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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°134 - MARÇO DE 2013

Exportação

Crise mundial ainda limita exportações do setor

As exportações brasileiras de produtos de base florestal continuam com dificuldades para atingir níveis positivos. Em 2012 os setores de madeira, móveis, papel e celulose exportaram em conjunto US$ 9,26 bilhões, o que representou uma queda de 5,9% em relação as exportações do ano anterior ( US$ 9,84 bilhões).

A recuperação do principal mercado comprador – os Estados Unidos - ainda é lenta , e a crise na Europa agora atinge vários países e pouco tem reagido para fortalecer nossas vendas externas. . Mesmo com foco em produtos de maior valor agregado, as indústrias exportadoras encontram dificuldades no aumento das vendas.

As indústrias , diante da crise mundial, contornam a situação com o momento favorável das vendas no mercado interno, que tem se mantido aquecida, e permitir que muitas empresas migrassem parte de sua produção, voltada a exportação, para o mercado interno.

As exportações de madeira chegaram a US$ 1,88 bilhão em 2012, volume 0,6% menor que o mesmo período de 2011, quando atingiu US$ 1,9 bilhão. O setor, entretanto, já chegou a exportar bem mais antes da crise, como em 2007, quando atingiu US$ 3,3 bilhões. Os itens de móveis também tiveram queda. Em 2012 totalizaram US$ 723 milhões, uma queda de 4,3% sobre o volume de 2011.

A maior queda entretanto veio do setor de papel e celulose . As exportações totalizam US$ 6,65 bilhões em 2012, o que representou uma queda de 7,4% em relação ao volume exportado no ano anterior.

Nas exportações de madeira praticamente todos os itens de maior valor agregado cairam , incluindo artefatos de madeira, molduras,portas e janelas. As vendas externas de madeira compensada chegaram a US$ 408,1 milhões, representando um aumento de 10% em relação ao ano anterior; a madeira serrada atingiu US$ 351,7 milhões em vendas externas, ou seja, uma queda de 14% em relação ano anterior, e a madeira perfilada totalizou US$ 507 milhões, uma redução de 3%.

Outros itens também tiveram variação como lâminas de madeira com redução de 4,6% ( US$ 34,4 milhões ); painéis de madeira, com aumento de 5% ( US$ 28,1 milhões ); portas e janelas com redução de 1% ( US$ 211 milhões); e molduras com incremento de 49% (US$ 20,4 milhões ). Aumento de 30% nas vendas de painéis de fibra (US$ 88 milhões ) e no item cavaco, com 8,7% ( US$ 107 milhões)

O maior estado exportador dos itens de madeira continua sendo o Paraná, com US$ 724 milhões, vindo a seguir Santa Catarina, com US$ 401 milhões , e o Pará, com US$ 316 milhões.

Dos paises importadores os Estados Unidos continuam sendo o principal comprador, com US$ 604 milhões , um aumento de 16% em relação ao ano anterior (US$ 520 milhões ) .O Japão assumiu o segundo lugar em compras , com um total de US$ 118 milhões, um aumento de 15,7%. A Bélgica se manteve como terceiro mais importante mercado, embora com expressiva queda . No total importou US$ 102 milhões, com redução de 24% em relação ao anterior A Alemanha apresentou uma redução de 10% nas importações, chegando a US$ 95,6 milhões. As vendas ao Reino Unido se mantiveram estáveis , chegando a US$ 91,8 milhões,

A França, que já foi o segundo principal mercado comprador de madeira do Brasil, apresentou uma queda muito forte, de 43%. O volume importado foi de US$ 90 milhões, distante dos US$ 159 milhões importados no ano anterior.

Por outro lado, países como México e Venezuela surpreendera,. O México apresentou uma aumento de 163% em suas compras de madeira do Brasil, totalizando US$ 42 milhões . E a Venezuela passou dos US$ 15,8 para US$ 30 milhões, em um aumento de 92%

Móveis

No segmento de móveis as exportações não reagiram.. Em 2012 as vendas externas do setor atingiram US$ 723 milhões, valor 4,3% menor que os US$ 756 milhões conquistados no ano anterior. O estado de Santa Catarina já não é mais o maior exportador, tendo sido superado no ano passado pelo Rio Grande do Sul, que totalizou US$ 206 milhões vendidos ao exterior. Santa Catarina , fechou negócios em US$ 191 milhões e São Paulo, com US$ 130 milhões.

Móveis de madeira para quarto é o maior item exportado, com US$ 233 milhões, volume muito próximo ao ano anterior (US$ 236 milhões) . Móveis para cozinha totalizou US$ 45,7 milhões, ‘uma queda de 5% em relação ao ano anterior (US$ 48 milhões ), e móveis diversos de madeira chegou a US$ 156 milhões.

O maior mercado comprador por muitos anos sempre foi os Estados Unidos, mas a partir de 2010 as compras caíram e tem se mantido a níveis inferiores, chegando a US$ 91 milhões em 2012, representando um acréscimo 7,5% em relação ao ano anterior. A Argentina, passou a ser a maior importadora dos produtos de móveis brasileiros, comprando US$ 128 milhões no último ano, volume 17% inferior ao ano anterior, devido a alguma limitações do governo local para produtos brasileiros. A França que já foi o terceiro mais importante importador, teve nova queda, chegando a c US$ 28 milhões e o Reino Unido, US$ 75 milhões. Angola tem sido a grande surpresa com vendas crescentes que já chegam a US$ 53 milhões.

O segmento de papel de celulose é o mais expressivo em valor, com exportações de US$ 6,65 bilhões em 2012. O valor, embora elevado, representou a maior queda do setor, ficando 7,4% inferior ao valor de 2011. O item pasta e celulose atingiu US$ 4,7 bilhões, e papel e papelão somaram US$ 1,9 bilhão.

Nas exportações de celulose a Bahia é a maior exportadora, com US$ 1,59 bilhão, e o Espírito Santo chegou a US$ ,2 bilhão. Minas Gerais vem a seguir com US$ 601 milhões. Já em papel e papelão São Paulo exportou US$ 1,06 bilhão, e o Paraná US$ 458 milhões.

Como países importadores de celulose todos os principais compradores confirmaram queda nas compras. A China, entretanto, continua sendo a maior importadora, com US$ 1,23 bilhão comprados em 2012. A Holanda, muito próximo da China, importou US$ 982 milhões, e os Estados Unidos importaram US$ 906 milhões . A Itália totalizou US$ 444 milhões em importação . Um dos poucos países que aumentaram suas compras foi a Bélgica, que chegou a US$ 236 milhões.

Já nos países importadores de papel e celulose a Argentina continua sendo a mais importante com US$ 382 milhões em 2012 ( queda de 16%) , vindo a seguir os Estados Unidos, com US$ 194 milhões ( queda de 5%). O Reino Unido teve uma queda maior nas compras brasileiras de papel, com 22%, chegando a US$ 110 milhões em 2012 .