O relacionamento comercial do Brasil com a Índia vem se intensificando desde 1994. Contudo, este comércio ainda é pequeno entre os dois países se comparados ao comércio entre Brasil e China, na visão do presidente binacional da Câmara de Comércio, Indústria e Tecnologia Brasil Índia – CAMBIN, Rômulo Rodrigues Thomé. “As relações entre os dois países já existem, mas é necessário haver conhecimento mútuo para aumentar o comércio bilateral”, informa.
A Índia e o Brasil encontram-se em estágios de desenvolvimento muito parecidos, e ambos possuem grandes mercados econômicos e população substanciosa. As duas nações enfrentam desafios econômicos e sociais semelhantes. Compartilham pontos de vista similares sobre o sistema internacional e aspiram maior participação nas decisões políticas, econômicas e financeiras mundiais. A maior aproximação comercial deverá ocorrer através de parcerias entre empresas dos dois países.
A Índia tem universidades mundialmente respeitadas e isso contribui para atrair investimentos estrangeiros. O país destaca-se na indústria química e de softwares. Suas exportações de programas para computadores chegam a US$ 6,3 bilhões, e é aonde existem o maior número de PHDs do mundo, além de ser o segundo maior exportador mundial de softwares, perdendo somente para os Estados Unidos. Medicamentos genéricos e o álcool combustível são outros itens de interesse para o Brasil. O Banco Mundial já chegou a classificar o país como uma das economias mais dinâmicas do mundo. A renda per capita na região está em torno de US$ 370.
De acordo com dados do Itamaraty, o volume de negociações entre Brasil-Índia aumentou cerca de 200% nos últimos dois anos. Em 2002 o valor total das trocas comerciais chegou U$ 1,2 bilhão, com superávit para o Brasil. De janeiro a maio deste ano a Índia importou US$ 264,1 milhões, o que representa um aumento de 92,5% em relação ao mesmo período de 2002. Maquinários estão entre os principais produtos exportados pelo Brasil para a Índia.
Embora ainda não exista forte ligação com o setor de base florestal, existe grande interesse mútuo nesta investida, de acordo com o presidente binacional da CAMBIN, Rômulo Rodrigues Thomé. “O Seminário de Logística, Transporte e Exportação é um evento importante porque é aonde teremos a oportunidade de apresentar aos participantes este mercado”, afirma. A CAMBIN instalou-se no Brasil em 2002, sua sede nacional localiza-se em Curitiba, e um dos principais objetivos é o de estreitar este relacionamento.
Segundo Thomé, a Índia não possui cultura para produção de árvores de madeira nobre, por isso existe a necessidade de importar madeira do Brasil. O presidente da Câmara informa que o maior interesse do país na madeira do Brasil é para o provimento da construção civil, além do fornecimento de móveis. “A Índia possui grande cultura consumista, e em virtude disto apresenta o PIB de 4 bilhões de dólares”, complementa.
Em recente visita ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores da Índia, Yashwant Sinha, destacou o interesse na formação de um acordo de cooperação modelo com o Brasil e com o Mercosul, para fortalecimento das relações entre os países. “O objetivo é formar um acordo de cooperação Sul-Sul, bilateral ou com o Mercosul, de forma concreta, que seja modelo para os outros países. A participação da África do Sul também é fundamental, porque o país tem o papel de condutor nas relações entre a América do Sul e a Índia”, explicou o ministro.
A Índia também quer ter mais força e eficácia nos fóruns multilaterais e por isso acertou as posições de forma conjunta, como nas Nações Unidas e na Organização Mundial do Trabalho. Este não será um bloco contra outros blocos e não deseja confrontar com outros grupos, como os países industrializados, mas promover a cooperação entre estes três países . Geograficamente, também é mais fácil para um país como a Índia se aproximar da América Latina via África do Sul. Portanto, esse acordo trilateral , que inclui investimentos e troca de conhecimentos, pode servir como exemplo de como parcerias do Hemisfério Sul podem ser formadas e, assim, encorajar outros países a fazê-las.
O Brasil e a Índia são países em desenvolvimento, de ampla dimensão territorial. Enfrentam desafios semelhantes em termos econômicos e sociais. Compartilham pontos de vista similares sobre o sistema internacional e aspiram a maior participação nas decisões políticas, econômicas e financeira mundiais.
Os dois países reafirmaram o compromisso como desenvolvimento sustentável e, em particular, com os objetivos da Agenda 21, acordada durante a Conferência do Rio , em 1992, bem como com seu Plano de Implementação, adotado durante a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2002, em Johanesburgo. Manifestam, ainda, suas esperanças de que o Protocolo de Quioto – Convenção sobre Mudança do Clima – entre em vigor proximamente e possa contar com a participação do maior número possível de países.
Índia
Área: 3.287.263 Km2
Capital: Nova Déli
Membro da: ADB – Asian Development Bank, COMM – Commonwealth, ESCAP – Economic and Social Commission for Asia and the Pacific
População: 939.420.000
Taxa de crescimento demográfico: 2%
Expectativa média de vida: H e M 60 anos
Línguas: Hindi, inglês, muitas línguas locais.
Índice de alfabetização (adultos): 52%
Moeda: Rupia (US$ 1 = 36 rupias) Território politicamente reconhecido: 3,9 milhões de km2
Principal língua: Hindi
Segunda língua: Inglês. O inglês é a segunda língua falada no país, devido terem sido colonizados pela Inglaterra.
Terceira língua: Marathi
25 línguas reconhecidas e 2500 dialetos. A cada 100km surge uma nova língua, novos costumes e crenças na Índia.
Símbolos Nacionais:Tigre, Pavão e Flor de Lótus
Curiosidades:
Segundo país mais populoso do mundo, depois da China, a Índia possui atualmente um grande desenvolvimento industrial que inclui centrais nucleares, para a produção de eletricidade, pesquisa aeronáutica e espacial. Bangalore, por exemplo, é o centro em rápida expansão da produção eletrônica e de computadores.. Com a recente abertura do país aos investimentos exteriores, a modernização e o desenvolvimento ganhou espaço. Na Índia existem muitos monumentos e edifícios que atraem os visitantes. O mais famoso é o Taj Mahal, construído no século XVII pelo imperador mongol Shah Jajan.
Agosto/2003 |