As exportações brasileiras de produtos de base florestal continuam com dificuldades para atingir níveis positivos. Em 2012 os setores de madeira, móveis, papel e celulose exportaram em conjunto US$ 9,26 bilhões, o que representou uma queda de 5,9% em relação as exportações do ano anterior ( US$ 9,84 bilhões).
A recuperação do principal mercado comprador – os Estados Unidos - ainda é lenta , e a crise na Europa agora atinge vários países e pouco tem reagido para fortalecer nossas vendas externas. . Mesmo com foco em produtos de maior valor agregado, as indústrias exportadoras encontram dificuldades no aumento das vendas.
As indústrias , diante da crise mundial, contornam a situação com o momento favorável das vendas no mercado interno, que tem se mantido aquecida, e permitir que muitas empresas migrassem parte de sua produção, voltada a exportação, para o mercado interno.
As exportações de madeira chegaram a US$ 1,88 bilhão em 2012, volume 0,6% menor que o mesmo período de 2011, quando atingiu US$ 1,9 bilhão. O setor, entretanto, já chegou a exportar bem mais antes da crise, como em 2007, quando atingiu US$ 3,3 bilhões. Os itens de móveis também tiveram queda. Em 2012 totalizaram US$ 723 milhões, uma queda de 4,3% sobre o volume de 2011.
A maior queda entretanto veio do setor de papel e celulose . As exportações totalizam US$ 6,65 bilhões em 2012, o que representou uma queda de 7,4% em relação ao volume exportado no ano anterior.
Nas exportações de madeira praticamente todos os itens de maior valor agregado cairam , incluindo artefatos de madeira, molduras,portas e janelas. As vendas externas de madeira compensada chegaram a US$ 408,1 milhões, representando um aumento de 10% em relação ao ano anterior; a madeira serrada atingiu US$ 351,7 milhões em vendas externas, ou seja, uma queda de 14% em relação ano anterior, e a madeira perfilada totalizou US$ 507 milhões, uma redução de 3%.
Outros itens também tiveram variação como lâminas de madeira com redução de 4,6% ( US$ 34,4 milhões ); painéis de madeira, com aumento de 5% ( US$ 28,1 milhões ); portas e janelas com redução de 1% ( US$ 211 milhões); e molduras com incremento de 49% (US$ 20,4 milhões ). Aumento de 30% nas vendas de painéis de fibra (US$ 88 milhões ) e no item cavaco, com 8,7% ( US$ 107 milhões)
O maior estado exportador dos itens de madeira continua sendo o Paraná, com US$ 724 milhões, vindo a seguir Santa Catarina, com US$ 401 milhões , e o Pará, com US$ 316 milhões.
Dos paises importadores os Estados Unidos continuam sendo o principal comprador, com US$ 604 milhões , um aumento de 16% em relação ao ano anterior (US$ 520 milhões ) .O Japão assumiu o segundo lugar em compras , com um total de US$ 118 milhões, um aumento de 15,7%. A Bélgica se manteve como terceiro mais importante mercado, embora com expressiva queda . No total importou US$ 102 milhões, com redução de 24% em relação ao anterior A Alemanha apresentou uma redução de 10% nas importações, chegando a US$ 95,6 milhões. As vendas ao Reino Unido se mantiveram estáveis , chegando a US$ 91,8 milhões,
A França, que já foi o segundo principal mercado comprador de madeira do Brasil, apresentou uma queda muito forte, de 43%. O volume importado foi de US$ 90 milhões, distante dos US$ 159 milhões importados no ano anterior.
Por outro lado, países como México e Venezuela surpreendera,. O México apresentou uma aumento de 163% em suas compras de madeira do Brasil, totalizando US$ 42 milhões . E a Venezuela passou dos US$ 15,8 para US$ 30 milhões, em um aumento de 92%
Móveis
No segmento de móveis as exportações não reagiram.. Em 2012 as vendas externas do setor atingiram US$ 723 milhões, valor 4,3% menor que os US$ 756 milhões conquistados no ano anterior. O estado de Santa Catarina já não é mais o maior exportador, tendo sido superado no ano passado pelo Rio Grande do Sul, que totalizou US$ 206 milhões vendidos ao exterior. Santa Catarina , fechou negócios em US$ 191 milhões e São Paulo, com US$ 130 milhões.
Móveis de madeira para quarto é o maior item exportado, com US$ 233 milhões, volume muito próximo ao ano anterior (US$ 236 milhões) . Móveis para cozinha totalizou US$ 45,7 milhões, ‘uma queda de 5% em relação ao ano anterior (US$ 48 milhões ), e móveis diversos de madeira chegou a US$ 156 milhões.
O maior mercado comprador por muitos anos sempre foi os Estados Unidos, mas a partir de 2010 as compras caíram e tem se mantido a níveis inferiores, chegando a US$ 91 milhões em 2012, representando um acréscimo 7,5% em relação ao ano anterior. A Argentina, passou a ser a maior importadora dos produtos de móveis brasileiros, comprando US$ 128 milhões no último ano, volume 17% inferior ao ano anterior, devido a alguma limitações do governo local para produtos brasileiros. A França que já foi o terceiro mais importante importador, teve nova queda, chegando a c US$ 28 milhões e o Reino Unido, US$ 75 milhões. Angola tem sido a grande surpresa com vendas crescentes que já chegam a US$ 53 milhões.
O segmento de papel de celulose é o mais expressivo em valor, com exportações de US$ 6,65 bilhões em 2012. O valor, embora elevado, representou a maior queda do setor, ficando 7,4% inferior ao valor de 2011. O item pasta e celulose atingiu US$ 4,7 bilhões, e papel e papelão somaram US$ 1,9 bilhão.
Nas exportações de celulose a Bahia é a maior exportadora, com US$ 1,59 bilhão, e o Espírito Santo chegou a US$ ,2 bilhão. Minas Gerais vem a seguir com US$ 601 milhões. Já em papel e papelão São Paulo exportou US$ 1,06 bilhão, e o Paraná US$ 458 milhões.
Como países importadores de celulose todos os principais compradores confirmaram queda nas compras. A China, entretanto, continua sendo a maior importadora, com US$ 1,23 bilhão comprados em 2012. A Holanda, muito próximo da China, importou US$ 982 milhões, e os Estados Unidos importaram US$ 906 milhões . A Itália totalizou US$ 444 milhões em importação . Um dos poucos países que aumentaram suas compras foi a Bélgica, que chegou a US$ 236 milhões.
Já nos países importadores de papel e celulose a Argentina continua sendo a mais importante com US$ 382 milhões em 2012 ( queda de 16%) , vindo a seguir os Estados Unidos, com US$ 194 milhões ( queda de 5%). O Reino Unido teve uma queda maior nas compras brasileiras de papel, com 22%, chegando a US$ 110 milhões em 2012 . |