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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°114 - JUNHO DE 2008

Bioenergia

Investimentos em energia renovável superam US$ 100 bilhões

A capacidade de geração de eletricidade renovável dobrou desde 2004, alcançando cerca de 240 gigawatts (GW) ao redor do mundo em 2007 e empregando 2,4 milhões de pessoas. Os dados são do relatório Renewables 2007 Global Status (Estado global das renováveis em 2007, na tradução livre), produzido pela Rede de Energias Renováveis para o século 21 (REN21, na sigla em inglês) em colaboração com Worldwatch Institute.

Mais de US$100 bilhões foram investidos somente em 2007, divididos entre capacidade energética, construção de usinas e pesquisa e desenvolvimento. As renováveis representam 5% da capacidade energética global e 3,4% da geração energética global, segundo o relatório da REN21, uma aliança internacional de pesquisas em energia limpa, com sede em Paris.

“Aconteceu tanta coisa no setor energético nos últimos cinco anos que a percepção de alguns políticos e analistas do setor está longe da realidade de onde as energias renováveis estão hoje”, disse o presidente da REN21, Mohamed El-Ashry.

A energia eólica é a que representa a maior fatia da geração renovável, com um crescimento de 28% no mundo em 2007, alcançando estimados 95GW. Por outro lado, as redes de conexão de painéis fotovoltaicos (PV) é a tecnologia que cresce mais rapidamente no mundo, com um aumento anual de 50% na capacidade instalada acumulada de 2006 e 2007, para estimados 7,7 GW. Isto se traduz em 1,5 milhões de casas com painéis solares alimentando a rede mundial.

“Os coletores de aquecimento solar em telhados fornecem água quente para cerca de 50 milhões de residências de todo o mundo e aquecimento interno para um crescente número de casas”, informa o documento. A capacidade de geração de água quente e aquecimento residencial aumentou 19% em 2006, alcançando 105 gigawatts-termal (GWth) globalmente.

O número de países que utilizam biomassa e energia geotérmica tanto para energia quanto para aquecimento vem aumentando. Mais de dois milhões de canos subterrâneos para aquecimento são usados em 30 países para o condicionamento do ar.

A produção de biocombustíveis (etanol e biodiesel) excedeu uma estimativa de 53 bilhões de litros em 2007, uma alta de 43% em relação a 2005. A produção de etanol em 2007 representou cerca de 4% dos 1,3 bilhões de litros de gasolina consumida globalmente. Anualmente a produção de biodiesel aumentou em mais de 50% em 2006.

Está claro depois da reunião dos ministros ambientais em Mônaco e do relatório do REN21 que nós começamos a ver elementos de uma economia verde emergente, abastecida pelos acordos de mudanças climáticas existentes e a perspectiva de reduções de emissões mais profundas e decisivas no pós-2012”, afirma o diretor executivo do programa ambiental das Nações Unidas (UNEP), Achim Steiner.

Novas opções

Energias renováveis, especialmente pequenas hidrelétricas, biomassa e painéis fotovoltaicos fornecem eletricidade, aquecimento, energia motor e bombardeamento de água para mais de dez milhões de pessoas em áreas rurais de países em desenvolvimento.

El-Ashry atribui muito do rápido avanço às metas de energias renováveis que vigoram em pelo menos 65 países ao redor do mundo. Países em desenvolvimento detêm mais de 40% da capacidade de energia renovável existente, mais de 70% da capacidade de aquecimento solar de água e 45% da produção de biocombustíveis. A maioria da metas diz respeito ao compartilhamento de produção elétrica, energia primária e energia final em um ano futuro.

“Políticas para o aquecimento solar de água e biocombustíveis têm crescido substancialmente. Leis para incorporação de água quente solar em novas construções representam um padrão forte e crescente a nível nacional e local. Muitas jurisdições também oferecem subsídios ou programas de promoção da água quente solar”, traz o relatório da REN21.

O presidente da Worldwatch, Chris Flavin, disse que o relatório mostra que a energia renovável está pronta para dar uma contribuição significante para alcançar as necessidades energéticas e reduzir o crescimento das emissões de dióxido de carbono nos próximos anos.

Fonte: Carbono Brasil