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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°65 - JULHO DE 2002

Painéis

Compensado aponta evolução

Com quase 300 empresas, a indústria de compensados busca na qualidade o seu crescimento. O mercado externo surge como alternativa. Em 2001 as exportações chegaram a US$ 359 milhões.

O compensado liderou por muitos anos o mercado de painéis no Brasil. Com instalação inicial no Sul do País por volta dos anos 40, a indústria deste setor baseava-se nas florestas naturais de Araucária, embora tenha atingido significativa produção apenas na década de 70. Hoje, boa parte dos compensados já estão sendo elaborados com pinus e o eucalipto está, aos poucos, sendo inserido.

Hoje, cerca de 60% do compensado nacional ainda é produzido com madeira tropical, enquanto que os outros 40% com madeiras de florestas plantadas nas regiões Sul e Sudeste, principalmente o pinus, incluindo o tipo “combi” (face em madeira tropical e miolo em pinus).

De acordo com estudo da ABIMCI / STCP neste segmento predominam empresas de pequeno porte, a maioria familiar, somando cerca de 300 empresas. De 1990 até 2001 nota-se um crescimento da oferta acima do crescimento da demanda neste segmento. A produção cresceu 8%, enquanto o consumo evoluiu apenas 3%.

O principal consumidor de compensado é a indústria moveleira, seguida da construção civil. O segmento de embalagens representa 17% do consumo total, embora sua participação venha crescendo os últimos anos.

Como forma de garantir uma melhoria na qualidade, o mercado brasileiro de compensados conta com um processo de certificação de qualidade do compensado de pinus. Trata-se do PNQC (Programa Nacional de Qualidade do Compensado) instituído em 1999, pela Abimci – Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente.

Somente produtores associados da Abimci podem participar do PNQC. Para a avaliação foram adotados rígidos padrões de qualidade. Os testes de laboratório, executados pela Universidade Federal do Paraná, foram baseados em metodologia e procedimentos definidos pela ASTM (American Society for Testing Material). Outras normas, nacionais e internacionais, também foram levadas em consideração e comparadas com os resultados, incluindo: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), APA (The Engeneered Wood Association) e a BSI (British Standards Institution).

Nas exportações verifica-se um incremento médio anual de 16,5% até 2000, havendo em 2001 uma ligeira queda de 3,6%, representando um total de US$ 359,9 milhões. O crescimento das exportações de compensados nos últimos anos é atribuído principalmente à Política Nacional de incremento das exportações e à desvalorização do Real frente ao Dólar. Entre os anos de 1998 e 2000 houve um crescimento rápido nas exportações de compensado. A matéria-prima oriunda de pinus responde por 80% do total de compensado exportado neste período.

O mesmo estudo elaborado pela Abimci/STCP destaca que os principais destinos das exportações brasileiras de madeira de compensado são o Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha, com volumes de 24,5%, 17,9% e 11% respectivamente. Os outros diversos países correspondem a 46,6% do total exportado.

Já no caso dos serrados, a indústria madeireira observou mudanças estruturais sensíveis nos últimos anos, como o aumento da competitividade, do nível tecnológico e de investimentos, entre outros, refletindo de forma significativa na evolução do mercado de madeira serrada no Brasil.

Atualmente, o parque industrial brasileiro voltado à produção de serrado dispõe de aproximadamente 10.000 unidades. Mas, apenas 1% possui capacidade de produção média-grande, sendo a grande maioria empresas de pequeno porte.

Com relação a produção, no período entre 1990 e 2001 houve um crescimento médio anual de 4,4% na produção nacional de serrados e de 3,9% no consumo. Nota-se, também, um índice de crescimento bastante uniforme tanto para a produção como para o consumo.

Os principais setores que consomem madeira serrada no Brasil são indústria moveleira, indústria de embalagens e indústria da construção civil. Outros segmentos como artefatos de madeira, decoração e artesanato utilizam esta matéria-prima mas de forma inexpressiva.

A participação de madeira tropical na produção e consumo de madeira serrada vem diminuindo. Em 1990 a madeira serrada não tropical correspondia a 24,7% do total da produção de serrados, enquanto em 2000 cresceu para 30%.

A tendência é que a madeira serrada de pinus continuará a aumentar sua parcela de participação no mercado, frente à madeira tropical, nos próximos anos, tanto na produção como no consumo de madeira serrada.

No comércio os serrados apresentam um incremento médio anual de 19%, nos últimos anos. Este índice é considerado alto e decorre de fatores como a desvalorização do Real, a política nacional de apoio às exportações, aumento da produção nacional do setor e outros. Nas importações houve um decréscimo médio anual da ordem de 4,4%.

O maior mercado comprador são os Estados Unidos, com 36,3% de participação total exportado. França, Espanha, China e Argentina representam juntos 27,4%, e os restantes 36,3% são oriundos de outros países.

A tendência agora volta-se aos produtos com maior valor agregado. Entre os principais produtos com maior valor agregado produzidos no país, mas com foco para o mercado externo, estão os blocks, blanks, molduras, fence, pisos, janelas e outros. Já os voltados ao setor moveleiro são principalmente os pré-cortados, componentes estruturais, EGP (Edge Glued Panel) e outros.

As espécies usadas para produzir PMVA são principalmente o Pinus e algumas espécies nativas como Ipê, Imbuia e Jatobá. Mas, há uma tendência ao uso de eucalipto.

De acordo com estudo da STCP Engenharia, os volumes de PMVA produzidos no Brasil apresentam taxas de crescimento médio anual elevadas, principalmente nos blocks/blanks e molduras, de 10% e 54%, respectivamente. O EGP apresenta crescimento médio anual de 4%. No consumo, blocks/blanks têm crescimento médio anual de 40%, o EGP crescimento médio menor que 1% ao ano, e as molduras crescimento médio de 171% ao ano (desde 1997, ano em que o mercado interno iniciou o consumo deste tipo de madeira)

O volume exportado de blocks/blanks registrou uma queda de 0,3% em média, ao ano. Enquanto isso o EGP representou um crescimento médio anual nas suas exportações de 29%. Já o setor de molduras apresentou um crescimento médio anual de 52%.

O segmento de portas é um dos PMVA mais representativo e competitivo. Os fabricantes estimam que a capacidade de produção instalada no Brasil seja da ordem de 6 milhões de portas ao ano, distribuída pelas quase 200 empresas operantes no país, as quais criam em torno de 50.000 empregos diretos e indiretos. Em 2000, a produção alcançou um volume aproximado de 5 milhões de unidades e as exportações foram em torno de 1,2 milhão de portas. Em 2001 houve um crescimento estimado em 3%.

Já a produção de pisos de madeira em 2001 foi da ordem de 12 milhões de m³. Com esta produção, os pisos de madeira participam com aproximadamente 8% da produção nacional de pisos e revestimentos em geral (pisos de madeira, cerâmicos, têxteis, plásticos e outros). Do total da produção brasileira de pisos de madeira, 70% é formada por pisos laminados e o restante pisos maciços.

A distribuição do consumo de pisos no Brasil resume-se a basicamente três destinos distintos. Os arquitetos e decoradores respondem por 15% do consumo, enquanto as construtoras e usuários finais respondem por 25% e 60% respectivamente.



Panorama mundial

Como forma de analisar o mercado e discutir estratégias de como vencer desafios da globalização, visando ampliar as exportações, o Instituto Synteko, com o apoio do Grupo Peixoto de Castro, reuniu no dia 19 de junho, em Curitiba, cerca de 400 empresários do setor para um encontro, que contou com a presença de especialistas de renome internacional.

O Instituto Synteko é uma unidade criada este ano pela Synteko S.A. para apoiar o setor moveleiro e madeireiro do Brasil a enfrentar os desafios da globalização. O vice-presidente da empresa, Gilberto Armando Costa, observa que a proposta é ajudar os clientes a continuar seu crescimento de forma cada vez mais estruturada. Os clientes que responderem às expectativas do Instituto, serão reconhecidos por isso. “ Atualmente o que ocorre é o cliente certificar o fornecedor. Estamos lançando agora uma nova proposta em que o cliente também será certificado. É uma prova de que ele está atento à qualidade de seus serviços e acompanha as evoluções tecnológicas que ocorrem no mercado”, observa Armando Costa.

A Synteko possui três unidades industriais no Brasil, com um total de 200 funcionários. Em 2001 a empresa cresceu 53% e para este ano a previsão é de um crescimento de 39%. Seus investimentos também concentram-se na ampliação da produção de resinas termofixas ( colas e adesivos) e no verniz super Synteko, utilizado largamente no revestimento de pisos de madeira.

Maio/2003