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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°113 - MAIO DE 2008

Oriente Médio

Oriente Médio - Parceria com o Brasil cada vez mais fortalecida

A corrente de comércio entre o Brasil e os países árabes - soma das exportações mais as importações - chegou a US$ 13,5 bilhões em 2007, um aumento de 12% em comparação com 2006. O número é resultado de vendas brasileiras de US$ 7 bilhões, 5% a mais do que no ano anterior, e de compras de mercadorias árabes de US$ 6,5 bilhões, um crescimento de 20,13%.

Os dados foram divulgados pelo presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr. “A cada ano mais empresas estão indo ao mercado árabe, tendo sucesso e conseguido participações bastante grandes”, afirmou Sarkis. “Estamos felizes com os números, mas eles poderiam ser até mais significativos”, acrescentou.

Ele lembrou que no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando as exportações do Brasil aos árabes estavam em US$ 2,6 bilhões ao ano, a Câmara Árabe apresentou um estudo ao governo mostrando que as vendas poderiam chegar a US$ 7 bilhões em quatro anos.

O item carnes passou a ser o principal em vendas, com exportações de US$ 2 bilhões, um aumento de 66% da madeira e celulose, 27%, da soja, cujos embarques cresceram 15%, do material de construção (67%), dos lácteos (440%), dos semimanufaturados de ferro e aço (83%) e das máquinas agrícolas (36%). “Tirando o açúcar, os outros produtos juntos tiveram um crescimento de 20%”, declarou.

Hoje está se apostando na promoção de produtos com maior valor agregado, como materiais de construção, madeira e móveis, itens para hotelaria e alimentos industrializados.

Como exemplo, está a maior participação de empresas brasileiras na Big 5 Show, feira do ramo de construção realizada em Dubai no final do ano, que a entidade organizou em parceria com a Agência de Promoção das Exportações e Investimentos do Brasil (Apex), e duas missões comerciais promovidas ao mesmo tempo para países do Golfo.

Na seara das importações, o petróleo foi o grande responsável pelo crescimento. O Brasil importou o equivalente a US$ 5,55 bilhões em petróleo e derivados dos países árabes, ante US$ 4,88 bilhões em 2006. As importações de fertilizantes também cresceram, passando de US$ 217 milhões em 2006 para US$ 500 milhões em 2007. Isto fez com que o superávit brasileiro na balança caísse para pouco mais de US$ 500 milhões, ante US$ 1,3 bilhão no ano passado.

Para 2008, estima-se que o comércio bilateral deverá crescer cerca de 10%.

O Oriente Médio está localizado na Ásia, o maior continente e o mais populoso. Ele é formado pela parte asiática do Egito - país predominantemente africano, países da península arábica - Israel, Jordânia, Síria, Líbano, Iraque, Irã; Chipre - país insular, que ocupa grande parte de uma ilha no Mediterrâneo, e pela Turquia – que embora possuindo uma parte de seu território na Europa, é considerado um país asiático.

Apresenta uma grande diversidade no quadro natural e em suas populações. A maioria é constituída por povos de origem árabe, mas possui judeus, turcos, curdos, gregos e palestinos.

Possui uma grande importância política e econômica no mundo atual por sua posição estratégica no globo e por suas reservas de petróleo. Durante milhões de anos o Médio Oriente conteve e contem uma das maiores reservas mundiais de petróleo. Atualmente, o mercado depende de uma maneira significativa desse local.

Emirados Árabes Unidos

Os Emirados Árabes Unidos têm a 2ª maior economia dos Países Árabes, atrás apenas da Arábia Saudita. De 2002 a 2005, o PIB do País cresceu de US$ 71 bilhões para US$ 115,5 bilhões. Deste número, o setor de serviços representa, em média, 37%, a indústria, 50% e a agricultura, 4%. Além disso, o País possui uma população considerada jovem e crescente, tarifas baixas para produtos estrangeiros, um sistema bancário bem desenvolvido, uma excelente infra-estrutura e uma cultura de negócios familiar ao padrão ocidental.

Os EAU são membros da Liga de Estados Árabes, da qual participam 22 estados e, aproximadamente, 200 milhões de habitantes. O País também faz parte do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A base da economia dos Emirados Árabes Unidos é, principalmente, o petróleo, a construção civil e o setor imobiliário. O País tem sete emirados. Entretanto, cerca de 90% das atividades econômicas se desenvolvem nos Emirados de Abu Dhabi e Dubai.

Abu Dhabi é o maior dos Emirados, além de ser a capital federal e o maior produtor de petróleo do mundo. Em 2006, o país produziu 50 milhões de barris de petróleo por dia. Os EAU estão em 3º lugar entre as nações de maior reserva de petróleo do mundo e possuem 4ª maior reserva de gás natural do planeta.

Dubai é reconhecida como o centro comercial dos Emirados Árabes Unidos. A posição estratégica de Dubai, localizado entre 3 continentes, oferece excelentes oportunidades para exportadores interessados nos mercados emergentes do Oriente Médio, África e Ásia.

Estima - se que 85% das reexportações dos EAU são provenientes de Dubai. Segundo a Câmara de Comércio e Indústria de Dubai (DCCI), o Emirado de Dubai re-exportou US$ 15,53 bilhões em bens não-petrolíferos no ano de 2004.

A Cidade de Dubai é também considerada a capital da construção civil do Golfo Pérsico. Durante o ano de 2003, foram construídos em Dubai 17.131 novos edifícios, superando em 23% as aprovações do ano anterior. Cerca de 80% dos materiais utilizados nestas obras são importados. O valor da produção do setor alcançou US$ 15,1 bilhões, em 2004, segundo o Banco Nacional de Dubai (National Bank of Dubai).

Até 2010, são esperados investimentos na ordem de US$ 72 bilhões no setor imobiliário. Estima-se que a liderança regional de Dubai continue nos próximos cinco anos. Outro setor de destaque da economia dos EAU é a aviação, que, no Oriente Médio, possui uma das maiores perspectivas de crescimento do mundo. Nesta região, o fluxo do tráfego de pessoas e cargas tem crescido, em média, 10% ao ano. De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (International Air Transport Association - IATA), os investimentos em curto prazo em reformas de aeroportos existentes e na construção de novos serão de US$ 38 bilhões.

O país é um importante centro de redistribuição de produtos no Oriente Médio, possuindo 13 zonas francas, 15 portos marítimos de nível internacional e 7 aeroportos internacionais. De acordo com o Departamento de Estatística dos Portos, Aduanas e Zonas Livres de Dubai (Ports, Customs and Free Zone Corporation - PCFC), a reexportação dos Emirados Árabes Unidos cresceu 32,5%, durante os anos de 2004 e 2005.

O mercado dos EAU é considerado aberto e existem cerca de 600 eventos comerciais realizados, anualmente, no país. Os principais parceiros comerciais são China, Estados Unidos, França e Alemanha.

Jordânia

Considerada uma das nações mais ocidentalizadas do Oriente Médio a Jordânia possui metade de sua população composta de palestinos. Apesar disso, o rei Hussein, afastou gradualmente o país do confronto com os israelenses; é o país árabe com o qual Israel tem sua fronteira mais extensa.

Quase no meio dela se situa o Mar Morto, rico em depósitos minerais e conhecido como a maior depressão do mundo (394 metros abaixo do nível do mar). Entretanto, a saída navegável para o oceano é assegurada à Jordânia pelo Porto de Ácaba, no extremo sul. Mesmo constituído de desertos em 80% de seu território, o país exporta alimentos para as nações vizinhas.

A Jordânia é um país pequeno com recursos naturais bastante limitados, mas melhorou muito desde a sua independência. Seu PIB per capita cresceu 351% nos anos setenta. Mas este crescimento provou ser insustentável encolhendo para 30% nos anos oitenta. Recuperando-se um pouco nos anos noventa.

A economia da Jordânia depende da exploração de fosfatos, carbonato de potássio, do turismo, da comercialização de fertilizante e de outros serviços. Estas são suas fontes principais do salário da moeda corrente dura. Na falta florestas, reservas de carvão, energia hidrelétrica e de depósitos de petróleo comercialmente viáveis, a Jordânia aposta no gás natural para suprir internamente pelo menos parte de suas necessidades de energia. A Jordânia importa o petróleo do Iraque.

A maior parte da população jordaniana é de origem árabe. As principais minorias étnicas correspondem à dos armênios e a um reduzido grupo de origem casucása. Quase os habitantes são Muçulmanos Sunitas, embora existam pequenas comunidades Xiitas e Cristãs - das quais um terço pertence à Igreja Ortodoxa Grega. A elevada taxa de natalidade (3,6 filhos por mulher) e o ingresso de imigrantes constituem a base do alto crescimento demográfico.

O fluxo imigratório é formado, em sua maioria, por refugiados palestinos procedentes a da Cisjordânia. As condições climáticas e a disponibilidade de água são os fatores que determinam distribuição da população, concentradas nas proximidades do Lago Tiberiádes, do Mar Morto e ao longo do Rio Jordão.

Arábia Saudita

A custódia das cidades sagradas de Meca e Medina e o controle das maiores reservam de petróleo conhecidas garantem a importância da Arábia Saudita no mundo islâmico e no conjunto das nações contemporâneas.

Situado no sudoeste da Ásia, o reino da Arábia Saudita ocupa oitenta por cento do território da península arábica. Limita-se ao norte com a Jordânia, o Iraque e o Kuwait; ao sul, com o Iêmen e Omã; a oeste com o mar Vermelho e a leste com o golfo Pérsico, Bahrein, Qatar e Emirados Árabes Unidos. Algumas das fronteiras terrestres não estão delimitadas com precisão. A superfície estimada é de 2.240.000km2.

A maioria da população da Arábia Saudita é árabe, mas há minorias indianas, iranianas e negras. Grande número de imigrantes estrangeiros, procedentes do Iêmen, dos países do golfo Pérsico, do Egito, da Coréia do Sul, da Europa e dos Estados Unidos, trabalha nas refinarias de petróleo.

Cerca de 15% da população é formada por beduínos nômades ou seminômades, mas essa proporção tende a diminuir em função do desenvolvimento agrícola e do surgimento de novas atividades ligadas à indústria do petróleo.

Há cidades antigas, como Djeda, Medina e Meca, capital espiritual do islamismo. Riyad, a capital política, é moderna, embora conserve traços antigos. A língua oficial é o árabe, e a religião, o islamismo, sendo proibida a entrada de não-muçulmanos nas cidades sagradas de Meca e Medina. A afluência anual de peregrinos é de 100.000 a 500.000, o que faz do turismo a segunda fonte de renda do país.

O comércio exterior se baseia na exportação de petróleo, cujo valor supera largamente o da importação de insumos e alimentos. Disso decorre um excessivo superávit da balança de pagamentos.

O descompasso entre o progresso tecnológico e a modernização econômica, de um lado, e a sociedade tradicional, dominada pela ortodoxia religiosa, de outro, é um dos principais problemas que a Arábia Saudita enfrentou desde que se tornou uma rica nação petrolífera.

Devido ao clima desértico, a superfície cultivável não ultrapassa 2,5% do total do território saudita. Mesmo assim, o uso intensivo de maquinaria agrícola, fertilizantes e sistemas de irrigação canaliza para a agricultura a maior parte da população economicamente ativa. Os lucros obtidos com o petróleo permitiram a instalação de estações agrícolas experimentais, onde são testados os mais modernos métodos de cultivo.

Israel

É um país no Oriente Médio, na extremidade sudeste do Mar Mediterrâneo. É uma república democrática parlamentar fundada em 14 de Maio de 1948. É o único Estado judeu em todo o mundo. Faz fronteira com o Líbano no norte, Síria e Jordânia ao leste e Egito no sudoeste.

A capital do país e sede do governo é Jerusalém, que é também a residência do Presidente da nação, repartições do governo, suprema corte e o Knesset (parlamento). A Lei Básica estabelece que "Jerusalém, completa e unida, é a capital de Israel" apesar de a Autoridade Palestina ver Jerusalém Oriental como futura capital da Palestina e as Nações Unidas e a maioria dos países não aceitarem a Lei Básica, argumentando que o status final deve esperar futuras negociações entre Israel e a Autoridade Palestina.

A maioria dos países mantém sua embaixada em Tel Aviv. Israel é o único país no Oriente Médio considerado como uma democracia, e seus cidadãos desfrutam de uma extensa gama de direitos políticos e direitos civis. Israel, ainda, é considerado o mais avançado na região em termos de liberdade de imprensa, regulamentações empresariais, competição econômica, liberdade econômica e desenvolvimento humano médio.

Israel ocupa uma área de 20.700 km². O tamanho do país pode ser comparado, em área (km²), com o estado de Sergipe no Brasil. Contudo, a distância em linha reta, entre a extremidade norte e sul do país (a maior do país) é a mesma entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Desde que foi criado o Estado de Israel, em 1948, o perfil de sua economia se alterou profundamente, apesar do pouco tempo de existência.

No início, o país se mantinha com as doações vindas de judeus do mundo todo, principalmente dos Estados Unidos e com produtos agrícolas, com destaque para a laranja.

Um pouco mais tarde, por causa de sua situação geopolítica, Israel acabou por desenvolver sua indústria bélica, onde se sobressaem as sub-metralhadoras e fuzis.

Israel tem uma Economia de Mercado com tecnologia fortemente desenvolvida. É dependente de importação de grãos, carnes, e petróleo. Apesar dos escassos recursos naturais (85% de terras desérticas), Israel desenvolveu intensamente sua agricultura e indústria, exportando tecnologia nestas áreas. Diamantes, alta tecnologia, equipamentos militares, softwares, produtos farmacêuticos, química fina, produtos agrícolas e insumos são suas principais exportações.

Com o planejamento do governo apontando para investimentos no ensino superior, rendeu ao país uma pauta muito mais moderna, com uma indústria de software que se tornou referência internacional. Israel é, atrás dos EUA e Canadá, o país com maior número de empresas listadas na NASDAQ.

Israel não possui uma constituição escrita, sendo governado por um conjunto de leis básicas aprovadas pelo Knesset (parlamento). Espera-se que estas leis básicas venham a integrar uma futura constituição escrita do país. O poder legislativo reside no Knesset, parlamento unicameral composto por 120 membros, eleitos para um mandato de quatro anos.

A população de Israel é predominantemente judaica com uma minoria árabe na sua maior parte muçulmana, embora também existam árabes cristãos, circassianos e drusos. É política oficial a preservação do caráter judaico do Estado, embora as leis garantam completa liberdade de culto. Em 2006, dos 7,0 milhões de habitantes de Israel, 81% eram Judeus ou de outra origem étnica, enquanto 19% era Árabe.

Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira.