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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°71 - MAIO DE 2003

Compensado 2

Evolução na produção do compensado

O compensado liderou por muitos anos o mercado de painéis no Brasil. Com instalação inicial no Sul do País por volta dos anos 40, a indústria deste setor baseava-se nas florestas naturais de Araucária, embora tenha atingido significativa produção apenas na década de 70. Boa parte dos compensados já estão sendo elaborados com pinus e o eucalipto está, aos poucos, sendo inserido.

Hoje, cerca de 60% do compensado nacional ainda é produzido com madeira tropical, enquanto que os outros 40% com madeiras de florestas plantadas nas regiões Sul e Sudeste, principalmente o pinus, incluindo o tipo “combi” (face em madeira tropical e miolo em pinus).

De acordo com estudo da ABIMCI / STCP neste segmento predominam empresas de pequeno porte, a maioria familiar, somando cerca de 300 empresas. De 1990 até 2001 nota-se um crescimento da oferta acima do crescimento da demanda neste segmento. A produção cresceu 8%, enquanto o consumo evoluiu apenas 3%.

O principal consumidor de compensado é a indústria moveleira, seguida da construção civil. O segmento de embalagens representa 17% do consumo total, embora sua participação venha crescendo os últimos anos.

Como forma de garantir uma melhoria na qualidade, o mercado brasileiro de compensados conta com um processo de certificação de qualidade do compensado de pinus. Trata-se do PNQC (Programa Nacional de Qualidade do Compensado) instituído em 1999, pela Abimci – Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente.

Para a avaliação foram adotados rígidos padrões de qualidade. Os testes de laboratório, executados pela Universidade Federal do Paraná, foram baseados em metodologia e procedimentos definidos pela ASTM (American Society for Testing Material). Outras normas, nacionais e internacionais, também foram levadas em consideração e comparadas com os resultados, incluindo: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), APA (The Engeneered Wood Association) e a BSI (British Standards Institution).

Nas exportações verifica-se um incremento médio anual de 16,5% até 2000, havendo em 2001 uma ligeira queda de 3,6%, representando um total de US$ 359,9 milhões e em 2002 um aumento de 21,8%, chegando a US$ 438 milhões. O crescimento das exportações de compensados nos últimos anos é atribuído principalmente à Política Nacional de incremento das exportações e à desvalorização do Real frente ao Dólar. Entre os anos de 1998 e 2000 houve um crescimento rápido nas exportações de compensado. A matéria-prima oriunda de pinus responde por 80% do total de compensado exportado neste período.

Os principais destinos das exportações brasileiras de madeira de compensado são o Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha, com volumes de 24,5%, 17,9% e 11% respectivamente. Os outros diversos países correspondem a 46,6% do total exportado.

A tendência agora volta-se aos produtos com maior valor agregado. Entre os principais produtos com maior valor agregado produzidos no país, mas com foco para o mercado externo, estão os blocks, blanks, molduras, fence, pisos, janelas e outros. Já os voltados ao setor moveleiro são principalmente os pré-cortados, componentes estruturais, EGP (Edge Glued Panel) e outros.

As espécies usadas para produzir PMVA são principalmente o Pinus e algumas espécies nativas como Ipê, Imbuia e Jatobá. Mas, há uma tendência ao uso de eucalipto.

Os volumes de PMVA produzidos no Brasil apresentam taxas de crescimento médio anual elevadas, principalmente nos blocks/blanks e molduras, de 10% e 54%, respectivamente. O EGP apresenta crescimento médio anual de 4%. No consumo, blocks/blanks têm crescimento médio anual de 40%, o EGP crescimento médio menor que 1% ao ano, e as molduras crescimento médio de 171% ao ano (desde 1997, ano em que o mercado interno iniciou o consumo deste tipo de madeira)

O volume exportado de blocks/blanks registrou uma queda de 0,3% em média, ao ano. Enquanto isso o EGP representou um crescimento médio anual nas suas exportações de 29%. Já o setor de molduras apresentou um crescimento médio anual de 52%.

Maio/2003