O mercado árabe é visto com grande potencial para exportações do setor de base florestal. É em Dubai, nos Emirados árabes, que se realiza a Feira Internacional de Móveis – Index. Entre os países árabes, a Síria é o que mais compra do Brasil, e lá acontece também a Feira de Damasco, dois grandes eventos voltados para o setor de base florestal. Madeira, móveis e papel estão na lista dos principais produtos importados pelo Oriente Médio.
O setor florestal brasileiro participa com 2% das importações daquela região, comercializando em média, US$ 150 milhões anuais. Outras importações são oriundas dos Estados Unidos (20%), Grã-Bretanha (13%) e Japão (11%). Segundo o secretário geral e diretor de comércio exterior da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, a relação do Brasil com os países árabes ainda é pequena se comparada ao seu potencial. “O país tem potencial para incrementar a exportação de produtos florestais em muito mais nos próximos 10 anos”, destaca.
Os Emirados Árabes e a Arábia Saudita são os principais compradores do Brasil. São países que não compram preço, pagam pela qualidade e diferenciação em design. As madeiras nobres, certificadas ou oriundas de reflorestamento, são preferidas deste mercado. Entre os produtos de maior demanda nos países do Golfo Árabe estão portas, esquadrias, painéis de MDF e aglomerado, móveis e madeira trabalhada. Os Emirados Árabes tem grande potencial turístico, o que incentiva as exportações de móveis brasileiros para hotéis. Dubai é o mais importante centro comercial da região para o setor de móveis devido à reexportação. Dos US$ 560 milhões movimentados em 2002, quase US$ 100 milhões foram enviados para países da Ásia, Oriente Médio, África e do Golfo.
O mercado árabe caracteriza-se por ser livre de protecionismo, com barreiras tarifárias variando entre 4% a 35%. Mas, as empresas com interesse de exportar para este mercado devem se cadastrar junto ao governo iraquiano. Este procedimento pode ser feito através da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, localizada em São Paulo, com sucursais em Brasília, Curitiba e Belo Horizonte.
A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira – CCAB, foi fundada em 1952, em São Paulo. A entidade representa 22 países árabes, e tem como principal objetivo desenvolver seu relacionamento comercial com o Brasil. Além dos escritórios no Brasil, mantém uma sucursal em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, possibilitando ampliar a rede de ação.
No âmbito internacional, a CCAB está articulada com a União Geral das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes, braço comercial da Liga dos Estados Árabes, instituição que congrega 22 estados independentes que adotam o árabe como língua oficial. Em conjunto com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Cidadania, a CCAB criou o Prêmio Cidadania Brasil de Exportação, que visa incentivar as exportações e a prática de políticas e ações de responsabilidade social.
O mercado Árabe é composto por Emirados Árabes, Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Oman, Katar, Irã, Egito, Jordânia, Índia, Síria e Líbano. O grupo recebe cerca de 3% das exportações mundiais, sendo que em alguns deles, como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Kuwait, cerca de 85% da demanda é atendida pelas importações.
Atualmente, cerca de 70% das vendas de móveis para esses países são feitas pelos europeus. Os principais fornecedores são, em ordem de importância, Itália, Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, todos estes países tiveram crescimento entre 5% e 10 % nas suas exportações para o Oriente Médio nos últimos anos. Atualmente, o Brasil possui grandes oportunidades neste mercado, em virtude da forte aversão aos produtos americanos, pelo mundo árabe. Os brasileiros, ao contrário, são bem quistos pelos árabes.
Dicas para negociar:
A negociação com os árabes não é uma tarefa fácil, pois este povo tem tradição de barganha. É importante prevenir-se com preços flexíveis.
Negociantes árabes dizem que pagam 20% mais barato em outro lugar, quando na verdade conseguem preços de 1% a 8% mais baixos.
Este percentual de desconto, ou Target Preço (preço alvo), é muito considerado na negociação.
Recomenda-se levar vídeos e amostras para convencer o cliente.
Apresentar o preço em dólar.
O árabe precisa sentir-se importante e sentir-se vitorioso em relação ao preço acertado.
O árabe gosta de falar sobre a família, de ser elogiado em relação aos seus costumes e o seu país nos aspectos históricos, tecnológicos e culturais.
Gosta de ter confiança no parceiro, de discutir futebol e de receber souveniers.
O árabe não gosta de discutir religião e política.
Principais produtos importados dos países do Golfo Árabe:
Máquinas e Equipamentos
Alimentos em geral
Produtos químicos
Materiais de construção
Autopeças
Árabia Saudita
Àrea: 2.240.000 Km2
Capital: Riad
Membro da: CCASG – Co-operation Council for the Arab States of the Gulf, IDB – Islamic Development Bank, LAS – League of Arab States, OAPEC – Organization of Arab Petroleum Exporting Countries, OIC – Organization of the Islamic Conference, OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
População: 18.840.000
Taxa de crescimento demográfico: 3,6%
Expectativa média de vida: H-68 e M – 71
Línguas: Árabe
Índice de alfabetização (adultos): 63%
Moeda: Riyal Saudita (US$ 1 = 3,7 riyals)
Curiosidades:
Embora o petróleo tenha sido descoberto na década de 1930, a magnitude das reservas petrolíferas da Árabia Saudita só foi conhecida depois da II Guerra Mundial. O país é atualmente o maior produtor do mundo. A queda nos preços mundiais de petróleo na década de 1990 significa que a Árabia Saudita tem hoje um grave endividamento internacional. Riad, a capital real, e Jeddah, a capital administrativa e porto do mar Vermelho, desenvolveram-se muito. Os sistemas de saúde e educação são excelentes.
Línguas: Árabe e inglês
Índice de alfabetismo (adultos): 79,2%
Moeda: 100 fils = 1 dirham dos EAU (US$ 1 = 3,6 dirhams)
Curiosidades:
Até meados do século XIX, a pirataria era o principal meio de subsistência. Desde 1962, a exploração de petróleo e gás natural tem transformado o país, que foi constituído em 1971.
Agosto/2003 |