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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°137 - OUTUBRO DE 2013

Biomassa

Biomassa pode garantir 13% da geração de energia do País

O Brasil se destaca mundialmente pela geração de energia renovável. A presença da energia de biomassa vem crescendo rapidamente nos últimos anos, e a adoção deste tipo de energia ajuda a reduzir a pressão sobre as fontes tradicionais, e também oferece um destino sustentável para resíduos florestais e agrícolas.

No caso específico da biomassa de madeira estudos revelam que atualmente esta fonte responde por 8,7% da matriz energética mundial e 13,9% da brasileira. A oferta de biomassa florestal se dá por resíduos (florestais, industriais ou urbanos) ou plantações de florestal energéticas. Os resíduos florestais e industriais são a maior oportunidade no curto prazo, enquanto a oferta oriunda de plantações de finalidade exclusivamente energética ainda é pequena e está restrita a alguns países, mas tem grande potencial de desenvolvimento no longo prazo, em especial no Brasil.

Como alternativas de aproveitamento e comercialização estão processos de briquetagem e a peletização, que diminui o teor de umidade da madeira e aumenta sua densidade, ampliando as possibilidades de comércio internacional, em face das diminuições do custo relativo do frete. O pellet de madeira é hoje a biomassa sólida para fins energéticos mais negociada no mundo. O maior desenvolvimento desse mercado está intrinsecamente relacionado a oferta de matéria prima.

A biomassa é uma fonte de energia renovável e, se utilizada da maneira correta, pode ser também sustentável. O processo de renovação realiza-se pelo ciclo de carbono, em que as plantas capturam o CO2 da atmosfera . A utilização da biomassa de madeira torna-se sustentável quando a oferta do insumo se dá por meio de manejo florestal adequado ou de resíduos florestais, industriais ou urbanos. Entretanto, em muitos países em desenvolvimento, uma parcela da oferta de madeira ainda é oriunda de desmatamentos. Outro fator importante para a sustentabilidade do uso da biomassa como energia é a correta contabilização de todas as emissões de gases causadores do efeito estufa, ao longo de toda a cadeia.



Hoje a principal fonte de energia através de resíduos da biomassa no Brasil é a cana-de-açúcar. De cada tonelada do produto, 250 kg é bagaço e outros 204 kg, palha e pontas. Tudo pode ser reaproveitado para geração de energia elétrica. Em São Paulo, toda a colheita precisará ser mecânica a partir de 2014. Isto significa que deve ser aproveitado aproximadamente 98% da casca e folha, e a produção de energia deve aumentar entre 40% e 50%.

Somente o bagaço de cana-de-açúcar tem um potencial de geração de eletricidade superior a 1,5 milhão de quilowatts/ano. Os números mostram maior potencial se levarmos em conta que das 440 usinas de cana-de-açúcar em atividade no Brasil, apenas 100 usinas produzem eletricidade para o sistema elétrico nacional. Segundo o Instituto Acende Brasil, os canaviais existentes no Brasil poderiam gerar cerca de 14 milhões de quilowatts/ano.

Além da cana-de-açúcar, os resíduos sólidos também têm grande potencial, por meio de energia retirada do biogás. A previsão é que as tecnologias de gaseificação de biomassa tornem-se competitivas nos próximos anos segundo o Plano Nacional de Energia 2030, elaborado pelo Conselho Nacional de Política Energética. O plano prevê a entrada em operação de sistemas de gaseificação de biomassa no setor sucroalcooleiro que gerarão 5% da energia do país. Já a previsão para 2030 é que essa participação cresça para 13%.

Pellets e Briquetes

Como produto de maior valor agregado e garantia de comercialização está o pellets. No lado da demanda, segundo a consultoria Pöyry, o grande destaque em 2015 ainda será a Europa Ocidental, com um market-share de 66,2%, impulsionado por um crescimento médio no período 2008-2015 de 8,1% ao ano A expectativa da consultoria é de que em 2015 sejam consumidos 23,4 milhões de toneladas de pellet de madeira no mundo.

Ainda segundo a Pöyry, as perspectivas são muito favoráveis a esse mercado, em especial na União Europeia. Considerando somente o potencial de combustão, se as plantas operadas a carvão mineral queimassem com 5% de pellets de madeira, seriam demandados 41 milhões de toneladas por ano, algo como 3,5 vezes a produção mundial de 2008.

A biomassa de madeira apresenta-se como uma alternativa viável à utilização dos combustíveis não renováveis na produção de energia. A vantagem dessa utilização, contudo, está longe de ser absoluta, pois necessita da reunião de condições específicas ou de incentivos governamentais para se materializar. O impacto das recentes metas anunciadas pela União Europeia prova esse ponto. O maior desenvolvimento desse mercado está intrinsecamente relacionado à possível adoção de metas de redução de emissão de CO2 , tanto por países desenvolvidos quanto por países em desenvolvimento.

Do lado da oferta, os resíduos florestais e industriais são a maior oportunidade no curto prazo. No entanto, é necessário maior desenvolvimento de infraestrutura logística para aproveitamento desses resíduos, em especial nos países em desenvolvimento. No Brasil, já existe ampla utilização da madeira como energia no setor de celulose, por meio do licor negro, mas ainda reside um imenso potencial de exploração de resíduos em outras indústrias madeireiras

Em muitos dos países pobres do mundo, a madeira segue como principal fonte de energia para aquecimento e queima. A importância da biomassa sólida dentro da matriz energética guarda forte correlação negativa com o grau de desenvolvimento do país.No entanto, o aumento dos preços do petróleo , a incerteza política dos principais países exportadores dessa commodity e o acréscimo de emissões dos gases causadores do efeito estufa têm colocado a biomassa, incluindo a de madeira, no foco das atenções como uma importante fonte de energia. O desenvolvimento do mercado de pellets de madeira está permitindo aumentar as trocas internacionais dessa biomassa, em especial em direção à Europa, o que deve ampliar sua importância na matriz energética dos países desenvolvidos. Porém, mesmo hoje, a biomassa de madeira tem um papel de destaque na oferta global de energia.

O desequilíbrio global entre oferta e demanda local por madeira para energia começa a ser minimizado com a produção de pellets de madeira. A densificação reduz o custo do frete, ampliando as possibilidades de comércio internacional. Novamente, o peso das metas governamentais se faz presente, colocando o mercado europeu como destaque no âmbito global. O Canadá já dedica grande parte da produção a esse mercado, os Estados Unidos tambem esta seguindo este mesmo destino e o Brasil deve ser o próximo a oferecer pellets de madeira para o continente europeu.

Um aspecto importante a ser destacado é que há a questão da grande competição entre as fontes de energia renováveis, sobretudo na geração de eletricidade. Em termos gerais, é difícil aferir a competitividade das diversas utilizações, o que depende da localização, dos custos de transporte, da escala, do custo de produção, bem como do desenvolvimento tecnológico das rotas de conversão existentes para as fontes renováveis. Nesse sentido, a viabilidade do tipo de energia a ser empregada é determinada em cada caso particular, de acordo com tais fatores.

Biomassa é destaque em Congresso

As tecnologias adotadas para um melhor aproveitamento dos recursos da biomassa e as tendências que este mercado apresenta serão debatidas durante o 8º Congresso Internacional de Bioenergia, evento que acontece em São Paulo , de 5 a 7 de novembro.

Além do aproveitamento de resíduos agrícolas e urbanos para geração de energia e calor , o mercado de biocombustíveis também será tema de painéis exclusivos do Congresso, com a presença de destacados especialistas do setor. Os exemplos bem sucedidos da Europa na adoção de políticas de inventivo a energias renováveis serão um dos destaques do grande temário, através de Associação Européia das Industrias de Biomassa, com exemplos claros dos benefícios á economia e ao meio ambiente na adoção de políticas de incentivo ás energias renováveis e limpas.

O plantio adensado de florestas de curta rotação para produção de biomassa para energia é outro tema de destaque, juntamente com pordução de briquetes e pellets.

O 8º Congresso Internacional de Bioenergia, acontece no Centro de Exposições Imigrantes, nos dias 5 a 7 de novembro, com a realização conjunta da 6ª BioTech Fair - Feira Internacional de Tecnologia em Bioenergia e Biocombustíveis, que irá reunir empresas ligadas a produção de máquinas, equipamentos e tecnologias voltadas a energias renováveis,.Detalhes no site www.bionergia.net.br A realização é Porthus e a Organização CIPA – Fiera Milano, com coordenação temárica do CENBIO-IEE-USP e apoio da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo.