológico nas atividades ligadas à formação de florestas e produção de madeira.
Para o caso específico do Brasil, o eucalipto possui um caráter estratégico, uma vez que a sua madeira é responsável pelo abastecimento da maior parte do setor industrial de base florestal. Da madeira de eucalipto, atualmente, se produzem, por ano, no setor de celulose, 6,4 milhões de toneladas de celulose, representando mais de 70% da produção nacional; número também impressionante é o setor de carvão vegetal, com uma produção anual de 18,8 milhões de m3, representando mais de 70% da produção nacional; outro setor importante é o de chapa de fibra, com uma produção anual de 558 mil m3, representando 100% da produção nacional; o setor de chapas de fibra aglomerada produz 500 mil m3, representando quase 30% da produção nacional.
No Brasil, as espécies mais utilizadas são o Eucalyptus grandis (55%), Eucalyptus saligna (17%), Eucalyptus urophylla (9%), Eucalyptus viminalis (2%), híbridos de E. grandis x E. urophylla (11%) e outras espécies (6%).
Embora existam 730 espécies já conhecidas, botanicamente, os plantios, em larga escala, no mundo, estão concentrados em poucas espécies. Estima-se que, no Brasil, existam, aproximadamente, 1 milhão de hectares, destinados à produção de painéis, papel e celulose, e 1,2 milhão de hectares para a produção de lenha e carvão.
A indústria moveleira e de construção civil estão avaliando seriamente a possibilidade de utilização intensiva da madeira de eucalipto nos seus produtos e alguns resultados têm-se mostrado bastante satisfatórios. O tratamento adequado à sua madeira é o grande segredo de sua versatilidade, comprovando que vários de seus problemas podem ser contornados com a utilização correta de equipamentos e procedimentos. |