MENU
Certificação
Eucalipto
Exportações
Exportações - Pará
Logística
Manejo
Máquinas
Mercado - Chile
Móveis e Tecnologia
Qualidade
Qualificação
Tendências
E mais...
Anunciantes
 
 
 

REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°70 - MARÇO DE 2003

Tendências

Madeira: matéria-prima renovável

A madeira, como matéria-prima, oferece inúmeros benefícios, além de não agredir a natureza, e oferecer conforto em residências e escritórios. As árvores que fornecem a madeira necessitam para seu crescimento apenas água, nutrientes e solo adequados, além de luz. Desta forma é produzido oxigênio, e o processo de manufaturação após sua colheita requer pouquíssima energia.

A indústria privilegia a madeira. O seu grande potencial deve ser destacado, principalmente tratando-se de móveis para residências e escritórios, janelas, portas, forração para pisos passando por instrumentos musicais e equipamentos esportivos.

O sucesso da indústria madeireira depende principalmente do processamento de baixo custo da madeira bruta e utilização de madeira menos qualificada, podendo ser utilizada de forma otimizada. Em primeira linha trata-se de know-how e tecnologia – somente máquinas e instalações modernas viabilizam um aproveitamento econômico. A grande complexidade dos produtos manufaturados e maquinário pode ser aproveitado em conjunto com medidas paralelas, razão pela qual os fabricantes e indústrias de máquinas para madeira apostam no desenvolvimento e ampliação de seus serviços e produtos. Na compra de máquinas e instalações é repassado um conceito completo adaptado às necessidades do cliente compreendendo consultoria, planejamento, know-how e software para monitoramento, aperfeiçoamento profissional e manutenção.

O objetivo mais importante da tecnologia de corte é a utilização otimizada da tora. Afim de evitar eventuais desperdícios, são aplicadas tecnologias de ultra-som ou laser-scanner para avaliar a geometria das toras. Toras e tábuas são posicionadas de forma calculada para o corte. Estas novas tecnologias possibilitam aproveitamento dos cortes transversais menos estáveis. A aplicação das tecnologias CNC reduzem o tempo de processamento; a rápida mecanização, e agregados de monitoramento flexível elevam a capacidade industrial. A eletrônica e software completam os recursos de hardware disponíveis.

O aproveitamento de seções menores e sobras de processamento de madeira para produção de produtos derivados não representam novidade. A maioria desses derivados é de aglomerados e semelhantes. Estes produtos vêm, sucessivamente, substituindo a madeira maciça em aplicações como construção civil, como é o caso do OSB. No segmento moveleiro o MDF vêm sendo mais utilizado a cada dia.

O desenvolvimento e a comercialização desses produtos têm influenciado os segmentos da construção e moveleiro de forma decisiva. A produção mundial de produtos dessa natureza superou, em 2000, os 160 milhões de m³. Desse total 55 milhões de m³ foram originados na América do Norte, 51 milhões de m³ vêm dos países da comunidade européia, 37 milhões de m³ foram produzidos na Ásia e 17 milhões de m³ nos países da América do Sul.

Um viabilizador nesse processo é representado por equipamentos de pré-aquecimento, o que vem diminuir o tempo de prensa das chapas. A flexibilidade das instalações, capazes de produzirem chapas de medidas distintas sem muito trabalho de ajuste é outro fator positivo. O manejo remoto das instalações vêm crescendo , possibilitando uma operação de diversas máquinas/instalações por vez.

A demanda por chapas de espessura fina para diversas aplicações vêm aumentando sensivelmente. A produção de laminados para forrações de pisos com superfície de madeira alcançou, nos anos passados, marcas recorde. A Comunidade Européia é responsável pela produção de 270 milhões de m² por ano desses produtos.

Empresas de pequeno/médio porte com, em média 10 empregados, constituem uma parte fundamental para atender ao mercado local de móveis, casas de madeiras e outros produtos. Na Alemanha, por exemplo, a importância econômica dessas empresas se iguala à das grandes indústrias moveleiras. Ambas as partes faturam anualmente algo em torno de 20 bilhões de Euros. Essas empresas menores investem em maquinário CNC e centros de processamento, afim de atender aos seus clientes de forma personalizada e rápida.

Máquinas menores e ferramentas elétricas vêm modificando uma série de procedimentos em oficinas. Canteiros de obras e outros ambientes. Um exemplo disso é a evolução de máquinas alimentadas com baterias, que, do contrário que se pensa, diminuíram seu tamanho e tiveram sua performance aumentada.

O objetivo principal da evolução de técnicas e melhoramentos introduzidos em máquinas do segmento moveleiro é o de ganhar em flexibilidade. As solicitações cada vez mais individuais dos clientes demandam mudanças dinâmicas de forma e ferramentas. O mais elevado nível em flexibilidade é alcançado no emprego de máquinas CNC, as quais podem produzir os mais diferentes moldes e cortes apenas com a troca da ferramenta, sem gerar perda de tempo.

Estima-se que a produção moveleira mundial movimente mais de 200 bilhões de Euro/ano, sendo a Comunidade Européia responsável por 50 bilhões e os Estados Unidos por 55 bilhões de euros. O maior crescimento é registrado pelos países asiáticos. A China, por exemplo, assumiu no decorrer de poucos anos o 4º lugar entre os maiores produtores de móveis do mundo com um movimento anual estimado em 13 bilhões de euros.

Os demais países asiáticos também representam uma importante parte dos exportadores de móveis. A Malásia e a Indonésia com 1,5 bilhões de Euro/ano cada, encabeçam a lista dessa região. Na economia tailandesa a exportação de móveis atinge cerca de 460 millhões de euro/ano tornando-se um importante item no panorama econômico desse país.

Com relação à América do Sul, o Brasil é o principal exportador, registrando cerca de 2 bilhões de Euros/ano em exportação de madeira e móveis. Na Argentina pode-se aferir uma produção de móveis no valor de 1,8 bilhões de euros por ano dos quais 220 milhões de Euros em móveis são destinados ao mercado externo com tendência de alta. O México é outro país de grande potencial exportador de móveis movimentando anualmente cerca de 4 bilhões de Euros e tem como principal mercado comprador de seus móveis os Estados Unidos.



Projeções

A situação econômica de praticamente todos os setores ao final de 2002 se apresentou de forma irregular. As perspectivas de crescimento criadas ao início do ano por alguns setores da economia refletem resultados de recessão em outros setores. A situação econômica do Brasil encontra-se, de modo geral, marcado por inseguranças relativas ao desenvolvimento futuro. Orçamentos de empresas encontraram-se congelados quando não sofreram cortes perceptíveis enquanto departamentos de marketing são alvo de medidas que visam racionar recursos. Neste contexto a participação em feiras internacionais é o instrumento perfeito para averiguação de medidas e identificação de seu “ranking” frente aos seus concorrentes.

As feiras e exposições possuem um valor especial nesses tempos de recuperação da economia internacional. Neste processo é preciso dirigir a atenção aos eventos líderes de economia internacional em cada segmento, pois somente as feiras “top” oferecem condições de comunicação e tecnologia para avaliar os segmentos atuais e futuros.

Mesmo diante das turbulências do mercado internacional, a indústrias de base florestal do Brasil possui uma das mais promissoras perspectivas de expansão do mundo. Movimenta 3,5% do PIB nacional (US$ 25 bilhões), é representado por 30 mil empresas, que oferecem emprego direto a 1 milhão de pessoas, além de outros 3,5 milhões indiretos e possui potencial para atingir US$ 11 bilhões em exportações até o ano de 2010.

Apesar de muito requisitado no mercado internacional, os produtos brasileiros provenientes da indústria de base florestal sofrem limitações. A exemplo de outros segmentos, o setor é comprado, com a imposição de custos do importador, limitações na oferta de produtos de maior valor agregado e desconhecimento da cadeia de consumidores no exterior. O que precisamos é mostrar o nosso produto, abrindo um leque maior de possíveis compradores, adequando a necessidade de países importadores e oferecendo redutos que agreguem valor, ao contrário de simplesmente exportarmos a madeira serrada.

Maio/2003