MENU
Cabos Aéreos
Carbono
Construção Civil
Ecodesign
Exportação
Incêndios
Informática
Máquinas
Móveis e Tecnologia
Negócios
OSB
Painéis
Portos e Logística
Secagem
Segurança
E mais...
Anunciantes
 
 
 

REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°63 - ABRIL DE 2002

Máquinas

Setor de máquinas mostra evolução

A indústria brasileira de máquinas mostrou um desempenho positivo em 2001, apresentando um faturamento global, em todos os segmentos, de R$ 30,1 bilhões. Isso significa um incremento de 11% em relação ao ano anterior.

Esta mesma tendência foi acompanhada pelas exportações que mostraram um crescimento de 2,1%, totalizando US$ 3,59 bilhões. Cerca de um terço deste valor (US$ 1,23 bilhão FOB), seguiu para países integrantes do Nafta (Estados Unidos, Canadá, México e Porto Rico). As vendas para o continente europeu somaram US$ 866,96 milhões. A parcela exportada para a Ásia foi de US$ 242,94 milhões; para a África, US$ 117,65milhões; e Oceania, US$ 13,20 milhões. A situação econômica da Argentina provocou uma alteração expressiva nas relações comerciais entre países do Mercosul, registrando-se uma queda de US$ 47,5 milhões em relação ao ano anterior.

Neste mesmo período, as importações feitas diretamente pelo setor de máquinas e equipamentos apresentaram uma redução de 13,5%. Foram de US$ 1,53 bilhão em 2001, contra US$ 1,77 bilhão em 2000. O volume total do Brasil, entretanto, aumentou no ano passado: US$ 7,23 bilhões, contra US$ 6,47 bilhões no ano 2000.

Com o aumento da atividade industrial, o nível de utilização da capacidade instalada aumentou de 75,89% em 2000 para 77,17% no ano passado. O quadro de pessoal, no setor de máquinas em geral, foi ampliado em 5,1%, passando de 166.520 vagas em 2000 para 174.965 em 2001.

A crise cambial e a situação da Argentina também determinaram a suspensão de investimentos no setor. A indústria de máquinas e equipamentos investiu R$ 2,47 bilhões no ano passado, o que significa uma redução de 32% do total previsto, que era de R$ 3,65 bilhões. Para 2002, a perspectiva é de aumentar este valor para R$ 3,86 bilhões.

A presidência da Abimaq estima que o setor de máquinas e equipamentos crescerá 5% a 6% em 2002. A previsão conta com o decréscimo da taxa de juros e com a melhora da economia americana até o final do terceiro trimestre.

Madeira



O segmento de máquinas para trabalhar madeira não teve o mesmo desempenho positivo. Em média houve uma estabilização nas vendas das indústrias brasileiras do setor. Através de um estudo realizado pelo Departamento de Máquinas e Equipamentos para Madeira da Abimaq com 14 empresas brasileiras do setor, que representam cerca de 15% do mercado, observa-se até mesmo uma redução. Em 2001 este grupo de empresas faturaram US$ 133,9 mil com vendas de máquinas para trabalhar madeira, contra US$ 161,7 milhões no ano anterior. A baixa ocorreu devido a alterações no sistema de coleta de informações.

A pesquisa é feita a dez anos, mantendo as mesmas empresas. Estima a evolução do setor e não a exatidão dos valores massivos. O estudo analisa em média 15% do mercado. Isso ocorre porque 85% das empresas surgiram depois do início da pesquisa e não foram inseridas para não alterar o gráfico de evolução de forma equivocada.

Até o ano passado estavam incluídos na pesquisa outros itens comercializados por empresas que vendem máquinas para trabalhar madeira. Com a exclusão destes itens foi registrada uma baixa ilusória nas vendas. Uma outra observação é sobre uma empresa que tradicionalmente participava da pesquisa e não respondeu nos dois últimos meses de novembro e dezembro, colaborando para a baixa no faturamento analisado. Foi registrada, ainda, uma pequena baixa no número de empregados, de 2.236 em 2000 para 2.059 em 2001, devido às mesmas razões. Assim, confirma-se que o faturamento do segmento de máquinas para trabalhar madeira ficou estável no último ano.

O pico do comércio de tecnologia para o setor deu-se no ano de 1997, quando as empresas pesquisadas faturaram o montante de US$ 190,7mil, mesmo com um número de empregados inferior aos anos anteriores. Em 1997, 2.207 pessoas trabalham com vínculo nas fábricas de máquinas para trabalhar madeira deste painel de pesquisa. Enquanto em 1995, estas mesmas indústrias empregaram 2.602 pessoas, faturando US$ 164,1 mil.



Europa



Para manter o ritmo de crescimento o mercado de máquinas de alguns países da Europa baseia-se na melhora da produtividade, através de uma grande flexibilidade produtiva. Para isso, se fabricam máquinas com maior produção e com tempo de troca menor.

As velocidades estão ligadas a necessidade de desenvolver sistemas que permitam garantir a qualidade, além da manutenção durante o trabalho. As empresas do segmento maquinário estão investindo em automatização de operações.

No caso da Espanha, por exemplo, há uma forte demanda por máquinas para fazer produtos derivados de madeira maciça, tanto em construção como em móveis. Estão sendo usados processos que facilitam a produção, como finger joit, otimizadoras, serras múltiplas eletrônicas, centros mecanizados e outros.

Na área de fabricação de partes de móveis estão sendo desenvolvidas tecnologias que oferecem maior velocidade e menor corte de materiais. Como exemplo, os sistemas de melhora dos cantos para utilizar aglomerado ao invés de MDF.

A logística é outro ponto que está sendo melhorado. A entrega dos materiais está cada vez mais ágil, contando com sistemas de movimento de cargas, armazéns inteligentes, linhas para transportes de materiais, equipamentos com elevação automática e outros.

No processo de desenvolvimento tecnológico a robotização está evoluindo, principalmente na área de manejo de peças onde simula operações intensivas em mão-de-obra, como o lixamento.

Os softwares de gestão de produção, adaptados às necessidades do setor estão sendo muito procurados. São utilizados desde softwares para desenvolvimento de produtos até sistemas de desenho. O objetivo desta tecnologia é a produção de lotes unitários a elevadas velocidades e com cortes baixos. Já existem planejamentos de soluções construtivas usuais, mas dispostas de forma nova.

Um setor que possui notável avanço é o de chapas, integrado dentro do conceito de centro mecanizado. Abrange desde estações para trabalhos com máquinas convencionais até centro de chapas específicos com mesas móveis.

No caso específico do mercado espanhol em relação aos motores lineares, que estão surgindo no mercado como uma aposta para o futuro.

A tecnologia para acabados está ganhando impulso com o desenvolvimento de aplicação de pintura em pó sobre MDF. Outro aspecto de melhora na tecnologia é o sistema para cobrir peças em 3-D.

O setor de serrarias mantém as operações clássicas e insere novidades como as serras de cintas copiadoras e com manejo robotizado, incluindo máquinas para aplainar e dividir em ripas.

Hoje, o maior centro tecnológico em máquinas para trabalhar madeira é a Itália. Para conhecer a tecnologia oriunda da Itália uma opção recomendada é participação de feiras internacionais segmentadas. A Xylexpo, por exemplo, que ocorre a cada dois anos, em Milão, oferece opções como ferramentas e peças finger joit; engenharia e realização de plantas completas, máquinas de corte; máquinas para revestir superfícies; para curvar, para tratar a madeira, portáteis, máquinas e veículos para exploração florestal, além de máquinas desenhadas para fins específicos, feitas sob medida.

A Alemanha também reúne exclusividades em tecnologia para trabalhar madeira em eventos como a Ligna Plus, em Hannover. Na última edição, realizada no ano passado, apresentou mais de 10 mil máquinas. Muitas delas com melhoramentos visando a redução do consumo de energia e o aumento da qualidade do produto. Participam do evento empresas de vários segmentos ligados ao setor, tais como móveis, construção civil, marcenaria e outros. A participação da indústria de máquinas na Ligna é significativa, incluindo linhas de produção de madeira cortada, técnicas de medição, equipamentos para secagem e muitos outros.