Representando 6,4% do PIB estadual, o setor da madeira está se profissionalizando e começa a conquistar novos espaços. As exportações já alcançam US$ 77 milhões e a participação no ICMS chega a 9%.
Após um período de indefinições a indústria da madeira começou a ganhar espaço na economia do Mato Grosso e hoje é a que mais gera empregos no setor industrial. No total são 40 mil empregos diretos, representando 26% do total de empregos gerados pelas indústrias do Estado, além de outros 300 mil trabalhadores indiretos ligados a este segmento. O Produto Interno Bruto da cadeia produtiva madeireira, em 1998, foi de R$ 500 milhões, correspondendo a 6,4% do PIB do todo o Estado.
Em arrecadação, o setor contribui com cerca de 9% do ICMS total do Estado, que são gerados nas 1.314 empresas que atuam no setor. Ao todo são 1.222 serrarias, 63 laminadoras e 29 compensadas, que juntas são responsáveis por uma produção anual de 2.162.200 m³ ao ano
A madeira também é significativa no comércio externo do Estado. Em 2000 representou o segundo maior volume comercializado, com US$ 77,6 milhões, perdendo apenas para o complexo soja – hoje o mais importante ítem da economia do estado. A expectativa, entretanto, é de crescimento ainda maior, impulsionado pelo Promadeira- Programa de Desenvolvimento do Agro-Negócio da Madeira no Estado, que trata da concessão de incentivos com renúncia fiscal de até 85% do ICMS por um período de 6 anos, para as empresas que explorem atividades madeireiras.
A exploração de madeira no Mato Grosso começou a desenvolver-se a partir da década de 60. Mas a sia exploração de forma econômica começou efetivamente na década de 70, com a política de ocupação da Amazônia nas regiões norte e noroeste do Estado.
O estado do Mato Grosso ocupa uma área de 906.806 km², dos quais 468.233 fazem parte da floresta amazônica. Esta com 400 milhões de m³. A Amazônia possui mais de 250 espécies de madeira, dos quais apenas 30 são exploradas comercialmente. O Estado possui vantagem competitiva, em relação aos países concorrentes, pela qualidade e diversidade de sua oferta florestal.
Na área de incentivos, o conselho Deliberativo do Fundo Constitucional do Centro-Oeste aprovou, por solicitação do governo de Mato Grosso, linha de crédito específica para o reflorestamento, com características estabelecidas assim: para madeira industrial, prazo de 20 anos, incluídos 10 anos de carência.
Estão em andamento em Mato Grosso parcerias de ações com o setor privado na direção do seguintes eixos: modernização tecnológica, competitividade e diversificação da produção; pesquisa, assistência técnica e extensão rural; comercialização; combate à pobreza rural; regularização fundiária; estabilidade e sustentabilidade.
Produção madeireira
Aproveitamento de Resíduos
A região possui projetos definidos de reflorestamento em áreas degradadas, explora novas espécies e entre outras iniciativas desenvolve o aproveitamento de resíduos de madeiras. Nesse sentido, o Sindusmad – Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso tem projetos como a transformação de resíduos para o fornecimento de energia elétrica para a região. O empreendimento já foi terceirizado a uma Companhia de Produção de Energia Termo-Elétrica a ser instalada na cidade de Sinop e em breve estará funcionando.
Ainda na área de aproveitamento de resíduos é feito em Sinop um processo que utiliza as sobras provenientes de cortes ou aparos de pranchas de madeiras para serem reutilizados para a fabricação de forros, portas, assoalhos e outros.
A transformação é feita por uma máquina chamada de emendadeira que aproveita sobras de até 30 centímetros. Este tipo de produto é atrativo para o mercado externo, principalmente o europeu. Mas, para isso é preciso que o produto final seja de alta qualidade.
Atualmente são utilizados, no município, 300 m³ correspondente a 3 mil árvores nativas de resíduos por mês, mas com equipamentos mais eficientes daria para triplicar estes números, além de aumentar o número de empregos. Para isso, seria necessário investir cerca de 800 mil reais, valor ainda não disponível.
Pólo Madeireiro
Sinop está entre as cinco maiores cidades de Mato Grosso, onde fica um dos principais pólos madeireiros da região. A economia baseada no setor florestal começou a ser diversificada a partir de 1995, com a aplicação de técnicas modernas de manejo sustentado, pesquisa reposição florestal, pecuária e agricultura.
Com mais de 700 mil habitantes, 26 anos de fundação e 21 de emancipação Sinop é pólo industrial, comercial e industrial. Hoje representa a terceira arrecadação do estado em tributos estaduais e a quarta em tributos federais.
Um dos pontos fortes do município é a construção civil. Impulsionado pelo crescimento populacional da cidade, que é 8,5% ao ano, o setor registra uma média de 1.200 novas edificações a cada doze meses.
A cidade é cortada em toda a extensão 975 km) pela Br-163, a Cuiabá-Santarém. Ao Sul, em direção à capital, a rodovia é asfaltada e interligada aos grandes centros do país. Ao norte, tem vários trechos asfaltados e deve ser concluído em breve o asfalto até o Porto de Santarém. Outra melhoria projetada, para chegar-se até o Porto é a Hidrovia Teles Pires – Tapajós, que consta nos planos do Ministério dos Transportes.
O aeroporto com pista de 1.800 metros asfaltada, foi projetado e construído para operar com aeronaves de grande porte. Três empresas aéreas operam com linhas regulares e Sinop. O transporte interestadual é fornecido por sete empresas, com dezessete linhas e 70 viagens semanais.
Na rodovia MT-220, que liga Sinop à região oeste de Mato Grosso, a balsa sobre o rio Teles Pires foi substituída por uma ponte de concreto de 300 metros de extensão, inaugurada de 2000. A ponte facilita o transporte de mercadorias da região do vale dos Arianos, a Noroeste de Mato Grosso.
Sinop fica a 500 metros do Norte de Cuiabá (a 11º50’53” de latidude Sul e a 55º38’57” de longitude Oeste), às margens da BR-163, a Cuibá Santarém.
O relevo é plano, suavemente ondulado, com raros pontos de erosão, favorável ao desenvolvimento da agricultura. O solo é do tipo latossolo vermelho-amarelo, com areias quartzosas e plintossolos.
A vegetação é de florestas tropical, do tipo Ombrófila ou tropical. Predomina o clima tropical chuvoso, com precipitação média anual de 33ºC e mínima de 27ºC. A altitude em relação ao nível do mar é de 384 metros.
O município é banhado pelo Rio Teles Pires, um dos maiores da Amazônia, afluente do Rio Tapajós, que deságua no Rio AmazonasA área do município é de 3.206,80, o equivalente a 0,35% do território estadual.
Fiscalização
Recentemente o município de Sinop recebeu a estrutura de uma Unidade Técnica Multifuncional do Ibama, que passou a agilizar problemas relacionados a vistorias e liberação de projetos, além de fiscalização. Isso vem permitindo a exploração dos recursos florestais com mais racionalidade e de forma ágil.
A criação da UTM de Sinop surgiu em decorrência da mobilização da sociedade do norte de Mato Grosso que sentiu a necessidade de uma unidade do Ibama descentralizada para atender a grande demanda. A região é o maior pólo de madeira tropical do país, são aproximadamente 1.000 empresas que trabalham na extração e beneficiamento de produtos florestais. Fazem parte da UTM de Sinop três engenheiros florestais, seis agentes de fiscalização, dois administrativos, dois procuradores, dez estagiários de curso médio e dois de curso superior.
Em Santarém, no Pará, também está sendo desenvolvida uma UTM, no atual escritório do Ibama. O Órgão conta com seis agentes de fiscalização para atender a demanda de uma área de aproximadamente 90.000 km², com 07 municípios.
Os principais problemas ambientais da região são a exploração ilegal de madeira em tora ou comércio de madeira serrada, proveniente de serrarias móveis instaladas dentro da floresta; prática de desmatamentos para implantação de pastagens; pesca predatória e a captura, transporte e tráfico de animais silvestres. |