O consumidor brasileiro já encontra no mercado uma série de produtos e soluções capazes de proporcionar para sua residência uma decoração sustentável – ou seja: ecologicamente correta. “A proposta de uma decoração sustentável inclui desde o projeto de construção ou reforma de uma casa, como a escolha correta de materiais alternativos, até a opção por móveis, eletrodomésticos e outros produtos que proporcionem benefícios reais ao meio ambiente”, afirma Marina Otte, designer de móveis da Butzke, além de arquiteta e designer especializada em decoração sustentável e mestre em Engenharia Ambiental.
Um dos primeiros passos é planejar o maior aproveitamento possível de luz natural no interior da casa e, com isso, economizar energia elétrica. “A partir de um estudo sobre a incidência da luz solar no imóvel, é possível usar recursos como janelas mais amplas, clarabóias e paredes feitas com tijolos de vidros para aumentar a iluminação interna”, explica Marina. Para evitar que o interior fique quente demais, e provoque um aumento no consumo de ar-condicionado, uma boa dica é a utilização de películas nos vidros.
Outro recurso interessante é o uso de leds complementando a luz natural. Embora com uma eficiência energética menor do que as lâmpadas convencionais e um custo superior, esse tipo de lâmpada consume menos energia e ainda oferece uma vida útil muito superior. Além disso, os leds proporcionam um efeito decorativo muito interessante e aconchegante para compor os ambientes. Já as lâmpadas fluorescentes podem substituir com vantagens a iluminação convencional, pois duram mais, consomem menos eletricidade e, hoje em dia, já estão disponíveis em várias formas e nas cores branca e amarela.
O uso da energia solar, como complemento às necessidades da residência, já é uma realidade. E não é obrigatória, apenas, a utilização de grandes placas de aquecimento solar no telhado. É possível, por exemplo, instalar uma pequena placa para esquentar exclusivamente a água da pia da cozinha.
Com o mesmo objetivo de racionalizar o consumo de energia elétrica, o consumidor também deve preferir eletrodomésticos com selo Procel. O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) foi criado pelo governo para ajudar o público a escolher os produtos que apresentam alta eficiência energética.
Economia de água
A economia de água é outro ponto importante. Existem soluções simples que podem trazer grande economia, como torneiras com temporizador e válvulas inteligentes com dois tipos de acionamento para os vasos sanitários. O uso de vasos com caixa acoplada também ajuda muito na economia de água. Atualmente, os fabricantes já oferecem modelos de caixas mais modernos e com diversas cores para compor com a decoração do banheiro.
Partindo para a decoração interna, procure materiais alternativos e com benefícios reais em comparação a outros. Em sua decoração, procure produtos de duas frentes: aqueles que para sua produção geram menos impactos e resíduos e aqueles que aproveitam como matéria prima resíduos, diminuindo a quantidade destes nos aterros e lixões. Da primeira "frente" tem-se os materiais alternativos como: bambu, muito resistente e decorativo; ladrilhos hidráulicos, que não são queimados; tintas com base de água, que não emitem gases nocivos, entre tantos outros.
Já os ecomateriais que utilizam elementos descartados, resíduos e passíveis de uso para decoração e construção são, entre outros: pastilhas de coco, utilizadas para revestimentos em geral; telhas ecológicas, feitas à base de fibra vegetal ou a partir de tubos de creme dental; chapas de embalagens de longa vida, resistentes à umidade e ao calor; madeira e outros materiais de demolição; piso à base de pneus, que pode ser usado para pisos esportivos, diminuindo o impacto das atividades físicas, e nas áreas de lazer domiciliares; e tapetes feitos com fibras obtidas em garrafas pets.
A verificação da procedência dos móveis e objetos de decoração também deve ser uma rotina para o consumidor. Um bom exemplo é a questão da origem da madeira utilizada na mobília.
Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira