Setor florestal chileno projeta, para 2010, alcançar a casa dos US$ 500 milhões em exportações de pinus radiata
A substituição gradativa da madeira serrada nativa por madeira serrada de pinus radiata, tem oportunizado ao Chile comercializar em mercados importantes como Estados Unidos, Japão, Taiwan, Europa e outros. O setor florestal chileno soube aproveitar a principal vantagem competitiva desta espécie, que é a rapidez de crescimento, alcançando a idade adulta com 24 anos, enquanto na Suécia leva 40 anos e 60 nos Estados Unidos e Canadá.
O setor madeireiro do Chile fatura US$ 2,4 bilhões com exportações. Os maiores compradores do Chile, são os Estados Unidos (US$ 466 milhões), o Japão (U$$ 302 milhões) e a Argentina (US$ 152 milhões).
Fácil de pintar, aplainar e arredondar a espécie possui aceitação universal nas Américas, Ásia e Europa. Essa madeira tem sido utilizada nos Estados Unidos durante os últimos 15 anos para propósitos decorativos e há mais de 10 anos, na Europa, Chile e Nova Zelândia. O preço é competitivo em relação a outras espécies.
Localizado no extremo sul da América Latina, o Chile apresenta uma área de 75 milhões de hectares, sendo 21% coberto por floresta (15,65 milhões de ha). O uso industrial da madeira de pinus. radiata vem evoluindo em um ritmo acelerado à frente de outras espécies. A área de florestas plantadas é de 1,98 milhões de hectares, onde 75% são plantações de pinus. radiata, 17% de eucalipto e 8% de outras espécies. A área total de nativas é de 7,6 milhões de ha, de pinus radiata é de 1,4 milhões de ha e a de eucalipto é de 0,3 milhões de ha.
De 1985 a 2000 o produto que mais evoluiu no Chile foi o painel com crescimento de 322%, seguido da polpa de celulose com 164% e da madeira serrada com 107%. Já o papel teve um decréscimo de –5,2% e o cavaco também recuou de –1,3%. No mesmo período, o painel apresentou 435% de crescimento no mercado externo, a polpa 247% e a madeira serrada 66%, seguida pelo papel com 54% de incremento. O mercado chileno estima exportar, em 2010, US$ 500 milhões em pinus radiata, US$ 2,6 bilhões em eucalipto e US$ 300 milhões em nativas.
Tecnologia
No setor de tecnologia estão sendo aplicadas informações tecnológicas como micro processadores, sistemas de operação, periféricos, software e aplicações, serviço de network e network de montagem.
Entre as inovações tecnológicas estão sendo inseridos dois novos sistemas: OSI (Sistema Aberto de Interconecção) e Sim (Sistema Interconectado De Manufatura). Destaca-se a combinação de sistemas, além da integração entre elementos mecânicos e hidráulicos, posicionamento linear, ultra sonic, micro filtrado, cilindro servo, deslocamento linear. Dentro dos novos sistemas estão inseridos o CLP – programador controlador lógico e o DCS – sistema de controle de distribuição.
Na produção estão sendo adotados procedimentos como a classificação de matéria-prima, tipo de floresta, silvicultura, origem , manejo. A automação é o conceito de produtividade e eficiência onde o custo permanente e o custo variável são iguais ao custo de produtividade e o custo da matéria prima. Uma tendência do mercado florestal chileno é o corte curvo.
No mercado de serras predomina a seção de corpo variável com ênfase na lâmina/ ressonância/ vibração. Outras inovações são:
tamanhos L para controle de medidas de corte
laser para medir a espessura
análise de vibração
Entre as novas técnicas predominam:
scanear o interior das toras
corte a laser
corte à jato d’água
padrão de scanner 3D
espessura da serra adaptado à madeira
O Chile possui uma certificação nacional (Certfor Chile – Sistema de Certificação Florestal Chileno) liderada por uma organização sem fins lucrativos: Fundación Chile, juntamente com INFOR e CORMA. A missão e propósito do programa são melhorar as práticas de manejo florestal guiadas por princípios de desenvolvimento sustentável.
O padrão foi desenvolvido através de um processo participativo dos setores ambientais, comerciais e sociais.
Além do Certfor Chile, várias florestas são certificadas através do FSC ou do selo ISO, totalizando um total de 1,19 milhão de hectares de plantações certificadas.
Foi-se o tempo em que o cliente comprava apenas os produtos que a serraria tinha no estoque e que as exportações eram feitas apenas através de agentes, sem nenhum contato do cliente com a serraria. Hoje, as serrarias chilenas estão organizando suas próprias vendas, com o propósito de alcançar as necessidades específicas dos clientes.
Tem sido cada vez mais importante trabalhar face a face com o cliente para evitar a perda de contribuição adicional no mercado para materiais competidores como o concreto, o aço, os materiais de fibra, e outros. Este procedimento permite às serrarias o desenvolvimento de trabalhos de marketing, direto com o cliente.
Os produtos padronizados surgiram para assegurar o volume máximo de cada tora. Mais tarde, esses produtos passaram a ser pedidos pelos clientes diretamente do estoque.
Hoje, a tendência é fabricar produtos de madeira já vendidos para evitar os estoques nas serrarias.
No futuro, os pedidos dos clientes deverão guiar diretamente a colheita, a qual será feita somente para produzir os produtos já pedidos pelos clientes.
A tendência é aumentar a base florestal no Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Peru e Venezuela. Deve crescer a qualidade da produtividade através de melhorias na seleção de sementes, manejo e técnicas de colheita.
As estratégias de melhorias para os assuntos ambientais também ganham destaque. A expansão tende a ocorrer através de aquisições e/ou projetos específicos em produtos de consumo na América Latina.
O setor madeireiro chileno prevê a continuidade de projetos como:
- o recrutamento de profissionais qualificados de universidades líderes.
- o financiamento de programas de treinamento de empregados no Chile ou no exterior.
- projetos de certificação e de concepções psicológicas, médicas e técnicas de trabalhadores florestais.
Maio/2003 |