O setor da Construção Civil deve crescer 4% em 2013, de acordo com a coordenadora de construção civil da Fundação Getúlio Vargas , Ana Maria Castelo. Este crescimento torna-se também uma grande oportunidade da setor da madeira que pode oferecer muitos itens na composição de uma unidade habitacional ou comercial.
Em relação à economia brasileira no geral, Ana Maria Castelo acredita que o crescimento em 2013 será entre 3,5% e 4%. “A mudança da taxa de juros foi muito importante e a perspectiva é que ela se mantenha baixa. O governo sinaliza que quer manter investimentos, e se espera que a indústria, depois de cair 2% em 2012, se recupere em 2013“, afirma a economista. O Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer mais de 3% no próximo ano. De acordo com Ana Maria, o Governo Federal está utilizando as parcerias e concessões à iniciativa privada para realizar investimentos em infraestrutura. Porém, a taxa de investimento da economia precisa ser maior que 22% para que o crescimento seja sustentável.
Um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), confirma as perspectivas positivas. Entre elas, os dados mostram que a produção física da indústria de materiais deve crescer à frente do PIB no próximo ano, contribuindo com a recuperação da atividade.
Além disso, a demanda deve ser sustentada pelas compras das famílias, responsáveis por mais da metade do destino final da produção de materiais de construção. Já os juros mais baixos, câmbio mais alto e níveis de demanda preservados devem favorecer a produção da indústria nacional.
Medidas como a redução pontual em tributos e a redução dos encargos previdenciários são favoráveis. O setor da construção contribui 3,9% de seu faturamento para a Previdência Social – número que poderia ser menor em sua visão.
Com relação aos canais de distribuição quase 60% das vendas da indústria de materiais tiveram como destino o comércio (atacado e varejo) e 31,4% teve como destino as construtoras. Como esperado, o perfil de vendas do varejo é fortemente concentrado na famílias. Já o atacado atende a um público mais diferenciado, incluindo construtoras, varejistas e compradores como condomínios, hospitais e empresas diversas.
A região Sudeste é a área do Brasil que representa o principal mercado nacional de serviços de construção civil, com um percentual de 44,7% de gastos realizados pelas famílias dos quatro Estados. O estudo também destaca o comportamento das famílias classificadas na faixa 1 de rendimento da Pesquisa de Orçamentos Familiares. Ao contrário do perfil geral traçado pelo estudo, nota-se que a classe de renda familiar mensal mais baixa (R$ 840) dispõe a maior parcela dos seus gastos para a compra de materiais procedentes da indústria de transformação (49,9%). A contratação de serviços corresponde a 33,9% e a indústria extrativa responde por 16,2%.
De um modo geral, o Brasil é o paraíso para quem investe em construção civil. A afirmação é do engenheiro Deftle Dralle, diretor-presidente da Hochtief do Brasil, empresa que desde fevereiro deste ano é majoritária da Construtora Tedesco. Para os empresários em geral as perspectivas para o mercado de construção civil brasileiro são as melhores possíveis desde 2006, quando se iniciou o boom dos empreendimentos imobiliários.
Agora, a expansão do setor está mais normalizada, mas o país ainda continua sendo um dos lugares mais favoráveis para investimentos no setor da construção civil, que já representa 6% do PIB. O empresário destaca que há muito crédito na praça e recursos disponíveis do BNDES. É um lugar onde é mais barato captar dinheiro. O juro real ainda é muito alto, mas bem mais baixo do que já foi um dia. A renda per capita do brasileiro aumentou consideravelmente. Praticamente uma Alemanha, 80 milhões de habitantes, migraram para a classe A, B e C.
O grande desafio do Brasil é formar mão de obra qualificada para o setor em todos os níveis. A construção civil é feita por pessoas. E há escassez de operários e engenheiros. Estes profissionais tiveram seus salários aumentados em dois dígitos nos últimos seis anos. Os engenheiros nunca foram tão valorizados no mercado como agora.
As palavras de ordem devem ser: treinamento sempre e investimento em tecnologia. |