Cada equipamento de desdobro apresenta um conjunto de características que o indicam para um certo tipo de madeira e certas características da tora. Cada equipamento possui características próprias de concepção que devem ser conhecidas e que interferem na produção, produtividade e rendimento volumétrico. A título de exemplo, a CORFO/ INFOR (1989) realizou um estudo sobre o rendimento no desdobro de Pinus radiata, envolvendo diferentes equipamentos e diferentes classes diamétricas.
Experiências realizadas em São Paulo encontraram um rendimento médio de 55,6% em Eucalyptus saligna, E. grandis e E. urophylla. Os rendimentos conseguidos têm variado entre 42,0 e 50%, dependendo da classe de diâmetro das toras. A produtividade, expressa em metros cúbicos de madeira serrada, produzidos numa unidade de tempo, também depende do diâmetro das toras. Quando se passa de uma classe de diâmetro de 15,0 – 20,0 para outra de 20,0-25,0 cm, o aumento de produtividade é da ordem de 106%. Uma vantagem adicional de se utilizar toras de maiores diâmetros é a obtenção de uma porcentagem mais elevada de madeira sem medula ou de lenho juvenil que, via de regra, apresenta altas contrações e baixa resistência mecânica.
É indiscutível a importância das abelhas para os reinos animal e vegetal. Dentre os insetos sociais, o homem sempre soube admirá-las e delas tirar proveito. São inúmeras as vantagens para os que praticam a apicultura, destacando-se a perpetuação do reino vegetal, através da polinização, aumento da produção de diversas culturas, produção de mel, cera, própolis e vários outros produtos. A grande vantagem direta e imediata, no entanto, é a possibilidade de renda adicional para o produtor rural e a atividade apícola em si não chega a concorrer com outros produtos e, até mesmo, comprometer o desenvolvimento da floresta; ao contrário, a atividade só amplia a margem de ganhos para o homem e a floresta. Tais vantagens dependem dos vegetais que lhes dão origem e determinam a qualidade e a composição dos seus produtos.
Segundo bases conceituais, o néctar é um líquido viscoso e açucarado, secretado pelas plantas, que as abelhas recolhem dos órgãos florais(pétalas, sépalas, estames e pistilos) para transformar em mel. O mel é um líquido viscoso, aromático e doce, elaborado pelas abelhas a partir do néctar ou esxudados sacaríneos das plantas, que é estocado nos favos para sua alimentação. O mel possui valores variáveis de açúcares, apresentando valores mais altos de glicose e frutose e valores mais baixos de maltose e sacarose. Além disso, contém elementos flavorizantes(aldeídos e álcoois), água(cerca de 17%) e ácido(menos de 0.5% dos sólidos). Outros elementos importantes que entram na composição do mel são os sais minerais(variando entre 0,02 e 1%), como potássio, cloro enxofre, cálcio, fósforo, silício, ferro, manganês e cobre. O mel contém, ainda, vitaminas(B e C) e aminoácidos, além de “enzimas”, pólen, néctar, leveduras e outros microorganismos. Pela sua composição, o mel tem sido muito empregado sob diversas formas de alimentação humana. A cera varia de acordo com as flores que produzem o néctar e o pólen e é originária das glândulas ceríparas, situadas no abdômen das abelhas operárias. A cera tem funções medicinais e pode ser utilizada em atividades industriais. A própolis é uma substância resinosa, de cor castanho-esverdeada, que impermeabiliza a colméia, protegendo-a da umidade. A própolis é utilizada como antibiótico, cicatrizante, anestésico e antinflamatório.
As abelhas são muito importantes na preservação da flora, promovendo o cruzamento de indivíduos diferentes e aumentando a produção de sementes. Segundo especialistas da área , as abelhas têm papel preponderante na polinização de eucaliptos, através da polinização cruzada. A presença da Apis mellifera em povoamentos florestais aumenta o número de cápsulas por panícula, o número de sementes por cápsula e o número de sementes por quilograma.
O Serviço Florestal da Austrália já conseguiu identificar 672 espécies de eucalipto e muitas delas são aptas para a atividade apícola.
Alguns experimentos já realizados levam a conclusões interessantes. O Eucalyptus punctata apresenta florada duas vezes por ano; as espécies E. corymbosa, E. scabra, E. paniculata e E. tereticornis produzem mel muito saboroso e escuro. As espécies E. triantha, E. citriodora, E. maculata, E. microcorys, E. pilularis, E. melliodora, E.viminallis e E. camaldulensis produzem um mel igualmente apreciado e excelente, bem claro e límpido. As espécies E. alba, E. robusta e E. saligna produzem um mel de cristalização muito rápida e as espécies E. alba, E. citriodora e E. camaldulensis chegam a ter uma concentração de 50% de açúcar nas flores, produzindo um mel que varia de cor, indo do quase branco ao pardo e escuro, passando pelo âmbar e vermelho.
Em função das condições e das variações bioclimáticas locais, algumas espécies apresentam comportamentos e respostas totalmente diferentes de outras locais em que estejam plantadas. Tais variações se manifestam, principalmente, nas floradas que ocorrem em diferentes épocas do ano, na quantidade e qualidade das peças florais, na presença de inimigos naturais das abelhas e no uso de pesticidas. A título de exemplo, o Eucalyptus saligna apresenta florada nos meses de abril a setembro, na região de Piracicaba, no Estado de São Paulo e, nos meses de agosto e setembro, em algumas regiões do Estado de Santa Catarina. O Eucalyptus tereticornis apresenta florada nos meses de abril a setembro, na região de Piracicaba, no Estado de São Paulo e, nos meses de setembro a fevereiro, em algumas localidades da Região Sul brasileira.
Uma observação rigorosa realizada na região de Rio Claro, no Estado de São Paulo, permitiu um acompanhamento da florada de várias espécies.
Sem dúvida, a apicultura pode ser uma atividade complementar ao setor produtivo que utiliza florestas de eucalipto. A ação das abelhas, além de promover benefícios sem conta para as florestas e o meio ambiente, pode gerar adicionais de renda na produção de sementes, mel, cera e própolis.
Setembro/2002
O correto posicionamento e orientação da tora para o desdobro são importantes, pois uma abertura de corte inadequada pode significar grandes perdas em volume ou qualidade da madeira. A tora deverá ser fixada firmemente e com um correto alinhamento durante o transporte e passagem pela serra. O sistema integrado de desdobro deverá estar suficientemente equilibrado para produzir pequenas espessuras de fio de serra, cortes alinhados, com ferramentas bem preparadas e afiadas, visando à produção de superfícies planas e com velocidade de alimentação em níveis aceitáveis. Os fatores inerentes às condições operacionais da serra também podem influenciar no rendimento obtido, como tipo de dentes, relação largura da trava/ espessura da lâmina, tensão da lâmina e espaçamento entre os dentes da serra. A espessura do corte é outro fator relacionado com o equipamento que muito influencia no rendimento. A espessura de corte varia normalmente entre 2,0 a 6,0mm e depende, por sua vez, de diferentes fatores: velocidade de alimentação (maior velocidade de alimentação significa maior canal de corte); espécie de madeira (maior dureza significa menor canal de corte), acondicionamento da lâmina (uma adequada manutenção significa menor canal de corte). A condição e a manutenção dos equipamentos podem interferir na produtividade de uma serraria. Equipamentos que não funcionam ou que não operam adequadamente podem ser a causa dessa interferência negativa.
Para o desdobro da madeira de eucalipto poderão ser adotados vários equipamentos, como:
. serra dupla de desdobro de toras de fita ou circular – utilizada para a retirada das duas costaneiras simultaneamente, evitando a liberação desproporcional e assimétrica das tensões de crescimento. Através de cortes simultâneos e paralelos das costaneiras, evita-se, principalmente, que haja o arqueamento da tora, em função da liberação das tensões.
. serra circular múltipla ou multisserra – utilizada em cortes sucessivos da peça, garantindo maior produção, quando comparada à serra simples, e um menor desvio padrão quanto às diferenças dimensionais na largura das peças.
. serra de fita simples ou reversa utilizada no aproveitamento das costaneiras, gerando peças de qualidade, com menos resíduos, além de aumentar o rendimento em madeira serrada.
. serra circular alinhadeira ou canteadeira – utilizada para padronização da largura das peças
. serra destopadeira dupla – constituída de serras circulares posicionadas em duas linhas paralelas e distanciadas das peças serradas no comprimento padrão.
O melhor esquema básico de corte para eucalipto deve constar de duas serras paralelas de fita ou circulares, complementadas com uma série de serras circulares para desdobrar o bloco obtido de duas faces planas. Experiências com Eucalyptus saligna concluíram que o melhor método foi o de duas serras paralelas circulares ou de fita para produzir um bloco de duas faces planas e serras múltiplas para cortar esse bloco em peças com a espessura desejada. Não se recomenda o uso de uma única serra com um carro porta-toras, em função da peça remanescente do primeiro corte apresentar uma curvatura convexa.
Setembro/2001 |