A evolução no plantio de florestas plantadas no Brasil não mantém uma mesma realidade. As florestas de eucalipto, concentradas na região Sudeste, vem apresentando uma evolução crescente nos últimos anos, saltando de 3,46 milhões de hectares em 2005 para 4,75 milhões de hectares em 2010.
Já as florestas de pinus, concentradas mais na região Sul, não mantém o mesmo ritmo e mostram um redução na área plantada. De um total de 1,83 milhões de hectares plantados em 2005, chegou a 1,76 milhões de hectares em 2010.
O presidente da AGEFLOR – Associação Gaúcha de Empresas Florestais, Leonel Freitas Menezes, observa que o pinus teve um grande mercado na exportação. Mas que, em decorrência da crise econômica internacional, sofreu uma forte redução nas vendas, e por consequência um desestimulo aos plantios.
Os resultados só não foram mais negativos porque o mercado interno apresentou uma forte demanda, recuperando parte das perdas da exportação, em muitos itens.
Com relação ao mercado internacional, o presidente da Ageflor observa que a recuperação do mercado imobiliário americano é que vai ditar o ritmo e o volume de evolução. Para 2012 existe o claro cenário de baixa, não se esperando grandes volumes de consumo. Poderá ocorrer alguma recuperação na área de painéis de OSB, MDF, LVL, onde o Brasil não é exportador. Aliado a isso itens que antes tínhamos grande participação como compensado, molduras, serrados ainda possuem preço e margem de lucro reduzida. A expectativa é que a recuperação, especialmente no mercado norte-americano comece em 2013 e 2014.
Alguns itens de grande participação na pauta de exportações no passado, como molduras, ainda sofrem com o mercado estável e com baixo volume. Hoje o volume exportado está em 300 mil m3 ao ano, o que representa cerca de 550 conteiners por mês e uma receita anual de US$ 200 milhões. Mas este item já representou exportações de US$ 640 milhões.
Segundo Menezes a diversificação de destinos e a busca por nichos de mercado é uma alternativa para a exportação.
Entretanto, o mercado doméstico é a grande opção do momento. Na construção civil existe um enorme potencial, se o setor souber aproveitar as oportunidades e manter uma presença mais ativa.
O programa Minha Casa Minha Vida projeta a construção de 23,5 milhões de moradias até o ano de 2022. A presença da madeira em uma moradia pode ser bastante expressiva, incluindo estrutura de telhados, forro, paredes, piso, portas , esquadrias. Contudo as empresas do setor tem que ficar atentas a concorrência com outros materiais que impõem maior presença, e por conseqüência a preferência das construtoras.
Os investimentos em estrutura e expansão prevendo a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 também se mostram uma alternativa para o aumento no consumo de produtos de madeira, desde o serrado para estruturas até móvel para hotelaria.
A indústria de moveis também é uma grande consumidora de madeira, na forma de painéis ou maciços. As vendas nacional de moveis atingem R$ 31,5 bilhões ao ano e apenas um pequena parcela é destinada á exportação. No último ano as vendas externas foram responsáveis por US$ 770 milhões em receita.
Desde 2006 o setor já cresceu 32,6% em receita, representando uma média de 7,3% ao ano . Da produção nacional 76% são de moveis seriados , 8% modulados, 9% planejados e 6% sob desenho.
O crescimento na oferta e consumo de madeira de florestas plantadas, especialmente do pinus, necessita, entretanto , de maior incentivo Leonel Menezes destaca a necessidade de se desenvolver e apoiar campanhas nacionais que incrementem o uso de madeira maciça .
O estímulo ao plantio de florestas de pinus também deve ser reforçado visando sobretudo a preparação das florestas e das industrias para o período de pós crise. |