Preservativos de madeira é toda e qualquer substância química capaz de provocar o envenenamento dos nutrientes celulares da madeira, tornando-a resistente ao ataque e desenvolvimento de organismos xilófagos.
Entre as propriedades que os preservativos de madeira devem apresentar estão ser tóxico a um grande número de organismos xilófagos; ter baixa toxidez aos organismos não xilófagos; possuir ação duradoura; possuir alta fixação na madeira; não alterar as características da madeira; não provocar alterações nos materiais que estejam em contato com a madeira; de preferência, ser incolor, inodoro e insípido; não ser inflamável e; econômico e de fácil obtenção no mercado.
Dificilmente encontraremos um preservativo que reúna todas estas características, entretanto dependendo do tipo de material a ser tratado somente algumas destas características serão necessárias.
-Creosoto: um dos mais eficientes preservativos de madeira. Entretanto, deixa a madeira escurecida e oleosa, impedindo a aplicação de acabamento (tinta, verniz, etc.)
-Compostos de Boro: Um dos preservativos de madeira de mais baixa toxidez ao homem. Entretanto, não se fixam na madeira adequadamente.
-Compostos de Cobre: Apresentam problemas de corrosão em metais, principalmente o alumínio.
Dependendo do tipo de solvente utilizado na diluição da solução preservativa, teremos dois tipos de preservativos. Os que utilizam óleo como solvente, são chamados de preservativos oleossolúveis, e aqueles que utilizam água denominado de preservativo hidrossolúvel.
São denominados oleossolúveis o creosoto, pentaclorofenol, TBTO (óxido de estanho tributílico), naftenato de cobre, quinolinolato de cobre-8, compostos de mercúrio, naftenato de zinco e hidrocarbonetos clorados (clordane, dieldrin, lindane, etc.)
O Creosoto é obtido através da destilação de alcatrão de hulha; substância oleosa de cor escura; contém uma mistura de mais de 200 substâncias diferentes; basicamente hidrocarbonetos(90%), ácidos e bases de alcatrão (3 a 5%); solúvel em óleo queimado ou óleo de petróleo; repelente a água; não provoca corrosão em metais, ao contrário, atua como protetor corrosão; não aceita pintura e possui um forte cheiro característico.
Concentração de uso:
Postes: 130 kg/m3 de madeira;
Moirões: 100 kg/m3 de madeira.
O pentaclorofenol é obtido através da área o entre o fenol e o cloro, até completa substituição dos tomos de hidrogênio pelos de cloro. É solúvel em vários tipos de óleos, desde petróleo bruto até óleo diesel.
Concentração de uso:
• postes: 6,5 kg/m3 de madeira;
• moirões: 5,0 kg/m3 de madeira.
O óxido de estanho tributílico (TBTO) é insolúvel em água e solúvel em solvente orgânicos. É aproximadamente 10 vezes mais tóxico a fungos que o pentaclorofenol. Possui pouco eficiente nas madeiras em contato com o solo, mas é eficiente contra brocas marinhas e bastante caro .
O Naftenato de Cobre é obtido através da reação entre o ácido naftênico previamente neutralizado e o sal de cobre. É um preservativo de madeira muito eficiente, porém de preço elevado, sendo mais empregado através de pincelamento ou imersão. Uso em madeiras utilizadas em horticultura e embarcações de luxo, sendo que a madeira apresenta colora o esverdeada.
O Quinolinolato de Cobre-8 possui toxidez extremamente baixa ao homem, sendo recomendado para madeiras que entrarão em contato com gêneros alimentícios. O preço elevado restringe muito seu uso para situações especiais.
O Compostos de Mercúrio (Oleato de fenil mercúrio) possui preço muito elevado, apresenta efeitos deletérios ao meio ambiente devido a presença do mercúrio, instável em contato com o solo, usado basicamente para tratamento por pincelamento em madeiras que não entrar o em contato com o solo.
O Naftenato de Zinco não altera a cor da madeira, por isso, muitas vezes substituto do naftenato de cobre. Sua baixa toxidez contra os organismos xilófagos limita muito seu emprego.
Os Hidrocarbonetos Clorados (clordane, dieldrin e lindane) são inseticidas muito eficientes na erradicação e prevenção de insetos xilófagos muito empregados para tratamento do solo, sendo as vezes adicionados a outros preservativos para aumentar a eficiência inseticida dos mesmos.
Os preservativos hidrossolúveis compreendem geralmente compostos químicos com mais de uma molécula na sua formação, objetivando com isso a precipitação de um composto insolúvel na madeira a partir da reação dos componentes originais e a presença de mais de uma substância na madeira aumenta a sua eficiência contra um número maior de organismos xilófagos.
Boro e ácido Bórico
• quando separados são praticamente insolúveis em água;
• sua mistura torna a solução bastante solúvel em água;
• tratamento por difusão em madeiras recém cortadas;
• tratamento por pressão em madeiras secas;
• a mistura tóxica a um grande número de fungos xilófagos;
• facilmente lixiviável, não devendo ser empregado em contato com o solo ou água.
O Arseniato de Cobre Amoniacal é utilizado em tratamento sob pressão, tóxico a um grande número de fungos xilófagos. Após a secagem da madeira tratada ocorre a precipitação do arseniato de cobre e a evaporação da amônia. A amônia torna a solução mais solúvel em água e forma um complexo com o cobre que diminui o seu efeito corrosivo sob os metais.
O Cromato de Cobre Ácido é uma mistura de sulfato de cobre e dicromato de sódio. O dicromato de sódio tem duas funções:
a) reduz o efeito corrosivo do sulfato de cobre e
b) precipita o cobre na forma de cromato de cobre insolúvel. Empregado sob pressão e oferece excelente proteção.
O Arseniato de Cobre Cromatado é comercialmente conhecido como CCA. Possui diferentes formulações, nas quais varia a porcentagem tanto de cobre como de cromo e arsênico, sendo que o cromo provoca a precipitação de grande parte do cobre e arsênico na madeira. É recomendado para as mais variadas situações, pois, apresenta propriedades tanto fungicidas como inseticidas e empregado sob pressão confere uma excelente proteção.
O Cloreto de Zinco Cromatado é pouco corrosivo e também apresenta propriedades de retardante de fogo. É composto por Cloreto de Zinco (75,5%) e Dicromato de Sódio (22,5%), não sendo recomendado para locais de alta temperatura e baixa umidade relativa, pois, pode provocar a degrada o química da madeira.
O Sulfato de Cobre não pode ser empregado sob pressão em usinas de tratamento construídas com aço e aço doce, porque o sulfato de cobre causa a sua corrosão, sendo mais utilizado através do processo de difusão. A presença de carbonatos de cálcio ou magnésio precipitam o sulfato de cobre, por isso não se deve utilizar água que contenham estes carbonatos no preparo da solução. A presença destes carbonatos no solo prejudica a eficiência do sulfato de cobre.
Inseticidas
• Organoclorados: DDT, HCH (BHC), Aldrin, Dieldrin, Endrin, Clordane e Heptacloro.
• Organofosforados: Clorpirif s, Phoxim, Acephate, Tetraclorvinf s
• Carbamatos: Carbaril.
• Piretrina e Piretróides: Aletrin, Tetrametrin, Fenotrin, Furametrio, Deltametrin (NRDC161), Permetrin (NREC-143), Fenvalerato (S-5602).
• Fumigantes: Fosfina (PH3), Brometo de Metila (CH3Br), Fluoreto de Sulfurila. Para postes em serviço Cloropicrina, Vapam, Vorlex.
Novos Produtos
• Organoplúmbicos:
• Derivados org nicos do chumbo (Acetato de Tributil Chumbo).
• Derivados Imidazólicos: 5-cloro-1 metil-4-nitro-dimiadozol (fungicida).
• Clocosilanos: Diclorosilano (fungicida), com a o ainda não comprovada.
• ACA aditivado: melhora a a o do ACA já conhecido.
• Tiocianametiltio Benzotiazol (TCMTB): Busan 30 (fungicida).
• Carboxilatos de Cromo: fungicidas.
• Azaconazol: fungicida 10 vezes mais tóxico que o pentaclorofenol.
• Sais de Sulfônio: fungicidas.
• Isotiazolonas: fungicidas.
• IPBC e Troysan: fungicidas.
• Captafol: fungicida.
• Bis-Tiocianato de Metileno + TCMTB = Busan 1009 (fungos)
Fonte: Professor Alexandre Florian, Universidade de Brasilia |