De acordo com a história, três métodos de transporte florestal predominavam: o fluvial, o rodoviário e o ferroviário. Com a evolução tecnológica, surgiram os métodos dutoviário e aeroviário, mas, por razões econômicas são pouco utilizados.
Até o século XIX, o transporte fluvial de madeira foi o método predominante na Europa Central. Com a construção de uma rede viária pública, composta por rodovias e ferrovias, este tipo de transporte chegou à total paralisação. Todavia, o mesmo continua tendo importância para o norte da Europa, sobretudo nas regiões de florestas boreais de coníferas (Sibéria) e nas florestas tropicais do oeste da África e da Amazônia.
Durante a primeira metade do século XX, o transporte ferroviário de madeira teve considerável relevância nos Alpes europeus, no leste da Europa, na América do Norte e nas regiões tropicais do oeste africano.
O transporte por via aérea, especialmente por helicópteros, comprovou sua eficiência, tanto no transporte de pessoal e de material quanto no controle e na proteção florestal nas regiões desprovidas de rede viária. Em virtude dos elevados custos, os helicópteros têm sido utilizados ultimamente no transporte de madeira somente na América do Norte, Ásia e Europa em pequena escala comercial.
As rodovias sempre foram importantes e contribuíram decisivamente para o seu desenvolvimento sócio-econômico. O Brasil ficou fora de grande parte da história da evolução do transporte, participando praticamente como usuário, pegando tudo pronto, já experimentado, o que foi benéfico, na maioria dos casos com algumas exceções como as ferrovias, pois ficamos com as sobras de outros países, com sistemas obsoletos e com já descartados pela Inglaterra e Estados Unidos
As formas de transporte incluem a madeira curta, com comprimento até 2,40 m em posição transversal ou longitudinal. A madeira longa tem comprimento acima de 6,00 m variando até 20 m.
Entre as formas de transporte florestal esta o hidroviário fluvial. É realizado em canais fluviais naturais que são rios ou conjunto de rios, cuja profundidade e largura possibilitam o tráfego de embarcações, tais como, Balsas, Jangadas, impulsionados por barcos através de empurramento ou reboque, sendo bastante utilizados principalmente na Região Amazônica.
Entre as vantagens esta a pouca ou nenhuma aquisição de equipamento oneroso; Empilhamento, seleção e carregamento, relativamente simples; Transporte em grande quantidade e relativo acesso, com pequeno investimento.
Como desvantagem esta o fato que nem todas as espécies são transportáveis; Dependência da estação chuvosa; Construção de estradas até os rios; Perdas de madeira.
Já o transporte hidroviário marítimo é o mais utilizado no âmbito intercontinental, devido a sua maior capacidade de carga em relação ao aéreo. Em águas costeiras, o transporte por cabotagem tem sido uma alternativa largamente empregada em todo o mundo. No Brasil, com a privatização dos portos, ele vem crescendo, dada a redução dos custos portuários e a melhoria do seu desempenho.
Embora o Dutoviário possa ser realizado através de canais de navegação construídos artificialmente, o mais comum é feito por meio de tubulações com água no interior por onde é transportado material florestal fragmentado em forma de cavacos, por isso sendo denominado cavacoduto, sendo a mistura água e cavaco, impulsionado através de bombas hidráulicas
Como vantagens estão o baixo custo de transporte; Instalação simples; Eliminação de grandes pátios; Independe das condições topográficas e edafo-climáticas.
Entre as desvantagens esta o fato que exige um grande volume para ser viável; Requer um grande investimento inicial.
O transporte florestal realizado através de ferrovias é extremamente raro no Brasil, devido ao número pequeno de vias próximas às áreas florestadas. As ferrovias exigem grandes investimentos e, considerando-se que a rede somente será com fins de transporte florestal, seria muito difícil suportar todos os custos.
Como vantagens ocupa pouco espaço da área produtiva e tem grande capacidade de transporte;
Nas desvantagens está a imobilidade da estrada de ferro; Transporte interrompido (pré-transporte até a estação de carregamento); Altos custos fixos (viabilidade fortemente dependente do volume transportado.
O aéreo através de teleférico é um sistema de transporte construído para transportar a carga entre dois pontos fixos de forma contínua e ininterrupta. Um trilho é afixado suspenso em uma rede de postes distribuídos ao longo do trajeto que leva a carga até a indústria ou a um pátio de onde posteriormente é transportado até a indústria por um outro meio. Este sistema é um circuito fechado onde os carrinhos são tracionados continuamente por cabos de aço.
Como vantagens está a independência das condições meteorológicas; Utilização da gravidade; Mobilidade no uso de máquinas móveis; Pequeno atrito e pouco gasto de energia; Investimento relativamente baixo á longo prazo.
E desvantagens na interrupção do transporte devido a necessidade de grande força de empilhamento; Capacidade de transporte relativamente baixa por unidade de tempo; Altos custos relativos à mão-de-obra, que deve ser especializada; Altos custos fixos para montagem e desmontagem
Teleférico
O Helicóptero somente deve ser utilizado em regiões ou sistemas de manejo onde o tráfego não justifique a construção de rodovias, ferrovias e dutovias e desde que o produto da exploração pague o seu elevado custo, por exemplo, manejo sustentado de grandes florestas nativas com espécies valiosas. Os helicópteros, portanto, só devem ser usados em locais onde outros meios são impraticáveis, por apresentarem um custo muito elevado.
O Transporte rodoviário é praticamente representado pelo caminhão, sendo sua seleção baseada em alguns fatores como: distância de transporte, qualidade ou categoria das estradas, quantidade de madeira a ser removida, capacidade de carga do caminhão e dos equipamentos auxiliares e das máquinas e equipamentos de carga e descarga.
A distância determina o volume que deve ser transportado por viagem e por unidade de transporte. Conseqüentemente, determinará o tamanho do caminhão, ou seja, quanto maior a distância, maior deverá ser a capacidade do meio de produção.
Por outro lado, o veículo pesado poderá ser utilizado em distâncias curtas desde que se otimize a relação entre o tempo de espera com a distância do percurso. Os melhores resultados são obtidos quando o veículo equivalente tiver a menor tara (peso morto), máxima capacidade de carga, menor custo de manutenção, investimento menor que o mais apurado padrão rodoviário florestal e com melhor manutenção.
É importante salientar que geralmente os caminhões florestais viajam carregados em um único sentido, que os diferem dos sistemas de transportes tradicionais, por isso os custos tendem a ser maiores por unidade de volume.
Cavalo-mecânico – Unidade tratora destinada a tracionar um ou mais semi-reboques.
Semi-reboque – Veículo de um ou mais eixos traseiros, que se move articulado e apoiado na unidade tratora.
Reboque – Veículo de dois ou mais eixos, que se move articulado por um veículo automotor.
A diferença entre reboque e semi-reboque é que o REBOQUE apóia-se em sua unidade tratora, enquanto o SEMI-REBOQUE apóia-se em seu próprio rodado. O reboque e o semi-reboque possuem dispositivos de engate que tornam possível seus tracionamentos por um outro veículo automotor.
Veículo articulado – Veículo composto de duas unidades, sendo a primeira uma unidade tratora e a segunda um semi-reboque.
Veículo conjugado – Veículo composto de duas ou mais unidades, sendo a primeira uma unidade tratora e a(as) outra(s) reboque(s) ou semi-reboque(s).
Tipos de veículos utilizados
Caminhão – constitui-se de uma única unidade tratora e transportadora, com tração do tipo 4x2, 4x4, 6x2 e 6x4.
Articulado (carreta) – composto de uma unidade tratora (cavalo-mecânico), com tração 4x2 ou 6x4 e um semi-reboque
Conjugado (Biminhão ou Romeu e Julieta) – Caminhão + Reboque
Bitrem – Cavalo mecânico + 2 semi-reboques
Tritrem – Cavalo mecânico + 3 Semi-reboques
Rodotrem – Cavalo-mecânico + 1 semi-reboque + 1 reboque
Treminhão - Caminhão + 2 reboques
Caminhão com cambão telescópico
O transporte de madeira nas estradas públicas está subordinado a uma série de normas legais. Essas normas se aplicam a todo tipo de carga transportada, uma vez que não existe legislação específica para os veículos que transportam produtos florestais.
Atualmente, as normas de trânsito em vigor no País são ditadas pela Lei Nº 9.503, de 23 de setembro de 1.997, que instituiu o novo Código Nacional de Trânsito. Todavia, é importante lembrar que as leis de trânsito são dinâmicas e podem sofrer alterações a qualquer tempo.
As normas limitam as dimensões e os pesos dos veículos, Autorização Especial de Trânsito (AET) e as dimensões dos pneus são as mais importantes para o transporte rodoviário florestal, pois normalmente são utilizados, nesta atividade, veículos pesados e extra-pesados.
Dimensões – Os cumprimentos máximos são de 14 m para veículos simples, 18,15 m para o veículo articulado; e 19,80 m para veículos com reboques, sendo a largura máxima de 2,60 m e a altura máxima de 4,40 m.
Número de Unidades – Por lei é proibido trafegar com veículos com mais de duas unidades, incluída a unidade tratora, ou seja, nenhuma combinação poderá ter mais de uma articulação. Exemplo: veículo articulado (cavalo-mecânico + semi-reboque); veículo conjugado (caminhão+ reboque). As composições do tipo rodotrem, bitrem e tritrem só podem circular com uma AET, mesmo que não ultrapassem o PBTC de 45 t e o comprimento de 19,80 m.
Pesos – O PBT ou o PBTC não podem ultrapassar a CMT técnica. Um critério utilizado pelos fabricantes para estabelecer esta CMT é a adoção da relação de 6 hp/t. Assim, um cavalo-mecânico exige no mínimo, 270 hp para tracionar 45 t. |