Brasil e Índia registraram em 2007 uma corrente de comércio recorde de US$ 3,12 bilhões, um aumento de 29,4% em relação a 2006, quando havia sido de US$ 2,41 bilhões. O saldo comercial em 2007 foi deficitário para o Brasil em US$ 1,21 bilhão e, em 2006, havia sido de US$ 535,1 milhões. O Brasil e a Índia, ao lado de China, México e África do Sul, fazem parte do denominado G-5, grupo formado pelas cinco principais economias emergentes do mundo.
Diante da importância da abertura de novos mercados para as exportações brasileiras, devido à crise americana e da reciprocidade nos interesses comercias entre Brasil e Índia, representante brasileiros realiza visitas à Índia para fortalecer ainda mais o comércio entre as duas nações.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge fez, em abril deste ano, uma visita oficial à Índia. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o objetivo da visita "é ampliar o intercâmbio comercial entre os dois países, sobretudo nas áreas de máquinas e equipamentos; equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos; móveis e artefatos de madeira; pisos e revestimentos; eletro-eletrônicos; software e componentes para couro e calçados".
A Índia é um país federal asiático que ocupa a maior parte do subcontinente indiano e ainda as ilhas Laquedivas e Andamão e Nicobar. É o segundo país mais populoso do mundo (depois da China), e o sétimo maior por área. O nome oficial do país é República da Índia, e sua capital é Nova Délhi.
Reconhece 23 línguas oficiais, dentre elas o híndi (falada no norte, é a língua da administração central), o tâmil (no sul) e o inglês. A civilização indiana é uma das mais antigas do mundo. Quatro grandes religiões surgiram no subcontinente: o hinduísmo, o budismo, o jainismo e o siquismo.
Após décadas de estagnação econômica, o país vem se desenvolvendo nos últimos quinze anos, em especial depois das reformas de 1991, embora ainda enfrente altos níveis de pobreza, analfabetismo, desnutrição e problemas ambientais. Já é uma potência regional e é apontada como uma das futuras grandes potências do século XXI.
Economia
Com um PIB de 785 bilhões de dólares (ou 3,6 trilhões de dólares pelo critério de paridade do poder de compra - PPC), a Índia é a 12a maior economia do mundo (ou a quarta maior, pelo critério PPC).
Entretanto, devido à grande população, a renda per capita é consideravelmente baixa: em 2005, o FMI classificou a Índia na 135a posição em termos de renda per capita (ou na 122a posição, pelo critério PPC), dentre 182 países e territórios.
Cerca de 60% da população dependem diretamente da agricultura. A indústria e os serviços têm se desenvolvido rapidamente e respondem por 25 e 51% do PIB, respectivamente, enquanto que a agricultura contribui com cerca de 25,6 %. Mais de 25% da população vivem abaixo da linha de pobreza, apesar da existência de uma classe média grande e crescente de 300 milhões de pessoas.
A Índia registrou forte crescimento econômico após 1991, quando seu governo abandonou políticas socialistas e deu início a um processo de liberalização da economia, que envolveu o incentivo ao investimento estrangeiro, a redução de barreiras tarifárias à importação, a modernização do setor financeiro e ajustes nas políticas fiscal e monetária.
Como resultados, colheu uma inflação mais baixa, crescimento econômico mais elevado (média de 5% anual) e redução do déficit comercial. Nos últimos anos, a Índia tornou-se um importante centro de serviços relacionados com tecnologias de informação. É o principal beneficiário do outsourcing de serviços.
O desenvolvimento econômico indiano é freado, porém, por uma infraestrutura insuficiente, uma burocracia pesada, altas taxas de juros e uma "dívida social" elevada (pobreza rural, importante analfabetismo residual, sistema de castas, corrupção, clientelismo etc.).
A Índia também é a maior produtora de softwares do mundo, possuindo uma grande produção de todo esse mercado.
População
É o segundo país do mundo em população, estimada em 1.100 milhões de habitantes (2006). Com uma população diversificada, a língua, a casta e a religião desempenham papel importante na organização social e política do país. Embora 81,5 % da população sejam hindus, a Índia conta também com o segundo maior contingente de muçulmanos no mundo (12,2%), ademais de outros grupos religiosos como siques (2 %), cristãos (2,3), budistas (0,76), jainistas (0,4) e outros.
As principais aglomerações urbanas do país são Bangalore, Madrasta, Délhi, Hiderabade, Calcutá e Bombaim. Há 933 mulheres para cada 1 000 homens. A idade média é de 24,66 anos. A taxa de natalidade indiana é de 22,32 por 1 000 e a taxa de crescimento populacional é de 1,38 % (estimada, 2006).
Duas das grandes famílias lingüísticas estão representadas na Índia: a indo-ariana (falada por 74 % da população) e a dravídica (24 %). A constituição indiana considera como oficiais 23 diferentes línguas, embora o híndi e o inglês sejam usados pelo governo federal para fins oficiais. O sânscrito (mais antigo que o hebraico e o latim) e o tâmil são consideradas línguas clássicas. O número de dialetos falados na Índia chega a 1 652.
O território indiano é formado pelos Himalaias no extremo norte e nordeste, pela planície indo-gangética ao norte, a noroeste e a leste, e pelo planalto do Decão no centro. O Decão é flanqueado por duas cordilheiras: os Gates Ocidentais e os Gates Orientais.
A Índia costuma ser apontada como a maior democracia do mundo, pois conta com o maior eleitorado dentre os países democráticos. O país adotou como forma de Estado a federação, com um parlamento bicameral que funciona com base em um sistema parlamentarista de estilo Westminster.
O presidente, na qualidade de chefe de Estado, exerce um papel principalmente protocolar, embora seja o comandante supremo das forças armadas e sua sanção seja necessária para que qualquer lei aprovada pelo parlamento entre em vigor. É eleito indiretamente por um colégio eleitoral para um mandato de cinco anos.
A chefia de governo é exercida por um primeiro-ministro, que concentra a maior parte dos poderes executivos. É nomeado pelo presidente, desde que conte com o apoio de um partido ou coalizão que tenha mais de 50% dos assentos da Câmara do Povo
O poder Legislativo da Índia é exercido pelo parlamento bicameral, que compreende a Rajya Sabha ou Câmara dos Estados (a Câmara Alta) e a Lok Sabha ou Câmara do Povo (a Câmara Baixa). A Câmara dos Estados compõe-se de 245 membros eleitos indiretamente pelas Assembléias Legislativas estaduais para mandatos não-coincidentes de seis anos.
A Câmara do Povo compõe-se de 545 membros eleitos diretamente para mandatos de cinco anos. A Câmara do Povo, nos termos do sistema parlamentarista, é o órgão político nacional por excelência, onde é formado o governo do país. Todos os ministros com pasta devem ser membros do parlamento. O sufrágio universal é garantido pela constituição para cidadãos maiores de 18 anos.
A Índia mantém relações cordiais com a maioria dos países do mundo desde a sua independência, em 1947. Durante a Guerra Fria, foi um dos membros fundadores do Movimento Não-Alinhado.
O país - atualmente de posse de armas nucleares - recusa-se a assinar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e o Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares.
A Índia e o Paquistão mantêm um contencioso internacional acerca da posse da Caxemira que já os arrastou a três guerras durante o século XX (1947, 1965 e 1971). A posse de armas nucleares pelos dois lados tornou um novo conflito potencialmente catastrófico.
Nos últimos anos, a Índia tem fortalecido suas relações com o Paquistão, os Estados Unidos e a China. A partir do final do século XX, o país tem sido considerado uma potência emergente, com crescente influência nos assuntos internacionais.
Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira. |