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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°66 - AGOSTO DE 2002

Feiras - FOREXPO

Tecnologia e mercados do pinus em evidência

Em sua 21 edição, a Forexpo – Salão Europeu de Silvicultura e Exploração Florestal, que aconteceu de 5 a 7 de junho, na cidade de Bordeaux ( França), marcou sua internacionalização, com 385 expositores, sendo 60 de quinze outros países. O evento, que acontece em uma área de 80 hectares, se caracteriza por demonstrações de máquinas e equipamentos em áreas de aplicação real, onde o visitante pode observar o trabalho e o desempenho de cada produto exposto, desde as mais pequenas ferramentas de poda até o maior triturador florestal.

Neste ano a Forexpo contou com 31.254 visitantes, provenientes em grande parte da Europa. A Revista da Madeira esteve presente ao evento e acompanhou as últimas tendências em tecnologia para o setor.

Antecedendo a Forexpo aconteceu nos dias 3 e 4 de junho o seminário “Pinus: Mercados e Tecnologia”, organizado pela Ciris Engenharia e pela GIE Forexpo. Destinado aos industriais de primeira e segunda transformação, este seminário internacional dedica dois dias ao Pinus ( madeira maciça ),com o enfoque de mercado e tecnologias para beneficiamento. Tanto os palestrantes como os participantes vieram de vários países onde o pinus está presente, incluindo o Brasil, Argentina, Chile, México, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Suíça, Itália, África do Sul e Sul da Europa.

Entre os principais temas abordados prevaleceu um balanço da situação do Pinus no mundo e no sul da Europa, especialmente após o vendaval de dezembro de 1999, que atingiu em especial a França, e a evolução das tecnologias na primeira e segunda transformação.

As delegações da América do Sul, em particular, manifestaram grande expectativa com relação a organização econômica dos produtores e a certificação. O sistema de certificação PEFC – Programa Europeu de Florestas Certificadas, vem gerindo a exploração, através de manejo sustentável, de toda a região da Aquitania.

Para Jean-Pierre Olgiati, presidente da Ciris Engenharia, organizadora do seminário técnico, a “Semana do Pinus “- como ficou denominado este período – tornou-se uma importante ferramenta de marketing para a indústria de base florestal da Europa, em especial França, Espanha e Portugal, que baseia sua atividade na variedade de pinus resinoso denominado de “marítimo”. Somente a região possui uma área florestal de mais de 100 mil hectares.

Os produtores franceses enfrentam no mercado internacional a concorrência de outras espécies, como o pinus nórdico. Várias espécies são bem mais conhecidas e possuem uma larga tradição de uso, com bons resultados. A expansão do pinus marítimo irá exigir muito empenho dos produtores.

O presidente da Ciris destaca que a única forma de crescer é conhecer melhor esta espécie e suas possibilidades, buscando melhorar a qualidade e iniciar uma campanha de difusão da espécie através de dados confiáveis sobre o seu desempenho. Neste mesmo propósito foi criada a USSE – União Florestal do Sul da Europa, que reúne empresários e técnicos de cinco países, que possuem o aporte conjunto de 10 milhões de hectares de florestas.

O volume ainda é considerado pequeno em relação aos 50 milhões de hectares da Escandinávia. Mas para abrir espaço no mercado internacional, Jean-Pierre Olgiati destaca que estão se desenvolvendo ações diferenciadas em cada uma das seis regiões em que se divide o plantio da espécie, visando criar um mercado para a madeira do sul na própria região e a nível mundial.







Evento reuniu principais fabricantes de máquinas e equipamentos para manejo florestal e processamento de madeira de diversos países, como muitas novidades e inovações tecnológicas.



Sistema otimiza corte da madeira



Organizadora do Seminário Internacional do Pinus, a Ciris Engenharia é uma empresa francesa, com atuação em vários países, incluindo o Brasil, e que busca criar soluções inovadoras para o processo de transformação da madeira. De acordo com seu presidente Jean-Pierre Olgiati, além de atuar com tecnologia avançada, a Ciris executa projetos seguros, trabalhando a necessidade de cada empresa, e oferece flexibilidade para o uso de equipamentos, desde o aspecto técnico até o econômico.

O carregamento das toras é um dos primeiros passos para o processo de desdobro. Lá as toras são “abertas” pela primeira vez e as decisões tomadas nesse momento determinam o valor que a serraria vai ganhar.

No sistema de carregamento de toras existe um longo tempo em que o operador pode ser treinado, para que ele julgue a melhor maneira de serrar a madeira. Ao final deste treinamento, o trabalho do operador é calcular e decidir sobre o processo a ser aplicado, pois, caso contrário, parte da madeira poderá ser desperdiçada, com perda financeira.

Como forma de otimizar esta operação a Ciris desenvolveu um sistema de corte computadorizado, baseado na medição de toras, otimizando o processo de processamento da madeira. Conhecido como OSCAR, este sistema mede a tora e decide a forma mais adequada para o corte, podendo assim o operador focar-se em outros tópicos, como máquina de controle.

Este sistema foi desenvolvido para empresas que utilizam porta-toras e se divide em dois componentes essenciais. Um é o sistema laser que faz o processo de scannear a tora, medindo 20 ou 30 mil pontos para fazer uma figura tridimensional, detalhada da superfície, como todos os seus defeitos. O outro componente é um software computadorizado que compara essa forma com a combinação dos produtos requeridos e calcula todas as possibilidades de corte. O computador pesquisa cerca de 20 mil soluções diferentes antes de escolher a melhor forma.

De acordo com Jean-Pierre Olgiati, mais de 700 serrarias, somente na Europa, já possuem este sistema instalado, com alta taxa de retorno.” Em estudo recente constatou-se que o sistema Oscar apresentou de 4 a 8% a mais de valor em cada tora, em relação ao sistema tradicional em que o operador decide. Na América do Sul vários países também estão adotando o uso desta ferramenta auxiliar de trabalho”, observa Olgiati