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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°134 - MARÇO DE 2013

Pinus

Cultivo de Pínus: Propagação vegetativa

A clonagem é uma técnica obtida por método de propagação vegetativa (clonagem), de grande utilidade tanto para o melhoramento convencional de espécies florestais como para os plantios comerciais a partir da multiplicação de árvores superiores. A partir dela é possível obter indivíduos geneticamente idênticos à planta original (matriz), visto que as características genéticas são mantidas.

A propagação vegetativa é utilizada em pínus para se produzir mudas uniformes e em curto período de tempo, a partir da enxertia (normal e top-grafting), estaquia e cultura de tecidos (brotações ou embriões somáticos).

A enxertia em pínus é usada principalmente para fins de pesquisa e formação de pomares clonais de sementes. Quando tecidos fisiologicamente maduros são enxertados sobre mudas, pode-se obter a indução de florescimento precoce. Geralmente, propágulos para enxertia são coletados dos ramos do terço superior da copa da árvore. A época recomendada para a enxertia de pínus compreende o final da primavera até o início do verão. O tipo de enxertia mais usado em pínus é a garfagem de topo ou fenda cheia que consiste nas seguintes etapas:

Os diâmetros da haste do porta-enxerto e do enxerto devem, de preferência, ser coincidentes na altura da enxertia, para que seus tecidos cambiais fiquem em contato ao encaixar essas partes na enxertia.

Para que a enxertia tenha sucesso, alguns requisitos básicos devem ser observados: afinidade entre as plantas (grau de parentesco), analogia entre as plantas (semelhança em relação à fisiologia, anatomia, consistência dos tecidos, porte e vigor), condições ambientais durante e após a enxertia (época do ano, temperatura, umidade), fatores de propagação (vigor do porta-enxerto e do enxerto, materiais e instrumentos adequados), amarrio (manutenção do contato entre enxerto e porta-enxerto até a completa união), habilidade do enxertador (cuidados no procedimento), entre outros.



Estaquia

Para espécies de pínus, a propagação vegetativa por estaquia tem sido objeto de estudo há várias décadas. Apesar da tendência geral nas empresas em adotar e ampliar progressivamente o uso de estacas enraizadas, especialmente para a propagação de eucaliptos, no Brasil, o uso de estaca enraizada de pínus é restrito. Tal fato deve-se, principalmente, à dificuldade de enraizamento e da recuperação da idade fisiológica da planta. Neste caso, é necessária a utilização de material juvenil para se ter êxito no enraizamento.

Uma das grandes dificuldades para o enraizamento de estacas de pínus é a incapacidade de rebrota das cepas após o corte raso, além de não responder às outras técnicas para a indução de brotações basais, como o anelamento. Deste modo, o resgate vegetativo de árvores superiores tem sido realizado com o material maduro da copa, por intermédio da enxertia em série, visando ao seu rejuvenescimento.

Dentre os vários métodos de rejuvenescimento que podem ser empregados para pínus, tem se destacado a enxertia seriada, principalmente para as espécies tropicais. Resultados satisfatórios em termos de enraizamento têm sido obtidos para P. oocarpa e P. caribeae, enquanto que, para P. taeda, este procedimento não tem sido suficiente para melhorar os índices de enraizamento das estacas.

A propagação de pínus por estaquia depende de fatores que influenciam diretamente o pegamento, o desenvolvimento e o enraizamento do material. Entre esses fatores, destacam-se a idade da planta a ser propagada, o período de coleta das estacas, a lignificação das brotações, a umidade relativa do ar no ambiente da estaquia, o estado nutricional e de turgidez da planta matriz, a temperatura ambiente e a composição do substrato. O uso de hormônios para a indução de enraizamento de pínus não tem surtido muito efeito. De maneira geral, os propágulos coletados de ramos laterais enraízam melhor que os apicais.

Assim como nos eucaliptos, a miniestaquia vem sendo utilizada na propagação vegetativa de pínus, em vários países. Este método apresenta vantagens em relação à estaquia, como: menor demanda de mão de obra nos procedimentos de preparação das estacas e a juvenilidade das estacas, maior êxito no enraizamento e produção de mudas de boa qualidade, com baixo custo em todas as etapas do processo (implantação, irrigação e manutenção).

Na propagação vegetativa de Pinus taeda, por miniestaquia, recomenda-se utilizar miniestacas de 5 cm a 8 cm de comprimento.

O sucesso na clonagem de pínus com a técnica da miniestaquia depende da obtenção e manutenção da juvenilidade das fontes de propágulos (cepas) e da identificação de genótipos com maior capacidade de enraizamento.

Como alternativa na clonagem de pínus, por meio do enraizamento de miniestacas, pode-se recomendar a multiplicação de famílias selecionadas ainda na fase juvenil (a partir de mudas de sementes). Desta forma, com base nas informações de famílias avaliadas nos testes de progênies, são identificados os melhores cruzamentos e destes são produzidas mudas como fonte de minicepas, visando à produção de miniestacas para o processo de produção de mudas por miniestaquia.

Autores: Ananda Virginia de Aguiar; Ivar Wendling; Jarbas Yukio Shimizu

Embrapa Florestas